Projeto Cordel no Museu acontece neste sábado (14) no Museu de Arte Popular
Neste sábado (14), a partir das 15h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, promove mais uma edição do projeto “Cordel no Museu”. Como de costume, a entrada é franca e o evento contará com uma programação variada, percorrendo toda a tarde.
Na oportunidade, será lançado o livro “A Princesa Encantada do Reino de Araçagi”, da poetisa Silvinha França, além do filme “O Mistério da Lagoa do Caju”, que tem direção dela e de Natali Toledo. A parte musical caberá ao professor do Centro Artístico Cultural (CAC) e cantor Caio Czar, e ao Mestre Josélio Vasconcelos. Os poetas da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) também abrilhantarão a iniciativa, com a declamação de seus trabalhos.
O livro a ser lançado tem como ponto de partida as inscrições rupestres existentes na zona rural de Araçagi e uma das lendas criadas no imaginário popular acerca delas, que versa sobre uma princesa, segundo Silvinha. “A obra é ricamente ilustrada e eu mesma aprendi a ler por meio de Cordel, então nosso desejo é que ela seja um incentivo à leitura. Acredito muito na função didática deste gênero, em especial como facilitador do processo de alfabetização”, apontou a autora.
Assim, na publicação de 40 páginas, saída pela Editora Delicatta, arqueologia e cultura popular se encontram, através das estrofes cordelísticas. Na apresentação da obra, o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Pierre Andrade Bertholet, comentou acerca da narrativa bem estruturada do livro, na métrica, rima e oração, com o propósito de despertar a criatividade em crianças, jovens e adultos. “A Princesa Encantada do Reino de Araçagi” dispõe de 40 páginas e sai pela Editora Delicatta.
Já a produção “O Mistério da Lagoa do Caju” aborda a violência sexual infantil, no contexto familiar. O roteiro se vale de diversas metáforas para expor questões como o intenso sofrimento emocional, o medo e a vergonha que muitas pessoas enfrentam, e sua difícil jornada de superação e cura. Retrata, ainda, as respostas absurdas dadas por algumas parcelas da sociedade, que habitualmente minimizam, ignoram o abuso ou culpabilizam a vítima. “Em resumo, o filme nos lembra da importância de ouvir e apoiar quem viveu esse trauma, bem como a necessidade de quebrar o silêncio”, disse Silvinha.
Mais sobre Silvinha França
Severina Luís de França, a Silvinha França, nasceu em 1979, em Guarabira (PB) e mora em Araçagi. É formada em Geografia pela UEPB e especialista em Ciências Ambientais, através do Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa (Cintep). Na qualidade de pesquisadora, concentra-se na pré-história da região do agreste paraibano. É servidora pública em Curral de Cima (PB) e conhecida pela promoção de ações de caráter artístico, a exemplo do “Araçacultura” e o “Cordel das Rosas”.
Seus trabalhos individuais em Cordel incluem títulos como “Um Autista em Minha Vida”, “Sivuca – O Poeta dos Sons”, “Celso Furtado – Homenagem ao seu Centenário”, “Um Cordel para Clarice”, “São João do Passado ao Presente” e “A História de Dona Vinte”. Participou, igualmente, de cordéis coletivos.
É autora de “O Sítio Arqueológico Lagoa do Caju” e contribuiu para livros como o “Dicionário Biobibliográfico dos Cordelistas Contemporâneos”, “Nísia Floresta em Versos de Cordel”, “Pré-História: Uma Coletânea de Textos Didáticos”, “Outra Dose de Saudade”, “O Brasil Entre Cordéis”, “Folhetim”, “Antologia do Cordel das Rosas” e “Antologia da Casa do Cordel”, entre outros.
Além disso, ingressou na Academia Guarabirense de Letras e Artes (Aglacma) e na ACVPB; conduziu o programa Focultura (Rádio Foco Livre/ Imbituba – SC); foi presidente da Associação de Arte e Cultura de Guarabira (AACG); e, na atualidade, é conselheira na editoria de “A União”, veículo da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC).
Texto: Oziella Inocêncio
Foto: Arquivo Pessoal (Divulgação)