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Campanha da UEPB “As Mulheres Querem Viver” realiza mesa de diálogo no Centro Artístico Cultural

Na tarde da última quarta-feira (14), a campanha “As Mulheres Querem Viver”, efetuada pelo Observatório do Feminicídio Bríggida Lourenço, proveniente da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), realizou uma mesa de diálogo no Centro Artístico Cultural (CAC) da Instituição, em Campina Grande. Da atividade, proposta via Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT), participou um grande público.

A abertura do evento contou com uma exibição de voz e violão, feita pelo professor do CAC, Caio César. Em seguida, procedeu-se com a mesa, inicialmente através da fala da vice-reitora da UEPB, professora Ivonildes Fonseca. “A Universidade está atenta e articulada às solicitações cada vez mais prementes no que se refere ao respeito às mulheres. É imprescindível que haja uma mudança de comportamento e a Instituição traz à tona esse debate, sempre reforçando o quanto é essencial que cada um se importe com o assunto e com as vítimas, dê o seu apoio, ajudando a enfrentar tais contextos de risco e vulnerabilidade em que as mulheres são inseridas. Esse é um problema de todos, de modo que precisamos combatê-lo juntos e, sobretudo, unidas”, afirmou.

Depoimentos e narrativas variadas se seguiram, com as professoras Terlúcia Maria da Silva, Shirleyde Alves dos Santos, Margareth Maria de Melo e a produtora cultural e poetisa Priscila Rocha. A mediação foi dos professores Gabriel Lopes e Joseilda Diniz. Diversos tópicos foram abordados na ocasião, a exemplo da adoção de práticas cotidianas destinadas ao esclarecimento de tudo aquilo que abrange a violência contra a mulher, desde as agressões físicas, até a importunação sexual, a omissão de auxílio e culpabilização às vítimas.

Um dos aspectos destacados, relacionou-se à questão da violência psicológica. “É fundamental também nos conscientizarmos sobre isso, o quanto é uma conduta nociva e muitas vezes aceita socialmente, vista como inofensiva”, explicou Priscila Rocha.

A conclusão da atividade se deu com uma exibição de Dança do Ventre – da qual participaram a professora voluntária do CAC, Mércia Moura e as estudantes que compõem esse curso do Centro Artístico – e o lançamento do cordel “Nenhuma mulher merece ter o seu direito negado”. A poetisa Anne Karolynne, que escreveu a obra, integrou a ocasião, representando o coletivo “Marias da Poesia”. E, na oportunidade, a professora Joseilda Diniz e ela realizaram a declamação de vários escritos ligados ao tema.

Entre os presentes ao evento estavam o pró-reitor de Cultura, José Cristóvão de Andrade, a diretora do CAC, Patrícia Lucena e o diretor do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, Agnaldo Barbosa. A próxima parada do Observatório do Feminicídio é o Campus da UEPB em Patos, na próxima quarta-feira (21), às 19h. As palestrantes serão a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Brígida Emmanueli, e a delegada responsável pela Delegacia da Mulher em Patos, Silvia Gomes.

Mais sobre o Observatório do Feminicídio e a campanha “As Mulheres Querem Viver”

O Observatório do Feminicídio tem como premissa a adoção de políticas que favoreçam o desenvolvimento de projetos de pesquisa, extensão e estratégias de combate à violência contra a mulher, colaborando para mais discussões e abordagens a respeito do problema. A iniciativa, criada em 2019, por meio da Comissão de Direitos Humanos da UEPB, vem ganhando cada vez mais adesão, dispondo do apoio, por exemplo, da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).

Importante enfatizar que o Observatório do Feminicídio leva o nome da professora Bríggida Rosely de Azevedo Lourenço. Ela lecionava no Curso de Arquivologia, Câmpus V da UEPB, em João Pessoa, e foi vítima de feminicídio em 2012, assassinada pelo então companheiro,  Gilberto Stuckert, que não aceitou o fim do relacionamento.

Já a campanha “As mulheres querem viver sem violência doméstica, sem importunação sexual e sem feminicídio” foi lançada em junho deste ano, partindo da ideia de estimular a consciência de valorização da vida, com vistas à extinção de toda espécie de violência contra a mulher, seja física, sexual ou psicológica. Outro ponto endossado pela campanha é a necessidade de denunciar o fato, bem como de recorrer às redes de atendimento e proteção.

Conheça o site do Observatório: https://observatoriodofeminicidio.uepb.edu.br/.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Julierme Neves