Professora da UEPB apresenta pesquisa no 27º Congresso Internacional de História da Ciência e Tecnologia, na Nova Zelândia

3 de julho de 2025

A professora Ana Paula Bispo, coordenadora do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física e do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), está participando do 27º Congresso Internacional de História da Ciência e Tecnologia, realizado de 29 de junho a 5 de julho, na Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia.

O evento é realizado em formato híbrido, com dezenas de simpósios e sessões ocorrendo simultaneamente. Como registrou a coordenadora do PROEXT-PG, “presencialmente, somos cinco brasileiros, representantes da USP, Unicamp, UFABC, IFBA e UEPB. Alguns brasileiros submeteram apresentações de forma virtual, por isso não é possível afirmar quantos, ao todo, apresentaram trabalhos. Mas até onde pude conferir na programação, apenas eu, da Paraíba.”

A docente, que é pesquisadora com bolsa de produtividade da UEPB, apresentou, nesta quarta-feira (2) o trabalho intitulado “An instrumental puzzle: the presence of Germany and Hungary in laboratories of Paraíba/Brazil” (Um quebra-cabeça instrumental: a presença da Alemanha e da Hungria em laboratórios da Paraíba/Brasil, em tradução livre).

De acordo com a pesquisadora, “o trabalho corresponde a parte do projeto da minha bolsa produtividade da UEPB, em que investigo por quais razões existem equipamentos importados da Alemanha e da Hungria nos laboratórios didáticos de Física. Os equipamentos possuem especificidades diferentes e alguns nunca foram utilizados. Junto do Dr. Thiago Araújo, técnico responsável pelos laboratórios de Física da UEPB, estamos buscando respostas para essa presença estrangeira. Aparentemente, os equipamentos datam entre 1960 e 1990.”

A produção foi apresentada no simpósio da Sociedade de Instrumentos Científicos (Scientific Instrument Society), cujo objetivo é compartilhar pesquisas acadêmicas sobre a história dos instrumentos científicos e suas coleções. “A participação em eventos como esse permite não apenas dar visibilidade à pesquisa que realizamos, mas também estabelecer redes de contato internacionais que podem trazer novas perspectivas, tanto para minha carreira quanto para meus alunos”, pontuou.

Ainda segundo Ana Paula Bispo, embora o idioma predominante seja um desafio, pois “o fato de o inglês não ser meu idioma nativo acaba limitando um pouco a interação. Mas, por outro lado, num evento como esse, posso perceber que a qualidade da pesquisa que fazemos no grupo é de excelência e não deixa a desejar quando comparada com outras. Isso mostra que estamos seguindo num caminho de crescimento profissional e marcando território num tema que é pouco explorado no Brasil, como os instrumentos científicos na perspectiva da história da ciência”, enfatizou.

Um outro ponto interessante apontado pela docente é que a experiência tem sido muito enriquecedora por ser um evento que, devido à localização, concentrou muitos trabalhos da Ásia,  especialmente Indonésia. “A Universidade de Otago e o governo da Nova Zelândia têm reforçado a importância dos povos nativos, e o idioma maori é utilizado simultaneamente com o inglês. A conferência de abertura, por exemplo, foi sobre a astronomia maori. É uma visão muito interessante de descolonização a partir da linguagem. A história da ciência, por sua transdisciplinaridade, é um campo que permite transitar por todos esses estudos, e isso traz um repertório incomensurável para a pesquisa como um todo”, destacou a pesquisadora.

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