UEPB realiza entrega oficial da guarda do MAC para as fundações Pedro Américo e Padre Anchieta

9 de novembro de 2018


Como culminância de uma parceria celebrada no último mês de agosto, e que já teve toda a documentação devidamente assinada, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) transferiu oficialmente a guarda e a responsabilidade do Museu de Arte Contemporânea (MAC) para a Fundação Pedro Américo e a Fundação Padre Anchieta. A solenidade de transferência do equipamento cultural aconteceu na manhã desta sexta-feira (9), no Auditório do MAC, e reuniu representantes da UEPB e das fundações. As chaves e os documentos com as atividades realizadas no Museu desde a sua inauguração foram entregues pelo reitor Rangel Junior ao magno chanceler do Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento (Cesed), Dalton Gadelha.
O convênio, fruto de uma longa negociação, estabeleceu a cessão, por 25 anos, do prédio do museu, que passará a ser gerido pelas fundações, garantindo que o Museu de Arte Contemporânea seja reativado, sem custos para a Universidade. O MAC permanece como patrimônio da Universidade Estadual, mas a gestão passa para o modelo implementado pela Fundação Pedro Américo e pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.
Antes de entregar oficialmente as chaves do Museu, o reitor Rangel Junior elencou os motivos que resultaram na celebração do convênio. Ele observou que, devido a crise financeira pela qual a Instituição atravessa, ficou inviável manter o museu funcionando, sendo parceria estabelecida a melhor alternativa para garantir que a sociedade continue a usufruir de tão rico equipamento cultural. Rangel disse estar convencido de que a decisão tomada foi a mais acertada e que, em breve, será referendada pela sociedade, que sentirá os benefícios do convênio.
“Tomamos uma decisão muito serena, sensata e segura dos pontos de vista técnico, jurídico e político e social. Então, quando tomamos uma decisão dessa natureza, estamos com a consciência muito tranquila que estamos dando um passo seguro e que as incertezas do futuro não atrapalharão de forma alguma o que estamos fazendo”, destacou. Ele ressaltou que a demora na parceria permitiu às três partes envolvidas construírem um processo de maturidade para assegurar as melhores práticas dentro da estrutura público-privada. Para ele, a parceria entre as instituições representa um gesto de muita maturidade institucional e que se reveste de um conteúdo moderno: a busca para estabelecer relações que preservem o patrimônio público em todos os sentidos e que faça com que esses equipamentos se tornem acessíveis a população.
O presidente da Fundação Pedro Américo e magno chanceler do Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento (Cesed), Dalton Gadelha, disse que o principal motivo a culminar com a parceria foi a preservação da cultura e ampliação do espaço cultural de Campina Grande, da Paraíba e do Nordeste. Ele considerou o momento como um dia histórico e garantiu que as fundações vão cuidar com muito zelo do equipamento, implementando diversas atividades.
Dalton enfatizou que o Museu continua sendo um patrimônio da UEPB, mas, agora, gerido por dois parceiros. “Chegamos a conclusão que era um projeto viável. Então, hoje é a concretização dessa discussão que a gente vem travando há muito tempo, para que o Museu continue a funcionar e abra novos espaços, não só de cultura, mas também de ciência, tecnologia, produção de vídeos, de documentário e filmes”, disse. Segundo ele, no MAC será aberto um novo leque e uma nova realidade para o Museu e quem vai ganhar com isso é a sociedade.
Conforme os termos do convênio, caberá à UEPB fiscalizar todas as atividades administrativas relativas às atividades da parceria firmada. À Fundação Pedro Américo caberá toda a responsabilidade jurídica e financeira para a concretização de todos os objetivos descritos nas cláusulas conveniadas, incluindo contratação de pessoal técnico administrativo e de segurança, conforme as necessidades para o pleno funcionamento do equipamento cultural. Já a Fundação Padre Anchieta ficará responsável por prestar assessoria técnico-científica e cultural, colocando à disposição do MAC todo seu acervo histórico, cultural, informativo e documental.
Dalton adiantou que no Museu vai funcionar a Central Nordestina Cultural, que é um projeto da Fundação Cultural Pedro Américo para ampliar e contar a história do povo da região. Ele observou que a Fundação tem um modelo próprio de gestão, que será empregado no MAC, ficando inclusive responsável por custear todas as despesas do Museu.
Participaram da solenidade o coordenador dos Museus da UEPB, professor Chico Pereira; o ex-diretor do MAC, Ângelo Rafael; a gerente de Marketing da Unifacisa, Adriana Goulart; o diretor de Jornalismo da TV Itararé, jornalista Anchieta Araújo; o coordenador de Comunicação da UEPB, jornalista Hipólito Lucena, entre outras personalidades.
O MAC foi inaugurado em junho de 2012. Quatro anos antes, a Instituição recebeu projeto e recursos, por intermédio de um contrato de repasse, para a construção do espaço, tendo sido a Secretaria de Planejamento e a estruturado de obras do Governo do Estado que gerenciou toda a construção. No entanto, já a partir do ano da inauguração do museu começaram a surgir dificuldades para assegurar a manutenção do equipamento, devido às muitas restrições orçamentárias impostas à UEPB, o que levou a Universidade a fechar temporariamente o museu em 2016 e, em dezembro do ano passado, suspender seu funcionamento.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Tatiana Brandão