Ballet da Universidade Estadual da Paraíba celebra 30 anos com diversas atividades comemorativas
Em maio de 2016, o Ballet da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completou 10 anos de existência. Para comemorar a data, uma série de atividades estão sendo desenvolvidas e uma delas ocorreu na última semana, no Centro Artístico Cultural (CAC) da Universidade. Foram três dias, quarta, quinta e sexta-feira, dedicados a rememorar o começo do Ballet da UEPB e seus desdobramentos na atualidade, bem como a evolução da prática ao longo de uma década de ensino.
Fizeram parte da programação depoimentos de alunos, ex-alunos, professores e ex-professores, apresentações artísticas, exibições de vídeo e lanches coletivos. A ideia, de acordo com a diretora do Centro Artístico, Patrícia Lucena, era enfatizar a importância do Ballet no cotidiano da Instituição, trazendo à memória passagens marcantes dele, envolvendo os docentes e discentes.
Entre as vivências relatadas nos eventos figuraram a dos professores Fredson de Sousa, Jefferson Freitas, Julierme Lúcio, Paulo Sérgio, Waleska Amador e Ana Aparecida. Orientações e conselhos, histórias sobre como foi início de cada um, bem como dicas para os novos bailarinos foram alguns dos assuntos tratados e que empolgaram a plateia, muito atenta e animada.
O ponto alto das atividades foi a participação de uma das fundadoras do Ballet da UEPB, a professora Cláudia Saboya. Em sua fala, Cláudia contou como se deram suas primeiras experiências na referida dança, suas impressões acerca dela, e discorreu ainda sobre o contexto do Ballet em Campina Grande. Para os estudantes, a professora pediu que não desistissem da arte de dançar Ballet clássico. “Meu desejo é que estudem e se esforcem. Que não seja levado em conta o sucesso, mas o fato de amar aquilo que se faz e o que se escolheu fazer, dando sempre o melhor de si”, destacou.
Avaliando a cena do Ballet na cidade, Cláudia explicou que a vê de um modo positivo. “Houve uma evolução flagrante, o Ballet em Campina cresceu muito, há bastante gente fazendo Ballet, professores muito bons e dedicados, há mais oportunidades também. Eu me sinto muito feliz por ter dado a minha contribuição”, explicou.
Desde o início
Duas convidadas ilustres das atividades alusivas aos 10 anos do Ballet da UEPB foram Otávia Ohana, de 18 anos, moradora do bairro do Monte Santo e Aline Ferreira, 20, que reside em São José da Mata. Ambas integraram o curso na primeira turma, nele descobriram um ofício para a vida e hoje são professoras de Ballet.
Tanto Otávia quanto Aline ingressaram no Ballet quando estudavam em escolas públicas da cidade e ficaram sabendo do curso da UEPB por meio das diretoras dessas instituições. Para elas, inicialmente as aulas representavam um modo de passear e fazer amigos, bem como de ocupar o tempo com uma prática diferente e que fosse saudável. “Era mais como uma brincadeira, até porque a criança enxerga muito assim, como algo divertido”, disse Otávia.
Mais tarde, já na pré-adolescência, as meninas perceberam que queriam mesmo se dedicar ao Ballet, sendo profissionais. “Vimos muita gente desistir. As dificuldades são grandes, só permanece quem se apaixona pela dança e não consegue pensar em mais nada além de se aprimorar nela. Sou muito grata a esse projeto da UEPB por ter facilitado esse meu acesso a algo que realmente ditou os rumos da minha vida”, contou Aline.
Para Otávia, o curso da UEPB veio nortear a vocação dela. “O Ballet na minha vida representa muito. Também foi através dele que cresceu meu interesse pela Educação Física, que é um campo que igualmente escolhi para trilhar. O curso me abriu muitos panoramas, ele ampliou bastante minhas possibilidades”, contou.
O começo
Conforme Cláudia Saboya, foi em 2006 que o projeto de levar a arte da dança clássica, aos infantes impossibilitados de pagar um curso particular na área, começou. Uma das premissas para as crianças candidatas a se submeterem à seleção era que estivessem regularmente matriculadas na escola e que comprovassem sua condição econômica. “Foi uma ideia simples e que deu certo, porque recebemos apoio para isso logo no começo. O que eu via, nos espaços onde estudei e lecionei, era que muitos não tinham como pagar o curso e tudo que o envolvia, então a proposta centrava-se em fornecer isso, um conhecimento que buscasse a excelência e fosse gratuito”, destacou.
Assim, no primeiro semestre daquele ano foi divulgada a seleção para o Curso. Já de início, a demanda surpreendeu: foram mais de 450 inscrições de crianças entre 8 e 12 anos. As atividades começaram com 120 crianças selecionadas a partir de suas condições físicas, de coordenação e de musicalidade, que começaram a frequentar as aulas de história da dança, noções de maquiagem, noções de nutrição e musicalização, além das aulas práticas com Claudia Saboya e uma equipe contratada pela UEPB para lecionar junto com ela, e que, posteriormente, passou a fazer parte do Grupo de Ballet da Universidade.
Atualmente, o Curso de Ballet da UEPB segue sendo um dos mais concorridos entre os ofertados pelo Centro Artístico-Cultural. Ele funciona do 1° ao 5º ano, conta com 125 alunos e quatro professores, e já recebeu estrelas como o bailarino Flávio Sampaio, que foi um dos professores, entre outras qualificações, da Escola do Ballet Bolshoi no Brasil. Além disso, o talento e a criatividade do Grupo de Ballet da UEPB, que conta com 14 integrantes – incluindo Otávia Ohana e Aline Ferreira – são reafirmados a cada ano, com diversas apresentações locais, em vários eventos de importância no cotidiano da cidade, a exemplo do Festival de Inverno, e também com espetáculos montados em outros estados.
Para celebrar esta primeira década de atividades, os profissionais do Ballet na UEPB preparam uma grande exibição comemorativa para o dia 19 de dezembro deste ano e outras informações a respeito serão divulgadas em breve. As aulas do Ballet ocorrem no Centro Artístico-Cultural da UEPB, sendo que as inscrições para o Curso se dão anualmente. Outros esclarecimentos podem ser obtidos por meio do telefone (83) 3310-9719 e 3310-9734.
Fotos: Uirá Agra