Museu de Arte Popular realiza últimos preparativos para receber Mostra Movimento Armorial 50

Museu de Arte Popular realiza últimos preparativos para receber Mostra Movimento Armorial 50
10 de maio de 2023

Vários ajustes e adaptações começaram a ser realizados, há cerca de 15 dias, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande – tudo para receber da melhor maneira possível a “Mostra Movimento Armorial 50”, que fica em cartaz de 18 de maio a 20 de agosto no local. Agora, faltam poucos detalhes para que o espaço esteja totalmente apto a receber o evento, que é gratuito e congrega exposição, encontros musicais e rodas de conversa, com patrocínio do Ministério da Cultura e da Petrobras.

Anteriormente, as três salas do MAPP – Música, Cordel e Artesanato – abrigavam a exposição “A Feira de Campina Grande: poéticas e imaginários”. Uma vez retiradas as peças, procedeu-se com algumas modificações no espaço, notadamente na iluminação, com a instalação de mais de 100 refletores com lâmpadas PAR (Parabolic Aluminized Reflector) em LED e trilhos eletrificados, por exemplo. Painéis, tablados acarpetados, paredes soltas em MDF, emassadas, seladas e pintadas, dividindo as áreas internas, foram outras alterações inseridas, bem como efetuaram-se melhorias relacionadas ao sistema de ar-condicionado e à limpeza externa das estruturas cilíndricas de concreto e vidro.

O diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva, explicou que as tratativas para que exposição viesse para o Museu iniciaram em novembro de 2022, quando a produtora e idealizadora da Mostra, Regina Regina Rosa de Godoy, sondava algumas cidades para sediar o evento. “Fomos escolhidos em razão das nossas condições, mas era preciso rever algumas questões de ordem técnica. Enfatizamos o apoio que recebemos da reitora, professora Célia Regina Diniz, facilitando esse processo”, afirmou.

Pereira acrescentou que com essas pequenas, mas importantes reformas, o MAPP ganhou uma nova roupagem, permitindo que possa melhor receber outras grandes exposições no futuro. “Tudo que foi colocado, decorrente dessa iniciativa, permanecerá no Museu. É um ganho cultural enorme para a gente, porque são adequações necessárias para elevar o nosso espaço a outro nível”, assinalou. Ao menos 40 pessoas estiveram envolvidas nesse contexto, compreendendo tanto o staff da Mostra como do MAPP.

O diretor ressaltou, ainda, que especificamente para atender os visitantes nesse período, o Museu abriu um edital para seleção de estudantes cotistas. Eles atuarão como monitores e já estão participando de treinamento com a curadoria da “Mostra Movimento Armorial 50”.

Para Pereira, a expectativa para os próximos dias é a mais positiva possível. “Campina Grande será a primeira cidade do Nordeste a dispor desse evento. Para nós, é um marco do ponto de vista museal, configurando-se também como uma oportunidade fundamental, no que se refere à divulgação e ao fortalecimento desse patrimônio artístico, que é o Movimento. Teremos peças raras, como o figurino de Nossa Senhora, desenhado por Francisco Brennand, para a primeira versão cinematográfica de O Auto da Compadecida, feita em 1969. Há um forte significado, um grande simbolismo para a cultura popular, em tudo que vamos expor aqui. O armorial está cada vez mais vivo e na Rainha da Borborema ele ganha ainda mais expressão”, disse.

O jeito Ariano de ser
A “Mostra Movimento Armorial 50” é basicamente uma viagem ao jeito Ariano Suassuna de ser, de criar e de inspirar, revelando de que modo ele existiu e vem existindo artisticamente, com os seus, no mundo. Com patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobras, idealização e coordenação da produtora Regina Rosa de Godoy, curadoria de Denise Mattar, consultoria de Manuel Dantas Suassuna e Carlos Newton Júnior, a exposição que abre o ciclo de eventos da iniciativa conduzirá o público por um universo fantástico e cheio de imaginação, divido em três galerias, no MAPP.

O visitante poderá conferir 140 trabalhos de artistas essenciais para a arte Armorial, como os do próprio Ariano, Miguel dos Santos, Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga, Zélia Suassuna, Fernando Barbosa e Lourdes Magalhães. A maior parte das obras exibidas pertence a colecionadores particulares e a instituições – a exemplo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Museu da Arte Moderna Aluísio Magalhães e da Oficina Brennand – e nunca havia saído do Recife. Para a etapa Campina Grande, a exposição conta também com cordéis do acervo do MAPP e da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida (BORAA), com curadoria da professora Joseilda Diniz e do poeta Alfrânio de Brito.

Entre os destaques da Mostra, que tem cenografia multicolorida assinada por Guilherme Isnard e identidade visual elaborada por Ricardo Gouveia de Melo, pode-se ressaltar a cronologia completa de Ariano Suassuna, com fotos raras, passando por poemas, livros, manuscritos e vídeos com as suas famosas aulas-espetáculo; uma parte especial dedicada ao artista plástico Gilvan Samico (1928-2013), trazendo xilogravuras e pinturas que jamais foram expostas em mostras de âmbito nacional; e instrumentos e imagens do Quinteto Armorial, grupo de música instrumental idealizado por Ariano, fundado em 1970 e cultuado até os dias atuais.

Antes de chegar ao Nordeste, a Mostra passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, atraindo a atenção de 250 mil pessoas. Agora, finalmente, chegou a vez dos paraibanos e dos turistas navegarem pelo mundo Armorial e do mestre Ariano Suassuna. Os ingressos estarão disponíveis em breve AQUI.

Texto: Oziella Inocêncio (com informações de Capibaribe Conteúdo)
Foto: Gustavo Lima