MAPP recebe exposição abordando a história de Campina por meio de seu personagens 

MAPP recebe exposição abordando a história de Campina por meio de seu personagens 
4 de agosto de 2025

Nesta quarta-feira (6), o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), recebe uma nova exposição, versando sobre figuras emblemáticas na Rainha da Borborema: Jorge Mahal, Biu do Violão, Major Palito, Pedro Cancha e outros fazem parte dela, no intuito de mostrar as memórias da cidade por meio destes personagens marcantes. “Quem não é visto, não é lembrado” — título da iniciativa — tem vernissage marcado para as 19h, com entrada franca.

A proposta nasceu do desejo de construir, através da arte e da oralidade, um elo entre passado e presente, possibilitando às novas gerações se conectarem com a história de Campina, segundo uma das artistas, Bruna Sindel, que divide os trabalhos com Dilson Rocha e Italo Corage.

Estarão expostas oito peças, sendo quatro painéis, um quadro e três esculturas. “O material empregado foi bastante variado, utilizando desde papel nas esculturas, até estruturas de madeira, entre outros”, explicou Bruna. O evento terá a participação da atriz e artesã Armênia Amorim, declamando um cordel na abertura, a respeito do tema.

“A exposição permite um diálogo direto com o município, ao trazer à tona essas pessoas que fizeram parte da vida cotidiana de Campina, mas que, muitas vezes, são esquecidas pelas narrativas oficiais. Elas habitaram ruas, bairros, rádios, festas, enriqueceram a cidade com suas trajetórias extraordinárias. É, também, o nosso jeito de agradecer”, detalhou.  A iniciativa se dá por meio do Edital Biliu de Campina, via Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG).

Mais sobre os artistas

Bruna Sindel é a idealizadora de “Quem não é visto, não é lembrado”. Artista visual e tatuadora, é natural de Aracaju (SE), mas vive na Paraíba desde 2018. Naquela cidade, estudou no Ateliê 745, tendo como mestre Elias Santos, conhecido pintor e escultor sergipano, realizando inclusive uma exposição solo no local, chamada “Divas sempre Divas”. Em 2017, tornou-se tatuadora. Também trabalha com diversas técnicas artísticas, a exemplo de aquarela e pintura em tela. Ministrou oficinas relacionadas à criatividade, em vários espaços. Atuou, igualmente, como assistente de arte em curtas-metragens feitos no Estado, como “Comadre Fulozinha” (dirigido por Rai Diniz), “Luto” (direção de Fabi Melo) e “Babau, o Sanfoneiro sonhador” (dirigido por Carlos Mosca), entre outros. É membro do Coletivo Arte é Vida e do Grupo Artistas Visuais Autônomos (Avia-CG).

Italo Tavares, que costuma assinar seus trabalhos como “Corage”, é idealizador do Projeto 580 — atividade que alia inicialmente a arte do Graffiti ao conceito de Urbanismo Tático, uma abordagem de planejamento urbano envolvendo intervenções de baixo custo e curta duração, com o propósito de melhorar a qualidade de vida nas cidades. É diretor do documentário “A Arquitetura de Duda”; diretor do Projeto “Janela da Rua” — ação de extensão universitária que visa cadastrar crianças e adolescentes em situação de rua, com o objetivo de levantar informações sobre essa população, oferecendo apoio e encaminhamento para serviços de assistência social e saúde; e artista convidado do Festival Pão e Tinta (Pernambuco), e da Fundação Espaço Cultural (Funesc), quando participou da pintura do edifício daquela entidade, em João Pessoa.

Dilson Roberto Wanderley Rocha é formado em jornalismo pela UEPB. Autodidata em artes visuais, começou na área em 1982, no Ateliê Livre, do Museu de Arte Assis Chateaubriand (MAAC). Ministra oficinas de arte desde 1990. Em 2010, por exemplo, esteve à frente de uma atividade semelhante, voltada à arte e educação ambiental, por meio da UEPB, efetuada nas cidades pernambucanas de Catende e Palmares. Já em 2015 organizou uma pintura coletiva na Vila do Botafogo, em Natal (RN), dando, ainda, aulas sobre o tema. Em 2020 realizou uma oficina de iniciação à cerâmica, em Campina. Também participou como assistente de arte de diversos curtas-metragens, a exemplo de “A convite de Lamparina” (direção de Joana Marques) e “Terra para Luzia”, de Carla Batista.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação