A independência do Brasil decretada por Dona Leopoldina
O famoso grito do Ipiranga, proclamado por Dom Pedro, domina o imaginário coletivo como uma ação decisiva na libertação do Brasil do jugo português.
A cena, no entanto, é uma mera construção de identidade para a recém nação.
Quem de fato orquestrou o destino do país foi Dona Leopoldina, como se vê em 3 atos…
O segundo ato se deu nos momentos que antecederam o Dia do Fico...
"O príncipe está decidido, mas não tanto quanto eu desejava. (...) Muito me tem custado alcançar isto tudo: só desejava insuflar uma decisão mais firme”.
Leopoldina agia pelos bastidores, conduzindo reuniões ministeriais, dialogando com líderes das lutas pela emancipação, e, principalmente, no empenho em influenciar o marido Dom Pedro.
No terceiro e decisivo ato, Leopoldina convoca e preside uma reunião do Conselho de Estado, a apenas 5 dias antes do famoso grito do Ipiranga. De posse do cargo de regente interina, ela ratifica a deliberação do Conselho: assina a declaração de independência do Brasil.
Para a Profa. Dra. Luíra Monteiro, do Departamento de História/CEDUC, os livros didáticos obscurecem a intensa personalidade da imperatriz - que inúmeras vezes demonstrou sua capacidade de liderança e articulação. “Uma história que só reforça uma construção do protagonismo masculino, e a diminui, reverberando sobre sua vida matrimonial”.