Projeto Cordel no Museu acontece neste sábado (14) no Museu de Arte Popular

Projeto Cordel no Museu acontece neste sábado (14) no Museu de Arte Popular
13 de dezembro de 2024

Neste sábado (14), a partir das 15h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, promove mais uma edição do projeto “Cordel no Museu”. Como de costume, a entrada é franca e o evento contará com uma programação variada, percorrendo toda a tarde.

Na oportunidade, será lançado o livro “A Princesa Encantada do Reino de Araçagi”, da poetisa Silvinha França, além do filme “O Mistério da Lagoa do Caju”, que tem direção dela e de Natali Toledo. A parte musical caberá ao professor do Centro Artístico Cultural (CAC) e cantor Caio Czar, e ao Mestre Josélio Vasconcelos. Os poetas da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) também abrilhantarão a iniciativa, com a declamação de seus trabalhos.

O livro a ser lançado tem como ponto de partida as inscrições rupestres existentes na zona rural de Araçagi e uma das lendas criadas no imaginário popular acerca delas, que versa sobre uma princesa, segundo Silvinha. “A obra é ricamente ilustrada e eu mesma aprendi a ler por meio de Cordel, então nosso desejo é que ela seja um incentivo à leitura. Acredito muito na função didática deste gênero, em especial como facilitador do processo de alfabetização”, apontou a autora.

Assim, na publicação de 40 páginas, saída pela Editora Delicatta, arqueologia e cultura popular se encontram, através das estrofes cordelísticas. Na apresentação da obra, o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Pierre Andrade Bertholet, comentou acerca da narrativa bem estruturada do livro, na métrica, rima e oração, com o propósito de despertar a criatividade em crianças, jovens e adultos. “A Princesa Encantada do Reino de Araçagi” dispõe de 40 páginas e sai pela Editora Delicatta.

Já a produção “O Mistério da Lagoa do Caju” aborda a violência sexual infantil, no contexto familiar. O roteiro se vale de diversas metáforas para expor questões como o intenso sofrimento emocional, o medo e a vergonha que muitas pessoas enfrentam, e sua difícil jornada de superação e cura. Retrata, ainda, as respostas absurdas dadas por algumas parcelas da sociedade, que habitualmente minimizam, ignoram o abuso ou culpabilizam a vítima. “Em resumo, o filme nos lembra da importância de ouvir e apoiar quem viveu esse trauma, bem como a necessidade de quebrar o silêncio”, disse Silvinha.

Mais sobre Silvinha França
Severina Luís de França, a Silvinha França, nasceu em 1979, em Guarabira (PB) e mora em Araçagi. É formada em Geografia pela UEPB e especialista em Ciências Ambientais, através do Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa (Cintep). Na qualidade de pesquisadora, concentra-se na pré-história da região do agreste paraibano. É servidora pública em Curral de Cima (PB) e conhecida pela promoção de ações de caráter artístico, a exemplo do “Araçacultura” e o “Cordel das Rosas”.

Seus trabalhos individuais em Cordel incluem títulos como “Um Autista em Minha Vida”, “Sivuca – O Poeta dos Sons”, “Celso Furtado – Homenagem ao seu Centenário”, “Um Cordel para Clarice”, “São João do Passado ao Presente” e “A História de Dona Vinte”. Participou, igualmente, de cordéis coletivos.

É autora de “O Sítio Arqueológico Lagoa do Caju” e contribuiu para livros como o “Dicionário Biobibliográfico dos Cordelistas Contemporâneos”, “Nísia Floresta em Versos de Cordel”, “Pré-História: Uma Coletânea de Textos Didáticos”, “Outra Dose de Saudade”, “O Brasil Entre Cordéis”, “Folhetim”, “Antologia do Cordel das Rosas” e “Antologia da Casa do Cordel”, entre outros.

Além disso, ingressou na Academia Guarabirense de Letras e Artes (Aglacma) e na ACVPB; conduziu o programa Focultura (Rádio Foco Livre/ Imbituba – SC); foi presidente da Associação de Arte e Cultura de Guarabira (AACG); e, na atualidade, é conselheira na editoria de “A União”, veículo da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC).

 

Texto: Oziella Inocêncio
Foto: Arquivo Pessoal (Divulgação)