Museu de Arte Popular mobilizou centenas de pessoas durante a Semana de Museus

Museu de Arte Popular mobilizou centenas de pessoas durante a Semana de Museus
20 de maio de 2024

Exposição, oficinas de xilogravura, exibição de filme, mesas-redondas, feira de artesanato e diversas outras práticas atraíram centenas de pessoas ao Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, entre os dias 15 e 19 de maio. Vinculada à Semana Nacional de Museus, proposta pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a iniciativa teve como cerne “Museus, Educação e Pesquisa”.

Dentro da programação, uma nova exposição foi aberta. “Pincéis e Paixão, a Arte das Mulheres no Maior São João do Mundo”, provém do Coletivo Mulheres da Arte Naif PB, tem curadoria de llson Moraes e somou-se à “Carcaças, Tempo e Memória” — exposição de Arnilson Montenegro, em cartaz desde 7 de maio. Juntas, elas obtiveram intensa visitação na Semana, permanecendo no MAPP até julho.

A exposição de Arnilson, contemplada pela Lei de Incentivo Paulo Gustavo, também realizou oficinas para crianças da rede pública, como contrapartida social inserida na Semana. De acordo com ele, cerca de 20 estudantes participaram.

A atividade possibilitou aos alunos vivenciarem de forma lúdica e sensorial como é feita uma xilogravura, conforme acrescentou Arnilson. O roteiro da oficina contemplou temas como a história e a importância desta arte, os materiais e ferramentas necessários ao trabalho, a visão geral do processo, desde a preparação da matriz da xilogravura até a impressão, e os diferentes tipos de tintas e papéis utilizados. Finalizada a prática, os estudantes puderam levar para casa as xilogravuras criadas.

Mesas-redondas e “cinema no pandeiro”

Duas mesas-redondas aconteceram no decorrer da Semana. Da primeira, mediada pela artista visual e curadora Rebeca Souza, participaram o coordenador do Museu de História da Paraíba, professor Chico Pereira e o artista e curador Dyógenes Chaves. Para nortear a oportunidade, escolheu-se o tópico “O museu como lugar-devir no contemporâneo: possibilidades e colaborações”.

A segunda foi composta pela pesquisadora e poeta Claudete Gomes, vice-presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB); a bibliotecária e servidora da UEPB, membro da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida (BORAA), Valéria Soares e Silva; o poeta e pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas da UEPB, Josenildo Maria de Lima (Jota Lima); e a gerente executiva do Museu Casa de José Américo (FCJA), professora Janete Lins Rodriguez. Mediando a mesa, figurava a consultora da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) e curadora do MAPP, professora Joseilda Diniz, sob a temática “Construindo diálogos de conhecimentos, saberes, fazeres e afetos, junto às instituições mantenedoras de acervos raros e cadeia de produção do cordel, xilogravura e cantoria de repente”.

No sábado (18), a noite celebrou o Rei do Ritmo, com o lançamento do livro “Jackson do Pandeiro – O Ritmo na Palma da Mão” e a exibição do documentário “Jackson: Na Batida do Pandeiro”. A ocasião contou com um bate-papo tanto com Deribaldo Santos, autor do livro, como com o diretor do filme, Marcus Vilar. Ambos ressaltaram a importância da obra jacksoniana e de que maneira tiveram suas vidas perpassadas por ela.

Deribaldo, por exemplo, pontuou a supremacia de Jackson na música e a sua contemporaneidade, destacando que a originalidade do artista é tão grande e inspirou tanta gente, que não poderia ser diferente: ele segue onipresente na Música Popular Brasileira (MPB). Marcus, por sua vez, narrou de que modo despontou, na adolescência, seu fascínio pelo universo jacksoniano.

Vale mencionar que a projeção do documentário ocorreu em um dos “pandeiros” dos MAPP, chamando a atenção de muita gente no entorno do Açude Velho. “Fiquei encantada, é um jeito criativo de trazer as pessoas para o Museu. Quando vi de longe, não fazia ideia que era um filme sobre Jackson do Pandeiro. Logo que entendi isso, quis assistir”, disse a pedagoga Janice Bezerra, de 37 anos, residente no bairro de José Pinheiro.

O MAPP também recebeu feiras de artesanato e apresentações culturais, com o Grupo Raízes, Banda de Pife, Chico Lima, Batuque Nagô e Maracagrande, entre outras, movimentando especialmente a área situada na parte inferior do Museu.

O diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva, explicou que a Semana alcançou êxito, graças a uma programação diversificada e educativa, voltada à promoção de ações culturais efetivas. “Pensamos os eventos de modo a ajustá-los ao tema suscitado pelo Ibram e as atividades casaram muito bem com a iniciativa, conquistando um número expressivo de visitantes. Só temos a agradecer a todos que estiveram conosco, seja como público, seja na execução da Semana”, enfatizou.


Texto:
Oziella Inocêncio
Fotos: Filipe Chaves, Hugo Tabosa, Hipólito Lucena, Nicolas Almeida, Divulgação