“Cara & Coroa”: Espetáculo apoiado pela Universidade Estadual terá três exibições neste mês de novembro

20 de novembro de 2019

A comédia dramática “Cara & Coroa”, espetáculo apoiado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), terá três apresentações este mês, em Campina Grande. Livremente inspirada no escritor irlandês Oscar Wilde [1854-1900], conhecido especialmente por suas tiradas espirituosas, a peça tem texto do professor Flávio Romero, direção de Chico Oliveira e produção de José Pereira Beekman.
“Cara & Coroa” será montada nesta quinta-feira (21), às 20h, inserida na programação do 1º Congresso Internacional de Meio Ambiente e Sociedade (Conimas) e do 3º Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido (Conidis), realizados no Centro de Convenções Raymundo Asfora. Já no próximo dia 28, no mesmo horário, a peça integrará a programação dos 56 anos do Teatro Municipal Severino Cabral (TMSC).
Em seguida, no dia 30, o espetáculo segue para o município de Nova Palmeira (PB), onde será apresentado às 20h, no Espaço Cultural Professora Leuzinha, no Centro de Educação Popular (Cenep). A atividade decorre de uma parceria institucional com a Prefeitura da cidade, realizada através da secretária de Assistência Social, Alzilene Gomes dos Santos Azevedo, e da coordenadora do Programa Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Maria da Guia de Oliveira.
No mosaico cotidiano que compõe a peça, real e imaginário se confundem em um tecido existencial perpassado não apenas pelo riso, mas pelas tragédias pessoais vividas pelos personagens Lucrécia de Bórgia, Boaventura e Consuelo. “É interessante notar que eles mesmos veem o lúdico das situações difíceis que enfrentam. É através disso que conseguem dialogar e elaborar a compreensão dessas adversidades”, disse Chico Oliveira.
Chico conta que a peça tem obtido uma aceitação calorosa do público. “Os personagens se confrontam nesse existir. No contexto caótico habitado por eles, surgem as verdades que cada um necessita dizer e, de fato, eles dizem uns aos outros o que carregam em seu íntimo. Então começam a refletir sobre o que alcançaram, o que não conseguiram conquistar, as perdas, nostalgias, desilusões e a plateia se enxerga neles, acompanha toda essa humanidade deles, essa fragilidade, mas também o poder contido nessa vulnerabilidade”, destacou.
Assim, “Cara & Coroa” parece sussurrar, conforme as leis herméticas, que o polo positivo e o negativo da corrente elétrica são mera convenção. “Toda pessoa e toda existência é atravessada pela dualidade, por fracassos e vitórias, gargalhadas e lágrimas. A própria natureza nos envia essa mensagem. O espetáculo aponta para uma realidade muito cruel, mas Lucrécia, Boaventura e Consuelo também enxergam as circunstâncias hilárias possibilitadas pelas experiências da vida. Buscamos transmitir o que é de mais autêntico, o que é de mais essencial e substancial em cada personagem. A nossa encenação é bem recebida, porque ela se preocupa em respeitar a humanidade deles, como eles são, sem maquiagens e filtros. É como se a peça fizesse um convite para que o espectador ria do seu ridículo, como o palhaço faz, por exemplo, rindo de si, mas ao mesmo tempo tendo aquilo como se fosse o mais sagrado que ele possui. O público se diverte, mas igualmente pondera sobre as nossas provocações”, explicou Chico.
Para ele, o sucesso da peça resulta de inúmeros fatores, mas notadamente do trabalho com afinco. “Passamos um ano e seis meses em laboratório, em ensaio, fazendo pesquisas e demos nosso melhor no sentido do profissionalismo e do comprometimento total com a Arte. Temos uma formidável dramaturgia escrita, que favorece a imaginação, uma boa composição cênica dando vida aos personagens, uma produção bem cuidada, atores que fazem o seu papel com muita maestria, dignidade e consciência do que precisam representar, além de uma condução apurada deles. Eu acredito que esse conjunto que alia leveza, densidade e qualidade, fica claro para o público. É patente que depositamos ali nosso tempo, nosso suor e estudo”, detalhou.
O diretor enfatizou a importância do apoio concedido pela UEPB, por meio do Centro Artístico Cultural (CAC) e da Pró-Reitoria de Cultura (Procult). “Tivemos todo suporte e auxílio necessário. Esse estímulo à Arte e ao artista local é fundamental. A UEPB tem feito a sua parte, dando essa contribuição relevante. Sem ela, não teríamos chegado ao nosso objetivo, esse êxito no palco”, finalizou.
No elenco estão Sérgio Simplício, que interpreta Boaventura, Anderson de Sá, que vive Lucrécia de Bórgia e Thiago Trajano, trazendo à cena Consuelo. As músicas são de Thamys Lowrhah, o projeto de iluminação é de Gláucio Bezerra, o cenário e figurino são de Chico Oliveira, a maquiagem é de Goreth Leitão e a execução de figurinos é de Veralúcia Pereira.
 
Fotos: Asley Ravel