“I Seminário de Cultura e Artes da UEPB” é aberto com mesa de diálogo e apresentações artísticas

18 de novembro de 2021

Aconteceu na noite da última quarta-feira (17), a abertura do “I Seminário de Cultura e Artes da UEPB: Legado de ações culturais inclusivas na pandemia”. O evento é realizado pela Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT), a Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida (BORAA), o Memorial do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) e o Centro Artístico Cultural (CAC) da Instituição. Como a iniciativa ocorre hibridamente, a transmissão se dá via Coordenadoria de Comunicação (CODECOM), pelo Canal Rede UEPB, no Youtube.
A mesa de abertura foi composta pela vice-reitora da UEPB, professora Vânia Fonseca; o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade, responsável também pela apresentação da solenidade; o pró-reitor adjunto de Cultura e diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva; o professor do Curso de Sanfona ofertado no Campus VI da UEPB, que representou os Núcleos de Cultura da UEPB, maestro Claudinho de Monteiro; o poeta e pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), Josenildo Lima (Jota Lima); a curadora da área de Cordel do MAPP, professora Joseilda Diniz e a coordenadora da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, professora Valéria Soares e Silva.
A solenidade foi aberta com o hino nacional, sendo executado pelos docentes do CAC, Caio César, Erivan Ferreira e Luizinho Calixto. A Orquestra Sanfônica de Monteiro, que tem como integrantes os alunos do Curso de Sanfona, também deu o tom nas apresentações artísticas, trazendo músicas famosas do cancioneiro nordestino, a exemplo de Asa Branca, de Luiz Gonzaga. Em seguida, Jota Lima declamou alguns de seus poemas, como “Liberdade onde andarás?”.
Coube à vice-reitora iniciar o evento. Em sua fala, Vânia Fonseca aludiu à obra do antropólogo estadunidense Clifford James Geertz [1926-2006], segundo o qual a cultura é a própria condição de existência dos seres humanos e acontece por um processo contínuo, em que os indivíduos dão sentido à suas ações. A cultura, então, ocorreria na mediação entre as relações dos indivíduos entre si, na produção de sentidos e significados. “Eu gosto muito de caminhar por esse entendimento de cultura, porque nele existe a garantia da igualdade humana”, ressaltou.
A vice-reitora explanou que dentro dessa dinâmica cultural também surgem comportamentos negativos, que em nada acrescentam. “São posturas que embotam sorrisos, produzem sofrimento. Temos como exemplos maiores disso, as atitudes racistas, a omissão em relação a essas atitudes, o preconceito, o comportamento fraco diante das perversidades cometidas contra populações historicamente agredidas e a exclusão”, detalhou.
Assim, Vânia endossou que a cultura pode ser criada, mas também pode ser mudada e é nessa lógica que a UEPB vem exercendo suas práticas. “Por isso, temos em pauta no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), nesta quinta-feira, a apreciação de duas minutas de ação afirmativa, com cotas para seis segmentos: pessoas indígenas, negras, ciganas, quilombolas, pessoas com deficiência e pessoas trans. Nosso objetivo é colaborar para que seja modificado esse padrão racista, patriarcal e capacitista”, disse.
Discorrendo a respeito da produção cultural, a professora pontuou as instituições de ensino como fundamentais para a humanidade, destacando o formidável trabalho feito pela UEPB, em meio ao contexto de crise sanitária. “A Universidade vem resistindo a muitas adversidades ao longo do tempo, e, principalmente nesse período de pandemia, ela desafiou as dificuldades, criou alternativas e soluções para que, mesmo vendo tantos acontecimentos tristes, a gente pudesse manter o sorriso”, assinalou.
Finalizando sua fala, a vice-reitora acrescentou que desde o começo, ou seja, logo que houve o pronunciamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), acerca da propagação do Novo Coronavírus, a UEPB continuou funcionando, mudando apenas a forma de funcionamento. “A PROCULT também contribuiu para que a gente não perdesse o nosso compasso, a nossa alegria”, concluiu.
Mesa de diálogo
Em seguida, foi realizada a mesa de diálogo denominada “Políticas Culturais na Universidade Pública Brasileira/Ações Culturais e Interação Social no Contexto da Pandemia”, com coordenação do produtor cultural e servidor da PROCULT, Igor Carvalho, e mediação da professora Joseilda Diniz.
A mesa teve como componentes o professor Marcos Dias Coelho (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB), e os produtores culturais Anna Rodrigues (Universidade Federal de Alagoas – UFAL) e Thiago Rodrigues (Universidade Federal do Cariri – UFCA). A oportunidade contou com uma boa adesão online, com os internautas interagindo e fazendo perguntas.
Programação
Nesta quinta-feira (18), a partir das 18h, serão promovidas três mesas de diálogo. A primeira, denominada “UEPB – Ações culturais e reinvenções na pandemia: Teatro/Dança/Música/Artes Visuais”, terá como participantes os professores do CAC, Chico Oliveira, Caio César, Roberto Gomes e Waleska Rocha. A mediação é do professor Agnaldo Barbosa.
A segunda mesa inicia às 19h30, abordando o tópico “Poesia Popular/Artesanato Popular e Museologia/Obras Raras Átila Almeida”, com Joseilda Diniz, Sandrinho Dupan, Valéria Soares e José Pereira da Silva. A mediação é de Josenildo Lima.
Já às 20h30, haverá a mesa “Vozes e Falas dos Ativistas Culturais”, tendo como cerne a presença de Eneida Agra Maracajá, presidente do Instituto Solidarium e fundadora do Festival de Inverno de Campina Grande, bem como de Ronildo Cabral, Juliane Cássia, Sérgio Nascimento, Alfranque Amaral e Evaldo Batista (Mestre Morcego) – todos ligados ao movimento cultural local. A mesa será mediada pelo professor Andrade.
Na sexta-feira (19), o encerramento do “I Seminário de Cultura e Artes da UEPB” será efetuado pela vice-reitora da UEPB. A noite terá como exibições artísticas o “Tributo ao Palco do Choro”, pelo Grupo Chorata, e uma apresentação de JB do Coco e Grupo Tirinete.
A última mesa da iniciativa é intitulada “A importância da formação para o artista”. Nela estarão o coordenador de Cultura do Sesc Centro Campina Grande, Álvaro Fernandes, e os professores Duílio Cunha (Universidade Federal de Campina Grande – UFCG) e Diógenes Maciel (UEPB). A mediação é do ator e professor Chico Oliveira.
 
Texto: Oziella Inocêncio