Projeto “Ateliê Aberto” segue em franca execução na Central de Integração Acadêmica da UEPB
A Central de Integração Acadêmica Paulo Freire da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizada no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, é sem dúvida um marco na história da Instituição e motivo de orgulho para todos que fazem parte da UEPB. Recentemente, o espaço ganhou uma nova cara, com o projeto denominado “Ateliê Aberto”, trazendo um conceito diferenciado ao cotidiano de estudantes, professores e técnicos-administrativos da Universidade. A atividade, que data do final de fevereiro, segue em franca execução.
Conforme a coordenadora, professora Val Margarida, na atualidade o Ateliê dispõe de 30 obras. “Estamos na Central antes do começo das aulas, mais especificamente dia 28 de fevereiro. Paramos essa etapa de pintura há pouco e retomaremos no início do semestre 2023.2. Agora, nesse período de visitação, as práticas do Ateliê Aberto funcionarão com os alunos da Educação Básica. Já existem, inclusive, algumas escolas da Residência Pedagógica e do PIBID agendadas”, afirmou.
No momento, o “Ateliê Aberto” congrega o trabalho de mais de 20 artistas plásticos locais, contemplando diversos motivos e estilos, transformando a Central em uma grande galeria. O projeto nasceu de uma ação do componente Ensino de Artes, do Curso de Pedagogia, segundo enfatizou Val. “Embora trabalhe com pesquisa e extensão no campo da alfabetização e letramento, amo o universo da arte. Como artista plástica naïf, sou autodidata e venho me dedicando, nos últimos anos, a essa área”, detalhou.
Boa parte da exposição homenageia nomes culturalmente representativos, a exemplo de Ariano Suassuna, Zé do Pife, Biliu de Campina, Luiz Gonzaga, Marinês e Eneida Maracajá. “O projeto encontra força nos grandes talentos que existem na UEPB e na comunidade, que muitas vezes não possuem espaço para mostrar a sua arte. Todo o material foi adquirido por mim e alguns artistas o trouxeram também. As obras são doadas e precisamos discutir de agora em diante como manteremos esse acervo e de que modo faremos a restauração no futuro”, acrescentou.
“Em dezembro de 2022 planejei um momento de pintura com a turma, que intitulei de Ateliê Aberto, porque queria mais gente envolvida nesse tipo de expressão criativa. Chamei professores, técnicos e discentes para participarem da ação”, disse a professora.
Quando a oficina estava planejada, Val buscou o diretor e a diretora adjunta do Centro de Educação (CEDUC), José Arlindo e Margareth Maria de Melo, com o objetivo de que indicassem uma parede disponível para que ela pudesse pintar com a turma e os convidados. “A ideia foi super bem recebida. De pronto, a professora Margareth me ofereceu as colunas da Central, o que me deixou animadíssima para desenvolver as atividades do Ateliê Aberto, porque são muitas colunas, quase 50. Iniciei a pintura com a minha turma e chamei Adriano Dias, artista plástico naïf de Guarabira, e Carmen Sheila, artista plástica e professora do Centro Cultural Lourdes Ramalho. Carmen foi trazendo os alunos dela também e continuamos conclamando outros fazedores das artes visuais de Campina para que integrassem a iniciativa”, informou.
Fato é que o projeto cresceu e a Central foi tomada pela cor e a criatividade rapidamente. “Mais alunos da graduação foram chegando e me procurando para pintar, docentes do Departamento de Educação começaram a pintar, professores aposentados, como Waleska Silveira, voltaram à UEPB para pintar. Enfim, criamos um grande movimento. Estão vindo estudantes e professores de outros centros e departamentos para nos visitar e já temos algumas instituições públicas agendadas”, apontou a coordenadora.
A professora Carmen Sheila enfatizou sua alegria em fazer parte do empreendimento. “Trouxe meus alunos que estão mais avançados para que pudessem mostrar seu trabalho na Central, foi uma oportunidade excelente para eles”, revelou. Para o diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA), professor Geraldo Medeiros, a iniciativa transformou o ambiente universitário. “Estou muito feliz, porque tudo ficou mais alegre e acolhedor. Acredito que resulta, além disso, àqueles que frequentam o local, em uma sensação maior de pertencimento”, afirmou.
Mais sobre Val Margarida
Val Margarida é professora efetiva do Departamento de Educação desde 2012. Doutora em Educação, é graduada em Direito pela UEPB, além de Pedagogia e Letras – ambos os cursos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Val é filha do artista popular Zé do Pife e pinta desde 2017, estando presentes suas obras em exposições nacionais e internacionais. Atualmente compõe o Coletivo de Mulheres da Arte Naïf Paraíba, sendo seu trabalho conhecido pela originalidade e intensidade das cores. “Desde a década de 90, quando conheci as pinturas de Irene Medeiros, me apaixonei por esse estilo. Irene me inspirou no início e continua me inspirando. Ninguém pintou o cotidiano e as cenas nordestinas de forma tão poética como Irene, ela exibe uma delicadeza e lirismo que me encantam”, contou.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Paizinha Lemos