Museu de Arte Popular da Paraíba abre Semana Nacional dos Museus com nova exposição

Museu de Arte Popular da Paraíba abre Semana Nacional dos Museus com nova exposição
16 de maio de 2024

Na noite da última quarta-feira (15), o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, abriu oficialmente a Semana Nacional de Museus, promovida anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Apesar da chuva intensa que precedeu a iniciativa, ela foi bastante prestigiada pela comunidade local.

O mestre de cerimônias da noite foi o servidor da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) da UEPB, Alberto Alves. O evento iniciou com uma apresentação de voz e violão, capitaneada por Chico Lima. Em seguida, houve a abertura da exposição “Pincéis e Paixão, a Arte das Mulheres no Maior São João do Mundo”. Oriunda do Coletivo Mulheres da Arte Naif PB, ela tem curadoria de llson Moraes.

Compondo a mesa da solenidade, figuravam o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva, e as artistas do Coletivo, Lu Maia, Val Margarida e Analice Uchôa. Em seguida, as outras artistas presentes à exposição, Ana Lima, Célia Gondim, Letícia Lucena, Manu da Pazz, Márcia Margarida, Patrícia Lucena e Waleska Silveira, falaram um pouco de sua vida e obra. O evento foi finalizado com uma exibição da Banda de Pife, de Zé do Pife.

Integrando a oportunidade, entre outros, estavam o coordenador de comunicação da UEPB, Hipólito Lucena; a assessora de Comunicação do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Amazile Vieira; a artista visual Rebeca Souza; a diretora do Centro Artístico Cultural (CAC), Patrícia Lucena; o poeta e pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Josenildo Maria de Lima (Jota Lima); a representante da Secretaria de Educação (SEDUC) da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Giovanna Aquino; e o documentarista Hélio Costa.

Ave, São João!

“No mês mais animado do Nordeste, as cidades se preparam para as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro e se vestem de bandeirinhas e balões coloridos, enquanto as fogueiras ardem no terreiro ao som do forró. É justamente essa atmosfera de alegria e vivacidade que a exposição quer transmitir”, disse Lu Maia. São 29 obras, que segundo o curador, Ilson Moraes, expressam amor à identidade e às tradições regionais, capturando momentos memoráveis, como os casamentos juninos, o entusiasmo das danças e a reverência aos santos da época.

Um dos destaques da exposição, conforme Ilson, é a homenagem ao tradicional “Trem do Forró”, que transporta pessoas de Campina para o município de Galante, em junho. A réplica é confeccionada em caixas de papelão reciclado, coberta de cartolina e pintada com motivos juninos, sendo que cada artista ficou responsável por um vagão, como explicou Lu.

Em sua fala, Val Margarida externou o quanto a UEPB é uma instituição diferenciada. “Quem me conhece sabe o quanto sou fã do Museu, da estrutura dele, de como ele é aconchegante e organizado. A Universidade nos recebeu muitíssimo bem e ela realmente tem essa sensibilidade de olhar para o que é da gente e honrar a nossa produção, a cultura popular e os artistas. Enquanto Coletivo, também nos sentimos acolhidas pelo nosso trabalho ganhar mais projeção, ainda mais no período junino que se aproxima”, assinalou.

Analice Uchôa concordou com Val, pontuando o quanto é difícil a arte feita por mulheres ser devidamente valorizada e remunerada. “Se formos acompanhar a própria história da arte, vamos entender que os homens sempre tiveram mais oportunidades, mais tempo, sobretudo, e que por essa razão as mulheres continuamente foram prejudicadas. O Coletivo existe como resposta a esse cenário. Aprendemos muito juntas e crescemos artisticamente, partilhando nossas experiências. Podermos mostrar aqui o nosso trabalho, é uma coroação disso”, afirmou.

Já o professor Pereira enfatizou que há algum tempo havia o interesse de que “Pincéis e Paixão, a Arte das Mulheres no Maior São João do Mundo” ocupasse uma das galerias do MAPP, e que vinham sendo realizadas tratativas nesse sentido. “A exposição é um convite para celebramos a cultura nordestina. Em cores vibrantes e traços singulares, ela retrata fielmente essa alegria que vivemos todos os anos, é impossível não se identificar. Temos em vista, também, que é essencial a sociedade incentivar a igualdade de gênero para que melhorias reais possam acontecer. Para o Museu, é fundamental colaborar nesse contexto, ampliando a visibilidade para a arte feminina”, concluiu.

O diretor do MAPP destacou, ainda, o papel desempenhado pelo Museu em relação ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão. “A Semana é muito afim ao MAPP e à UEPB, dado que ela levanta o tema ‘Museus, Educação e Pesquisa’. Idealizamos uma programação bastante diversificada até o domingo (19), contemplando o que foi proposto pelo Ibram”, endossou Pereira.

 

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Filipe Chaves