Nova exposição: “Xilogravura” de Arnilson Montenegro é aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba
Na sexta-feira (6), uma nova exposição foi aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. O vernissage de “Xilogravura – Impressões Efêmeras: Sulcos do Consumo no Tempo”, segunda mostra individual de Arnilson Montenegro, obteve grande público. Artistas, estudantes, professores, apreciadores do universo artístico e representantes de diversos segmentos culturais da região participaram do evento.
A abertura contou com uma apresentação de Felipe Batista e Samarone Moura, pontuando a noite com muita música regional. Presentes à oportunidade, entre outros, estavam o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva; o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade; o coordenador de comunicação da UEPB, Hipólito Lucena; e os curadores de Cordel do MAPP, professora Joseilda Diniz e poeta Alfrânio de Brito.
Em sua fala, o professor Pereira endossou a alegria pelo Museu receber novamente o trabalho de Arnilson. “Ele é um pesquisador, é comprometido em inovar, aprender, e isso se vê em ‘Xilogravura’, que faz um elogio a essa tradicional arte nordestina, mas de um jeito que também é contemporâneo, pois mergulha no tempo atual, mostrando um pouco do que vivenciamos hoje. O visitante vai encontrar materiais diferentes, telas, esculturas, enfim, uma grande variedade de peças que compõem o universo criativo dele. Deixamos aqui nosso convite para que todos venham conferir”, destacou.
“Xilogravura” é dividida em duas partes, segundo explicou Arnilson. “Uma está ligada ao sublime, ao céu, por isso as verticalidades que podem ser observadas, e a outra engloba o terreno e ao transitório. Feliz por ocupar esse espaço tão importante da cultura municipal e do Estado, sobretudo no período junino. A primeira exposição era um pouco mais carregada, digamos assim, por reflexões pessoais, então havia um aspecto dela que era dominado pelo monocromático. Agora, em nossa abordagem, predominam as cores. Fizemos, além disso, algo especificamente pensando no público, para que ele possa ter uma experiência interativa. Se a gente fosse pensar na ‘linha do tempo do trabalho’, a exposição inicial significaria um preâmbulo e esta seria o primeiro capítulo, desenvolvendo melhor as técnicas gráficas e de um jeito que privilegia a fluidez”, disse.
A exposição também homenageia o artista Luiz Carlos Officina (in memoriam). “Sua generosidade e conhecimento foram fundamentais para a minha trajetória. Foi por meio dos saberes compartilhados por ele que iniciei nessa atividade”, finalizou Arnilson.
São João de Brincantes
Após o vernissage, procedeu-se com a abertura do “I São João de Brincantes”. A iniciativa, que é da Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania (AJURCC), em parceria com o Comitê de Cultura da Paraíba, através do Centro de Ação Cultural (Centrac) e o MAPP, busca fortalecer especialmente o trabalho dos artistas regionais e os costumes tradicionais do São João.
A programação contempla quadrilhas, trios de forró e outras atrações, na área inferior do Museu. As apresentações acontecem de maneira gratuita, sempre às sextas, sábados e domingos, das 15h às 22h, até o dia 29 de junho. Além disso, será promovida uma feira colaborativa com artesãos e comerciantes locais, visando colaborar para a economia criativa na Rainha da Borborema.
Um dos pontos altos do lançamento foi a realização da mesa de diálogo “O São João para além do Parque do Povo”. Participaram da oportunidade, o diretor do MAPP, a representante do Comitê de Cultura da Paraíba, Flávia Espinosa, a produtora cultural Lisete Veras, do grupo Os 3 do Nordeste, e o conselheiro de cultura Alfranque Amaral. A mediação foi da vereadora Jô Oliveira.
Durante a ocasião, foram debatidos variados aspectos envolvendo o Maior São João do Mundo, na atualidade, bem como as dificuldades com que se deparam os artistas. Tópicos como a importância de valorizar a cultura popular no São João, a lógica comercial que permeia as grandes festas, a necessidade de descentralização das comemorações juninas e a pouca visibilidade conferida aos músicos locais, na programação oficial, dominaram o debate. Em seguida, a palavra foi dada ao público.
“A gente escuta muito a justificativa de que está havendo uma atualização da festa, mas que atualização é essa em que a qualidade é diminuída drasticamente? O que acontece na prática é a perda das características dela”, destacou o professor Andrade. Igualmente na plateia, o músico Beto Cabeça concordou com o pró-reitor de Cultura, enfatizando a relevância da retomada das expressões artísticas nordestinas, como aquela proposta pelo São João de Brincantes.
A iniciativa conta com o patrocínio do Ministério da Cultura (MinC), Governo do Estado da Paraíba e Vila Sítio São João, entre outros. O Comitê de Cultura da Paraíba, uma das organizações realizadoras do evento, integra o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), advindo da Secretaria dos Comitês de Cultura, vinculada ao MinC.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação (Carla Batista (via Ascom Jô Oliveira) e Jorge Elô)
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