O aditivo nosso de cada dia

A (falsa) alimentação moderna dominada pelos ultraprocessados

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Em outubro entrou em vigor a nova rotulagem da Anvisa para os alimentos industrializados. A medida permitirá mais clareza ao consumidor sobre o que se está consumindo, em especial o açúcar, sódio e a gordura.  Esse trio tem sido considerado o responsável pelo desencadeamento de diversas doenças crônicas.

mas o que se pode chamar de alimento?

É algo para apenas saciar a nossa fome ou, verdadeiramente, para nos nutrir?

AS 3 CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

In natura: extraídos diretamente da natureza, seja de origem animal ou vegetal. Ex.: leite.

Processados: receberam algum tipo de tratamento para aumentar sua durabilidade ou dar uma nova característica alimentar.  Ainda preservam alimentos naturais que são somados a ingredientes culinários.  Ex.: queijo.

Ultraprocessados: não possui nenhum alimento inteiro, sendo portanto formado por substâncias sintetizadas em laboratórios chamadas de aditivos. Ex.: bebida láctea.

O Guia Alimentar para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, descreve que uma alimentação saudável é baseada no consumo de alimentos in natura e processados, pois nelas se encontram nutrientes essenciais para as funções vitais do organismo. Já os ultraprocessados, ao contrário, são deficitários de nutrientes, destituídos de benefícios ao corpo e ainda potencializadores de doenças graves como as crônicas e até o câncer.

Pincelada moderada

Mas por que os ultraprocessados são tão nocivos?

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São comestíveis mascarados e maquiados como alimentos. O que você vê e sente neles, desde a embalagem, não representa de fato o real.  Aquela caixinha de suco com uma linda imagem da fruta e da fazenda, na verdade é, em geral, 30% de fruta mais água, e um bocado de aditivos. Tudo para durar e imitar.

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Os ultraprocessados são originários de grandes conglomerados da indústria alimentícia, ou seja, um pequeno grupo controlando a produção de alimentos do mundo.  Essas empresas influenciam como a comida é repartida no planeta, e claro, apropriando-se para si.

Sem contar o histórico de acusações, como descrito na obra “Uma verdade indigesta” de Marion Nestlé, que expõe a manipulação de pesquisas, subornos e danos socioambientais promovidos pelos conglomerados, para favorecer seus produtos e vendê-los como saudáveis.

“descascar mais e desembalar menos”.

Para o Prof. Dr. Dixis Pedraza, do Departamento de Enfermagem (CCBS/UEPB), os ultraprocessados são pobres nutricionalmente, porém altamente lucrativos para as indústrias por seus apelos comerciais: são baratos, têm sabor artificialmente induzido e investimento publicitário; portanto, fatores determinantes para seu alto consumo.

Pílula aberta
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A situação se torna mais preocupante quando a atenção se volta para as crianças. Segundo o prof. Dixis, no Brasil, 1 a cada 10 crianças está acima do peso ideal (ENANI-2019), o que já torna a obesidade infantil um grave problema de saúde pública.

Pincelada inclinada

Avaliando esse problema, prof. Dixis coordena uma pesquisa que estimula a promoção da saúde por meio de uma intervenção multicomponente, que inclui a alimentação saudável.

A iniciativa é um projeto pioneiro no país, e atua em creches nos Estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, reunindo 5 universidades públicas sob a liderança do prof. Dixis pela UEPB.

Cenoura
Caqui
Rabanete
Jarra

E como escolher alimentos  mais saudáveis?

1.

3.

os primeiros da lista devem ser saudáveis

quanto menos ingredientes melhor;

2.

quanto menos nomes estranhos, melhor ainda.

Panela de ferro fundido

A regra de ouro é simples. Procure o rótulo e veja os ingredientes: