A proposta é de reinvenção da fotografia. Uma nova reflexão no processo de construção da imagem. Cenas captadas de cidades italianas que aproximam a fotografia da arte e faz o público se reportar para a época das pinturas renascentistas. Assim é a exposição “Fotografia Transgênica – Série Azul”, do professor, jornalista e coordenador de Comunicação da Universidade Estadual da paraíba (UEPB), Hipólito Lucena.
A exposição entra em cartaz na próxima sexta-feira (15), às 19h30, na Galeria de Artes Irene Medeiros do Teatro Municipal Severino Cabral (TMSC), onde fica até o dia 31 de março. As obras serão expostas ao público gratuitamente, nos três turnos, e as escolas também podem agendar visitas ao espaço. Esta série fotográfica trata de uma manipulação genética e origina-se da observação das paisagens e dos espaços urbanos, fundindo uma ideia que gravita entre sonhos utópicos e pesadelos cósmicos.
São imagens de pôr do sol, do anoitecer, da aurora boreal, captadas com aparelho celular e manipuladas com aplicativo de edição embarcado no próprio aparelho que fez a captação. Algumas imagens mostram prédios monumentais das cidades berço da Renascença. No total, a série conta com 30 fotografias em diversos tamanhos, mas apenas 16 estarão expostas.
As fotos foram produzidas em 2015, nas cidades de Siena, Florença, Lecce, Pecara e Roma, além de uma fotografia do Museu Digital de Campina Grande. Hipólito destaca que sua ideia foi provocar uma nova reflexão em torno da fotografia, explorando os fenômenos astrológicos e cósmicos, que ganham forma e cores em um campo abstrato imaginário. As cores embelezam as fotos e as transformam em obras de arte.
O autor da exposição explica que, na construção da “nova imagem”, nada é banal, tudo é ressignificado. As imagens tornam-se iluminadas e complementadas com efeitos celestiais, gerando uma redefinição do espaço observado. Essa manipulação, segundo Hipólito, torna por sua vez, uma imagem recombinada, pluritemporal, em que a ordem natural deixa de ser o principal elemento da composição fotográfica e leva o observador a perceber a evidência escondida num aparente reconhecimento do território.
Texto: Severino Lopes