Campina recebe título de cidade criativa da Unesco com contribuição da UEPB na divulgação cultural

9 de novembro de 2021

Campina Grande, sede do Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), foi incluída na rede de cidades criativas da Unesco na categoria de artes midiáticas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (8), pela diretora-geral da organização mundial Audrey Azoulay, em Paris. O processo de candidatura do município teve a parceria de entidades educacionais e da indústria, incluindo a UEPB, que se destacou na divulgação artística e no desenvolvimento de produções em audiovisual.
O prêmio, vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), é um reconhecimento ao compromisso de Campina Grande em colocar a cultura e a criatividade no centro de seu desenvolvimento e em compartilhar o conhecimento. Campina passa a integrar a lista da Unesco junto com outras 49 cidades no mundo. A categoria artes midiáticas engloba arte digital, sonora, realidade virtual e aumentada, arte web, videojogos, robótica, fotografia digital e cinema.
Entre as principais contribuições da UEPB na área está a divulgação da produção audiovisual, com o Festival de Audiovisual Comunicurtas e da curadoria artística do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), também conhecido como Museu dos Três Pandeiros, pertencente à Universidade.
O pedido de reconhecimento foi elaborado pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, do qual participaram outras instituições, incluindo a UEPB, por meio das Coordenadorias de Comunicação (CODECOM) e de Inovação Tecnológica (INOVATEC), com contribuição de diversos setores, incluindo mídia e imagens cedidas pelo MAPP. Hipólito Lucena, coordenador de Comunicação e do Festival Comunicurtas UEPB, comentou que estes setores, bem como outros docentes e servidores, participaram desde o início do comitê gestor da candidatura e na realização do dossiê enviado à Unesco, apontando as ações realizadas, a exemplo do professor Cláudio Lucena, da Coordenadoria de Relações Internacionais (CoRI) e a professora Nadja Oliveira, pró-reitora adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa.
A professora Nadja Oliveira é também diretora técnica da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), outra instituição que teve um papel fundamental no processo de seleção entres as cidades que concorreram em todo o mundo. “Abraçamos o projeto desde o início da construção do dossiê que fora submetido à Unesco, fomentamos com recursos financeiros a proposta e realizamos em conjunto a produção técnica e intelectual do projeto. Além disso, participamos ativamente do 1º Encontro Internacional com as cidades criativas Braga, Guadalajara, e Medelim”, afirmou a docente.
“A gente concorreu com cidades do Brasil e do mundo inteiro e conseguimos êxito. Foi um projeto escrito a várias mãos de todo um ecossistema de inovação e tecnologia da nossa cidade. A partir de hoje, Campina Grande, além de cidade do Maior São João do Mundo e da inovação e da tecnologia, também é cidade Criativa da Unesco”, complementou a professora Nadja Oliveira.
Candidatura
Os municípios interessados em pleitear o título em uma das sete categorias (arte e artesanato; design; cinema; gastronomia; literatura; artes – comunicação e mídia; e música) se inscreveram primeiramente em uma pré-seleção para chancela da Comissão Nacional, da qual faz parte o Ministério do Turismo. As cidades candidatas deverão submeter-se a processo de avaliação por parte de peritos dos setores de cultura e indústria criativa com ênfase na área de especialização escolhida.
Deverão ainda reconhecer a importância do desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo e comprometer-se a promover o papel da cultura e da criatividade na implementação da Agenda 2030. A Unesco aplica critérios de equilíbrio regional e temático na seleção das cidades, de modo a privilegiar áreas geográficas e especialidades criativas com menor representação na rede.
No Brasil, outras cidades também já faziam parte da rede de criatividade da Unesco, sendo elas: João Pessoa (PB), na categoria artesanato e artes populares, Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ) em gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE) em design; Salvador (BA) na música; e Santos (SP) no cinema. Neste ano, o Recife (PE) também entrou na categoria música.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 16 de novembro de 1945 com o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, ciências naturais, ciências sociais/humanas e comunicações/informação.

 
Texto: Juliana Rosas