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Museu de Arte Popular da Paraíba sedia mais uma edição do projeto Palco do Choro na próxima sexta

O projeto Palco do Choro dá prosseguimento às suas atividades na próxima sexta-feira (27), a partir das 19h, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. A iniciativa ocorre mensalmente, graças a uma parceria entre o Grupo Chorata e o MAPP, e desta feita terá como convidado o músico Bolinha. A entrada é franca.
Antonio Granvile da Silveira Nóbrega ou Bolinha, como é carinhosamente chamado pelos familiares e amigos, nasceu em 22 de fevereiro de 1946, em Uiraúna, cidade do sertão da Paraíba. Considera seus pais – já falecidos – mentores e seus maiores incentivadores na seara musical. Contando com a vasta experiência do pai, Manoel Israel da Silveira, saxofonista, clarinetista, compositor, arranjador e maestro e também com o estímulo e positividade da mãe, Jaceme Nóbrega, Bolinha acredita que eles foram os pilares que alicerçaram a firmeza de seus propósitos e objetivos musicais.
Ele faz questão de destacar que a cidade de Uiraúna é conhecida como uma “terra de músicos”, pelo alto índice de pessoas voltadas ao aprendizado musical, a exemplo de seu pai e os irmãos deste, Dedé, César, Misael, Ezinho e Espedito, os quais, conforme contou, “além de músicos, quase todos foram maestros da valorosa e hoje centenária Banda de Música Jesus Maria e José”.
Começou cedo, dedicando-se à teoria musical e a prática do trombone e aos 8 anos, Bolinha já participava da Banda de Música Primeiro de Maio, junto com seu irmão, Wamberto, então com 10 anos. A Banda tinha seu pai como mestre, que se incumbia, inclusive, da regência. Pela desenvoltura com um instrumento de relativa dificuldade de execução e por já ler partituras, o menino costumava chamar a atenção das pessoas.
Mudou-se para a cidade vizinha de São João do Rio do Peixe (PB), à época chamada Antenor Navarro; tempos depois, nos idos de 1959, a família transferiu-se novamente, devido ao ofício do pai de Bolinha, que era coletor estadual, instalando-se em Campina. Na Rainha da Borborema, consolidou sua vocação de músico instrumentista com a participação na Banda de Música Epitácio Pessoa, a Popular Sá Zefinha e na Orquestra Campinense de Frevos, tocando em festas de clubes tradicionais da cidade, como o Clube 31, Campinense Clube e Ginásio César Ribeiro, onde animou “os melhores carnavais de todos os tempos”, de acordo com ele, juntamente com a Orquestra do Maestro Cipó, do Rio de Janeiro e do Maestro Fernando Borges, do Recife (PE). Foi integrante também do conjunto musical Os Apaches, que alcançou grande sucesso na cidade e região, nas décadas de 60 e 70, ao lado de outros conjuntos da época, a exemplo de Os Falcões, Os Rebeldes, Os Paqueras, Os Anjos do Inferno, Ogírio Cavalcante, entre outros.
Medicina, Família e Música
Bolinha foi aluno da primeira turma de Medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em Campina Grande, hoje UFCG, e, ao término do curso, especializou-se em outras localidades, inclusive no Paraná, onde permaneceu durante dois anos, antes de radicar-se, mais uma vez, em Campina. Em 1982, casou-se com a também médica Jeanette Oliveira, com quem tem três filhos, e a quem se refere como companheira constante e grande incentivadora de sua arte. Tem dois netos.
Conforme pontuou, suas atividades profissionais de médico não lhe tiraram a alegria e o prazer de, nos momentos de folga, reunir-se com amigos e parentes para apresentações musicais descontraídas, que lhe proporcionam alegria e realização pessoal.
Pela convivência desde a infância, sempre foi muito ligado ao tio Espedito, e, com a morte do pai, Bolinha passou a admirar ainda mais o tio, considerando-o também como verdadeiro pai, conservando o mesmo amor, carinho e as mesmas afinidades musicais que mantinha com o genitor.
Serviço
O quê: Palco do Choro, com Bolinha
Quando: Sexta-feira (27/04/18)
Hora: 19h
Onde: Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), às margens do Açude Velho, em Campina Grande.
Entrada: Gratuita
Outras informações: (83) 3310-9738