Iphan torna o Engenho Corredor patrimônio cultural do Brasil
Iphan torna o Engenho Corredor patrimônio cultural do Brasil
Em 16 de setembro de 2025, o Iphan declarou tombamento definitivo do conjunto arquitetônico do Engenho Corredor, localizado na cidade paraibana de Pilar.
A oficialização resultou na inscrição do engenho no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes, o mais alto grau de proteção federal para um bem cultural.
A oficialização resultou na inscrição do engenho no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes, o mais alto grau de proteção federal para um bem cultural.
Dos 4 livros de tombamento, o engenho foi gravado em 2, caracterizado pelo seu alto valor histórico nacional e por sua grandeza artística.
Dos 4 livros de tombamento, o engenho foi gravado em 2, caracterizado pelo seu alto valor histórico nacional e por sua grandeza artística.
O Conexões UEPB apresenta o que foi o Engenho Corredor e seu impacto no contexto histórico, econômico e cultural do Brasil.
O Conexões UEPB apresenta o que foi o Engenho Corredor e seu impacto no contexto histórico, econômico e cultural do Brasil.
Em primeiro lugar, cabe destacar que foi nesse ambiente que viveu, até os 12 anos de idade, o escritor paraibano José Lins do Rêgo.
Em primeiro lugar, cabe destacar que foi nesse ambiente que viveu, até os 12 anos de idade, o escritor paraibano José Lins do Rêgo.
Mais que isso, o local foi marcante a sua memória de vida, e primordial para a formação de um estilo literário nacional.
José Lins do Rêgo edificou o modernismo regionalista, ao lado de nomes como Graciliano Ramos, Jorge Amado e Érico Veríssimo.
E o Engenho Corredor foi inspiração para o cenário de seus romances denominados “Ciclo da Cana-de-Açúcar”.
As obras de Lins do Rêgo narram exatamente a decadência vivida pelos engenhos açucareiros frente à consolidação das usinas modernas. Engenhos esses que um dia já foram o motor econômico do Brasil.
O Engenho Corredor foi construído em 1837 pelo coronel Bubu do Corredor, proprietário de mais 7 engenhos na várzea do Rio Paraíba e avô materno do escritor.
O Engenho Corredor foi construído em 1837 pelo coronel Bubu do Corredor, proprietário de mais 7 engenhos na várzea do Rio Paraíba e avô materno do escritor.
O conjunto arquitetônico é composto pela casa grande, engenho, casa de purgar e senzala.
O conjunto arquitetônico é composto pela casa grande, engenho, casa de purgar e senzala.
E quando falamos em senzala, é impossível não pensar num dos capítulos mais sombrios na história deste país: a escravidão racial como alicerce em um projeto de nação.
E quando falamos em senzala, é impossível não pensar num dos capítulos mais sombrios na história deste país: a escravidão racial como alicerce em um projeto de nação.
Definitivamente, foram os antigos engenhos o retrato de uma sociedade predominada pela injustiça social, violência contra os negros e coronelismo patriarcal.
Definitivamente, foram os antigos engenhos o retrato de uma sociedade predominada pela injustiça social, violência contra os negros e coronelismo patriarcal.
A decadência dos engenhos representou o fim de um modelo colonial, artesanal e autossuficiente, dando lugar ao capital industrial, tecnologia, alta escala e infraestrutura logística.
A decadência dos engenhos representou o fim de um modelo colonial, artesanal e autossuficiente, dando lugar ao capital industrial, tecnologia, alta escala e infraestrutura logística.
A escravidão foi abolida.
No entanto, manteve-se a exploração da força de trabalho em condições degradantes. Até hoje, um triste retrato do Brasil.
A escravidão foi abolida.
No entanto, manteve-se a exploração da força de trabalho em condições degradantes. Até hoje, um triste retrato do Brasil.
Um passado que nunca pode ser esquecido para nunca mais ser repetido. O tombamento do Engenho Corredor torna-o um bem de valor inestimável para a nação e as futuras gerações.
Imagens
Wikimedia Commons
Instagram/engenho_corredor
Roberto Guedes
Plataforma 11
Agência O Globo
Texto e produção
José Arnaud Lemos
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