Museu de Arte Popular da Paraíba sedia lançamento do livro “O crime de Carlota Lúcia de Brito – A verdade dos fatos”

7 de março de 2018


Na próxima sexta-feira (9), às 18h30, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, sediará o lançamento do livro “O crime de Carlota Lúcia de Brito – A verdade dos fatos”, de autoria de Mário Vinícius Carneiro Medeiros. A publicação, saída pela Editora Ideia, traz uma narrativa que marcou nossas paragens: a história de Carlota Lúcia de Brito, mulher que mandou matar o Dr. Trajano Chacon, um ex-vice-presidente da Província da Parahyba, em Areia, no ano de 1849.
Embora haja decorrido tanto tempo, Carlota Lúcia de Brito é verbete no Dicionário de Mulheres do Brasil; na Argentina, em um curso sobre a História do Gênero na América Latina (2012), foi estudada ao lado de nomes como Evita Peron, da pintora Frida Kahlo, da religiosa Sóror Juana Inés de la Cruz e da ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 1998, Rigoberta Menchu; foi estudada em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) na UEPB, por diversas vezes, e figurou em painel na Universidade de Lafayette, Louisiana (EUA), em 2011; foi tema de discussão em simpósio, no mês de fevereiro de 2015, na Rutgers University, New Jersey (EUA).
O texto é desfiado tal qual cenas de uma peça teatral, perfazendo três grandes atos e um entreato, composto pela descrição da ilha de Fernando de Noronha. Segundo o autor, o acontecimento central do livro foi abordado inicialmente em 1958, por Horácio de Almeida, na obra “Brejo de Areia – Memórias de um município”. Depois, José Américo de Almeida (1976) acrescentou outros detalhes, copiados posteriormente por Dulce Chacon (1979) e Joan Meznar (1997), este último, professor nos EUA.
O livro de Mário Vinícius Carneiro Medeiros é fruto de um trabalho de pesquisa iniciado em 2008 e concluído em 2017. Conforme o autor, para elaborá-lo, foram tomadas por base variadas fontes, a exemplo do processo judicial, registros paroquiais, jornais da época e documentos oficiais jamais citados nas publicações anteriores que trouxeram o “crime de Carlota”, além de vasta bibliografia. Efetuaram-se pesquisas em Areia, Algodão de Jandaíra e João Pessoa (PB), no Vale do Pajeú, no Recife e em Fernando de Noronha (PE), no Rio de Janeiro (RJ) e até em Lisboa, Portugal.
Paixão, política e morte na história de Carlota Lúcia de Brito
Em meados de 1845 chegou à cidade de Areia, na Paraíba, uma senhora de nome Carlota Lúcia de Brito. Do seu passado, somente se soube que era viúva e viera da região do Pajeú de Flores (PE).
Adquirindo uma fazenda na região do Curimataú, algum tempo depois ela conheceu Joaquim José dos Santos Leal, tenente-coronel da Guarda Nacional e chefe do Partido Liberal em Areia. A amizade resultou em um envolvimento amoroso e os dois passaram a conviver como se casados fossem. A convivência do casal na cidade de Areia despertou a ira de algumas pessoas da elite local, principalmente do Dr. Trajano Chacon, chefe do Partido Conservador naquela cidade e ex-vice-presidente da Província da Parahyba. Este sequer aceitava ser vizinho de Carlota, a quem designava como prostituta.
Um dia, quando estava na casa paroquial da cidade, marcando a data do batizado de uma criança, Carlota foi agredida por Chacon. Ali, ela jurou vingança e articulou um plano para matá-lo, o que terminou ocorrendo em setembro de 1849.
Mais tarde, Carlota Lúcia de Brito veio a ser julgada e condenada à prisão perpétua em Fernando de Noronha, arrastando consigo seu amante, Santos Leal. Durante todos esses anos a sua história foi contada, repetida e, também, aumentada e deturpada de diversas formas. Consideraram-na uma mulher de má índole e causadora de tragédias para as duas famílias areienses. Assim, o conjunto de informações obtidas por Mário Vinícius Carneiro Medeiros se propõe a elucidar a verdade dos fatos.
Mais sobre o autor
Mário Vinícius Carneiro Medeiros nasceu em Campina Grande, em 1962. É formado em Direito e em Licenciatura Plena em História pela UEPB. Mestre em História do Direito pela Universidade de Lisboa, é docente da Unifacisa, da UEPB e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Também é autor do livro “Treze Futebol Clube, 80 Anos de História”, lançado em 2006.
Serviço
O quê: Lançamento do livro “O crime de Carlota Lúcia de Brito – A verdade dos fatos”, de autoria de Mário Vinícius Carneiro Medeiros
Quando: Sexta-feira (09/03/18)
Hora: 18h30
Onde: Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), às margens do Açude Velho, em Campina Grande.
Entrada: Gratuita
Outras informações: (83) 3310-9738
Fotos: Talita Uchôa