Museu de Arte Popular abrigará lançamento do livro “No Beiral do Araçá” no próximo sábado (3)

Museu de Arte Popular abrigará lançamento do livro “No Beiral do Araçá” no próximo sábado (3)
24 de abril de 2025

No próximo sábado (3), às 17h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande, abrigará o lançamento do livro “No Beiral do Araçá”, de Egberto Vital. A ocasião contará com um bate-papo com o autor, sendo presidida pelos escritores André Ricardo Aguiar e Bruno Melo. O ilustrador da obra, Patrício Diniz, também participará do evento. A entrada é franca.

Esta, que é a primeira publicação individual em prosa de Egberto, sai pela editora Dromedário, através da Lei de Incentivo à Cultura Aldir Blanc. Misturando lirismo, atmosfera macabra, regionalismo e crítica social, a obra traz 10 contos, distribuídos em 80 páginas e coletados a partir de causos da tradição oral de Esperança (PB). Segundo o autor, eles se conectam dentro de um universo que atravessa séculos, décadas e tempos distintos, por mais que esse recorte não seja explicitamente demarcado. “São histórias que ouvia na casa dos meus avós e que sempre tive vontade de registrar. Só que eu idealizava esse trabalho com ilustrações que acompanhassem os textos e ampliassem os significados do que estava sendo narrado. Então conheci Patrício Diniz, que foi meu aluno no Ensino Médio, na Escola Monsenhor José da Silva Coutinho, e percebi que ele seria o parceiro perfeito para essa empreitada”, destacou Egberto.

E as influências dele, relacionadas à escrita da obra, foram as mais variadas. “Ao longo da minha trajetória como leitor, fui conhecendo escritores de mistério, como os da coleção Vaga-Lume, especialmente Marcos Rey e Lúcia Machado de Almeida. Com o tempo, descobri Edgar Allan Poe, os Irmãos Grimm… até chegar em Rosa Amanda Strausz e Lygia Fagundes Telles, que talvez sejam minhas maiores inspirações para este livro, tanto em termos estéticos quanto de linguagem. Além da literatura, o audiovisual também me influenciou bastante. Séries de TV como Supernatural, clássicos do cinema de horror e, mais recentemente, produções de streaming, como a brasileira Cidade Invisível, foram fontes de inspiração”, disse.

Adicionadas a esse caldeirão de referências, como pontuou Egberto, figuram narrativas novelescas do final dos anos 80 e início dos 90. “Personagens e entidades sombrias, como ‘a mulher de branco’, de Tieta, ‘o cadeirudo’, de A Indomada, e até mesmo Alexandre, de A Viagem, sempre me despertaram curiosidade e podem ter contribuído para a construção deste projeto literário. Já publiquei alguns contos de horror em antologias, mas um livro composto apenas por textos meus é uma novidade. Arriscava algumas histórias, mas nunca as levava adiante. Porém, com uma maior proximidade com o Clube do Conto da Paraíba, passei a investir mais nesse lado da minha escrita”, detalhou.

“No Beiral do Araçá” tem edição de André Ricardo Aguiar, capa de Klinsmann Emanuel, ilustrações de Patrício Diniz, e participação de Maria Valéria Rezende e Bruno Gaudêncio, com comentários de Clarissa Moura, Rosa Amanda Strausz, Nadezhda Bezerra e Ana Lia Almeida.

Egberto Vital é natural de Esperança, agreste paraibano. Como escritor e acadêmico dispõe de contos, poemas, ensaios e artigos publicados em várias antologias, revistas, anais de eventos, periódicos, jornais e capítulos de livros. Em 2023, lançou “Rasgos Poéticos”, pela Editora Arribaçã, que teve seu lançamento oficial na Feira Literária de Campina Grande. Em 2024, foi o vencedor do II Concurso de Poesia da Arribaçã, com a obra “Fratura Exposta: fissuras”. Inaugurou, em 2023, na Revista Sucuru, a série “Clã[destinos]”, uma sequência de narrativas criadas pelo autor, publicadas de maneira mensal. Atualmente, é membro do Clube do Conto da Paraíba.

Texto: Oziella Inocêncio
Foto: Divulgação