Curso de Teatro Infantil do Centro Artístico Cultural da UEPB já conta com cinco turmas

25 de fevereiro de 2019

Iniciado em 2015, o Curso de Teatro Infantil é uma das atividades em crescente demanda no Centro Artístico Cultural (CAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Este ano, serão 75 alunos, distribuídos em cinco turmas. Ministrado pelo professor Sérgio Simplício, o curso compreende uma faixa etária que vai dos 8 aos 15 anos.
Equilíbrio, voz e respiração são alguns elementos abordados durante as práticas, de acordo com Sérgio. Dentre os teóricos que norteiam o Curso, figuram Constantin Stanislavski e Augusto Boal. Aspectos como a história do Teatro, com ênfase no Teatro Grego, também são percorridos. “Costumo inserir esses textos de uma maneira lúdica. Mais tarde, é comum ficar sabendo que o desempenho dos estudantes na escola melhorou, na parte de criação literária e português especialmente. De fato, o conteúdo estimula bastante a imaginação”, acrescentou.
O Curso acontece por todo o ano, sendo que ao cabo de seis meses é feita uma pequena montagem como resultado. Já quando elas são finalizadas, usualmente no mês de dezembro, é exibida uma peça com todos os elementos necessários para uma boa apresentação, a exemplo de cenário, figurinos, sonoplastia e adereços – tudo produzido e mantido pela UEPB. “É bonito de ver como todos fazem questão de tomar parte em todo o processo, inclusive as mães do estudantes, que ajudam no que é necessário”, explanou.
Sérgio destacou que a partir do Curso os estudantes desenvolvem boas noções de responsabilidade e levam muito a sério o ofício. Para ele, um dos pontos marcantes de ser professor da atividade, refere-se às apresentações e ao envolvimento dos estudantes nelas. “Eles se doam muito, querem saber de cada detalhe. É uma animação sem tamanho”, afirmou.
O professor tem se dedicado a exibir nas instituições de ensino, especialmente nas públicas, as montagens feitas. E, de acordo, com ele, surpresas acontecem quando dessas apresentações. “Frequentemente, mostramos as peças nas escolas onde nossos alunos estudam. Bem, alguns deles sofrem bullying nesses locais. É interessante a reação deles e dos colegas durante as encenações e como eles se sentem seguros, mostrando que têm talento àqueles que costumam tratá-los mal”, explicou.
Desde 2015 Sérgio também está à frente de uma iniciativa semelhante, em Nova Palmeira (PB). O projeto conta com cerca de 100 estudantes e acontece por meio de uma parceria entre a Procult e a Secretaria Municipal de Assistência Social da Prefeitura da cidade, através do programa Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
27 anos de Teatro
Em 2019, Sérgio Simplício comemora 27 anos de Teatro. A estreia dele na profissão se deu com o espetáculo “Cadeia dos Ventos”, de Hermano José. Nesse mesmo período, 1992, ganhou o prêmio Palmas, como ator revelação da Paraíba. Já integrou mais de 20 peças, figurando entre elas “Cante para eu dormir” (de Álvaro Fernandes) e “Água, Areia e as Maçãs” (de Aluizio Guimarães). Tem no currículo mais de 15 peças dirigidas, como “Mulheres de Clarice Lispector”, que tem texto dele, “Édipo Rei” (Sófocles), “A bruxinha que era boa” (Maria Clara Machado) e “A Feira” (Lourdes Ramalho). Sérgio ganhou três prêmios de melhor ator e também recebeu 14 indicações na categoria, sendo algumas nacionais e outras estaduais.
Participou de mais de 40 festivais nacionais de Teatro e, em sua trajetória no ofício, fez diversos cursos com renomados profissionais, além de uma formação na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), considerada uma referência na área e localizada no Rio de Janeiro (RJ). Atualmente, Sérgio trabalha no personagem que interpretará na peça “Cara e Coroa”, de autoria de Flávio Romero Guimarães, que deve estrear em meados deste ano.
O artista está na UEPB desde 1994, onde organizou vários eventos (festivais de Folclore e semanas de Extensão, entre outros), e desempenhou diversas funções, entre elas foi coordenador do Núcleo de Cultura e Arte do Campus VIII. Sérgio tem doutorado em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), versando sobre criatividade e a importância dos grandes eventos na cultura local. É mestre em Desenvolvimento Regional, especialista em Regionalização e Análise Regional, e graduado em Geografia, todos pela UEPB.

Fotos: Arquivo pessoal