Servidores técnicos administrativos, estudantes e professores da Universidade, somados à população em geral, incluindo transeuntes da paisagem urbana, compuseram um verdadeiro “frevo” na rua do CAC, interditada para abrigar a iniciativa. Pelo palco montado especialmente para o dia, passaram as principais atrações do Cinquentinha, a Orquestra Jovens da Borborema, os grupos musicais Garagem de Bamba e Samba Show, o músico baixinho do Pandeiro e Biliu de Campina, dando uma palinha, mas também nomes de peso no município quando se fala na retomada dos carnavais de outrora, a exemplo do diretor do Bloco Ferro de Engomar, Lúcio Galdino, e Flávio Cândido Freire, do Jacaré do Açude Velho.
A idealizadora do Bloco da Saudade, Eneida Agra Maracajá, que desde o começo acompanha o Cinquentinha – ela esteve no primeiro desfile, no Bairro de Bodocongó – participou, igualmente desta quinta edição, que, a propósito, fez-lhe uma homenagem. Presentes ao Bloco estiveram, ainda, o pró-reitor de Cultura José Cristóvão de Andrade, o coordenador de comunicação, Hipólito Lucena, o pró-reitor de Extensão, José Pereira da Silva, a curadora da Sala de Cordel do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), Joseilda Diniz, a diretora do CAC, Patrícia Lucena e o diretor do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, Agnaldo Barbosa, entre outros.
Todos os docentes do CAC, oriundos das áreas de música, dança, teatro e pintura, ampliaram à sua maneira a efervescência artística do Bloco, acrescentando beleza e entusiasmo à ocasião. Repleta daqueles que têm genuína adoração pelo Carnaval, a programação de 2020 contemplou o Boi do Quarenta, a Escola de Samba Unidos da Liberdade, a La-Ursa e o Bumba Meu Boi Racionais, do Bairro Rosa Mística, o Boi Maravilha, do Bairro de Santa Rosa, a Companhia de Projeções Folclóricas Raízes, o Grupo de Teatro Heureca, a Escola de Samba Bambas do Ritmo, do Bairro José Pinheiro e a Cia Livre de Dança, entre outras atrações.
A prata da casa mais reluzente no evento, foi, sem dúvida, o Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra e a Universidade Aberta à Maturidade (UAMA). Já no Espaço Kids, local dedicado às crianças, houve fila para as pipocas e o algodão-doce. Palhaços, piscina de bolinhas, pula-pula e muito confete se uniram para colorir as festividades de Momo dos infantes.
“Nosso tema, Liberdade, Liberdade, reflete a realidade do povo brasileiro que clama por democracia e pelo livre pensamento. Além disso, o Cinquentinha celebra as pessoas em vida, enaltecendo nossos artistas e àqueles que permitem à Arte respirar, ter oxigênio em nossa cidade. Outro elemento interessante e forte do Bloco é a participação da comunidade, como dos bairros Rosa Mística, Quarenta, Liberdade e José Pinheiro, e o suporte e carinho que ganhamos das outras agremiações. É uma honra estar ao lado de quem tem essa convicção no Carnaval do município e faz ele acontecer. Agradecemos ao reitor, Antonio Guedes Rangel Junior, pelo apoio para o êxito da atividade”, apontou o pró-reitor de Cultura.
Como homenageado principal o Bloco tinha Zé Neto (in memoriam). Foram laureados, ainda, Sivuca, Antônio Barros, Lourdes Ramalho, Eneida Agra Maracajá e Luiz Amorim. Em 2020, figuraram ao lado do Cinquentinha, a Creduni, o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (SINTESPB/UEPB), a Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (ADUEPB) e o projeto Campina Folia, da Prefeitura Municipal.
O ajudante de pedreiro Marcos Bezerra de Sousa, de 36 anos, morador do bairro Rosa Mística, era um dos vários vendedores ambulantes que estavam na Avenida Getúlio Vargas, comercializando água. “Há três anos trabalho nessa época. É uma renda extra que me ajuda bastante. Campina tem muito a ganhar com esses blocos. Ganha todo mundo”, explicou.
A dona de casa Rosa Maria dos Santos, 42, residente no bairro da Prata, também esteve no Cinquentinha. Ela soube do Bloco através de uma conhecida que integra o curso de Dança de Salão, no CAC. “É tudo bonito, é organizado e seguro. Eu trouxe meu filho para o Espaço Kids. Gostei demais dessa iniciativa da Universidade. No próximo ano, voltarei com certeza”, garantiu.
Homenagens
Presente à oportunidade, acompanhado pela família, um dos homenageados do Bloco, o cantador Luiz Amorim, 90, explicou estar muito contente pela UEPB haver lembrado dele e do seu ofício, e justo em uma comemoração tão alegre feito o Carnaval. Orgulhoso, ele fez questão de sentar ao lado do grande banner que tinha a sua foto, confeccionado pela Universidade.
A professora Eneida Agra Maracajá, presidente do Instituto Solidarium, diretora do Festival de Inverno e fundadora do Bloco da Saudade, assinalou sua satisfação em ser homenageada pelo Cinquentinha. “É importante mostrar que a memória é o que sustenta a história. Carnaval é emoção, poesia, fantasia e tudo isso nós temos em nossa cidade. Campina tem, sim, Carnaval de verdade. Parabenizo a UEPB, eu admiro sobremodo a Universidade não apenas por abraçar essa ideia junto com a população, mas pela imensa contribuição que ela dá para que a Arte, e os que dela vivem, possam se fortalecer”, disse.
Fotos: Hugo Tabosa