Instalação “Entre Telas” é aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba

Instalação “Entre Telas” é aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba
29 de novembro de 2024

Na noite da última quinta-feira (28), foi aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande, a instalação “Entre Telas”, de Samy Sah. Reunindo cinema e pintura, a iniciativa acontece por meio do financiamento da Lei Paulo Gustavo, sob a operacionalização da Secretaria de Cultura (Secult) do Governo da Paraíba.

“Entre Telas” conta, ainda, com o apoio da UEPB e do Ypuarana Cultural. Ela traz sete pinturas e três filmes: “Céu”, de Valtyennya Pires, “Nascentes”, de Raysa Prado, e “Outras Belezas: A Beleza da Negritude”, de Marília Faustino.  “Em tempos de tantas telas e tanta pressa, em que as pessoas vão se acostumando a avançar partes de um filme ou música, ou seja, não param para realmente apreciar o que se desenrola ao redor, a instalação convida a um olhar mais demorado”, explicou Samy.

A respeito da junção da sétima arte com suas pinturas, ela detalhou que sempre gostou de misturar técnicas, desde sua primeira exposição, que começou através da autofotografia e terminou com ilustração e bordado. “Nada é feito de uma coisa só, uma linguagem se alimenta de outra”, pontuou. Ela acrescentou que os filmes foram escolhidos por uma curadoria e que se surpreendeu como se alinharam perfeitamente às suas criações.

No documentário “Outras Belezas: A Beleza da Negritude”, na comunidade quilombola Caiana dos Matias, interior da Paraíba, mulheres de diferentes gerações falam sobre o efeito do racismo na autoestima e a busca para vencer os estigmas sociais. Na ficção “Nascentes”, após uma grande perda, uma mulher deseja reorganizar sua vida e sua casa, num processo de reconhecimento em que ela precisa se deparar consigo mesma e com suas outras formas de ser, sobretudo em meio à ausência do outro. Já o documentário “Céu”, entre imagens e depoimentos, retrata a importância e o legado da louceira Maria do Céu, para a cultura centenária da produção de louças, na comunidade quilombola Serra do Talhado Urbano, em Santa Luzia (PB) – Céu foi vítima de feminicídio, em 2013.

A equipe técnica de “Entre Telas” é composta por Walber Rodrigues (direção de arte); Yan Araújo (direção de produção); Íris Ribeiro (assistência de produção); Davi Sedìcias e Luyza Probst (assistentes de arte); Púrpura Freire de Santana (mediadora cultural); André Sátiro (identidade visual); e Ligiane Alves de Souza e Nayara Viturino dos Santos (acessibilidade em braile e em audiodescrição, respectivamente).

A instalação fica aberta ao público de terça-feira a sexta-feira das 10 às 19h e, nos finais de semana, das 14 às 19h. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados de maneira antecipada AQUI. Além de “Entre Telas”, o MAPP segue com duas exposições em cartaz: “Paraíba – Berço da Cantoria, do Cordel e de Culturas Populares”, e “Campina Grande 160 anos – Arte, História, Devoção, Ciência e Tecnologia”.

Presentes ao vernissage, entre outros, estavam o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade; o diretor do MAPP e pró-reitor adjunto de Cultura, professor José Pereira da Silva; a diretora do Centro Artístico Cultural, Patrícia Lucena; a servidora do MAPP, Guia Matos; os curadores da Sala de Cordel do MAPP, professora Joseilda Diniz e o poeta Alfranio de Brito; e o diretor do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), Wanderley de Brito.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Amanda Rocha