Centro Artístico Cultural da UEPB comemora aniversário de 90 anos do cantador paraibano Luiz Amorim
Na noite de segunda-feira (16), o Centro Artístico Cultural (CAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, homenageou o poeta, repentista e compositor paraibano Luiz Amorim, por ocasião da passagem de seus 90 anos. A atividade, proposta pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult), contou com o aniversariante, com familiares dele e admiradores de sua obra.
Presentes à iniciativa estavam o pró-reitor de Cultura da UEPB, José Cristóvão de Andrade, a curadora da seção de Cordel do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), Joseilda Diniz, os músicos Luizinho Calixto, Caio César, Felipe Sousa, Erivan Ferreira, Ton Oliveira, João Calixto e Biliu de Campina, o jornalista Xico Nóbrega e os filhos de Luiz, a cantora Inaudete, Álvares, Carlos e Miquelaine Amorim.
A programação constou de vários momentos. Entre eles figuraram a abordagem de recortes marcantes na vida do artista, por parte dos convivas. Na mesa de abertura, também ressaltou-se a relevância da produção de Luiz Amorim para a Arte na Paraíba, bem como suas influências para as novas gerações. A cerimônia foi seguida de um coquetel e do “parabéns” ao aniversariante.
Nascido em 16 de março de 1930, no Sítio Retiro, município de Lagoa de Roça, Luiz dispõe de 70 anos de carreira. Seu primeiro trabalho escrito foi publicado na década de 90. Intitulado “Poemas e Glosas de um Cantador”, teve tiragem esgotada. De lá para cá, continuou traduzi
ndo o Nordeste em suas letras, com músicas que ganharam um tom diferenciado na voz de talentosos intérpretes, a exemplo de Inaudete Amorim, que imortalizou duas das mais inspiradas composições do pai, “Flor de Maracujá” e “Deixe eu cantar o meu Baião”; Ton Oliveira, que incorporou ao seu repertório “Fazedor de Feira”; e Fuba de Taperoá, que, em seu álbum “Forró Temperado”, trouxe a música “Feira Feita”, de Luiz.
Em 2019, através da assessoria da Procult, com um projeto coordenado pela professora Joseilda Diniz, Luiz Amorim venceu o Prêmio Culturas Populares, edição Teixeirinha, do Ministério da Cidadania do Governo Federal. Cada mestre recebeu o valor de R$20 mil, sendo que foram premiados 150 mestres e mestras de todo o Brasil, além de 100 grupos e associações.
Luiz começou a escrever poesias ainda na infância e aos 16 anos aprendeu a tocar viola. Aos 18, contudo, precisou dar uma pausa nas práticas artísticas para servir ao Exército Brasileiro, na Companhia de Guarda do Recife (PE). Dez anos depois, ingressou na Polícia Militar, lá permanecendo por mais de duas décadas. Ainda no quartel, voltou a compor. Nesse período, bastante profícuo para a sua obra, conheceu o cantador Pinto do Monteiro, resultando na concepção de mais de 40 músicas. José Laurentino, grande amigo seu, teve, igualmente, importante participação em seu fazer criativo.
Fotos: Hugo Tabosa e Joseilda Diniz