MAPP recebe lançamento de reedição do “EU e outras poesias” de Augusto dos Anjos
Nesta sexta-feira (23), às 19h, será lançada no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, uma reedição do clássico “EU e outras poesias”, de Augusto dos Anjos. Famosa em todo Brasil e internacionalmente, a obra ganha agora uma edição feita na Paraíba. A entrada é gratuita e a iniciativa tem o apoio da Academia de Letras de Campina Grande (ALCG).
À frente da oportunidade estarão o idealizador e coordenador do projeto, Ricardo Pinheiro, e o presidente da ALCG, Thélio Farias. “EU e outras poesias” dispõe de 383 páginas, sai pela Tamarindo Editora (Livraria do Luiz), traz um ensaio crítico do professor e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho, e prefácio original da primeira edição, assinado por Orris Soares.
Ricardo Pinheiro explicou que a publicação conta com ortografia atualizada. “Tomamos essa iniciativa, também, porque a intenção da Editora é levar esse livro especialmente para as escolas da rede pública de ensino e o MEC exige que o material enviado às bibliotecas dessas instituições passe por tal normativa”, informou. Para ele, essa edição vem em boa hora, significando um convite aos leitores para que possam, em contato com o ritmo, as imagens e a expressão poética de Augusto dos Anjos, usufruir a dádiva do prazer estético.
Na apresentação do livro, destaca-se que o autor, reconhecido como o paraibano do século XX, possui uma verve especial entre seus pares e é senhor de uma dicção lírica das mais originais, quer no plano temático, quer na ordem dos recursos técnico-literários utilizados na composição do verso. Acerca disso, pontua Hildeberto em seu ensaio, que a poesia de Augusto está centrada num conflito básico e recorrente, posto que de um lado, figura uma percepção cognitiva de ascendência científica, a partir da qual se modela toda uma visão pessimista face ao processo natural de decomposição das coisas e dos seres, com os obsessivos motivos da morte, da ruína, da doença, da mágoa e da melancolia. “De outro, como que fundando a tensão seminal dessa poética agônica, está um olhar subjetivo forjado na intuição criadora, do qual decorre, em dimensão espiritual, uma ânsia de absoluto que faz pressupor insuficientes os fatores biológicos que regem os mecanismos da vida”, assinalou.
Texto: Oziella Inocêncio