Segundo dia do Festival Universitário de Artes traz mesa redonda com expoentes do genuíno forró

7 de abril de 2016

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A manhã do segundo dia do Festival Universitário de Artes (Fuá) foi bastante intensa, com diversas oficinas e um minicurso que integraram a programação desenvolvida no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande, sendo que um dos pontos altos desta quinta-feira (7) foi a mesa-redonda “História da Música Pop Brasileira e Forró em Vinil”. Antológica, a ocasião reuniu na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) medalhões do autêntico Forró, como Biliu de Campina e Antônio Barros e Cecéu, além de grandes especialistas no tema, a exemplo do paraibano Assis Ângelo, produtor cultural, biógrafo de Luiz Gonzaga e diretor do Instituto Memória Brasil.
Mediada pelo jornalista Fernando Moura, conhecido principalmente pela biografia “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, de início a mesa seria composta por Assis Ângelo e o paulista Ivan Dias, idealizador do site “Forró em Vinil”. Todavia, o naipe dos que na plateia estavam e foram convidados a participar do debate abrilhantou ainda mais o evento.
Discorrendo acerca daquele que é o mais nordestino dor ritmos, Ivan Dias destacou que o Forró Universitário chegou a São Paulo na década de 90. “Mais tarde essa fase passou e o forró tradicional seguiu com seus admiradores”, disse. De acordo com ele, a marca do “Forró em Vinil” é a variedade, sendo que cabe ao usuário da página selecionar o que deseja ouvir. “Não fazemos censura do que recebemos dos usuários e inserimos na plataforma. É a escolha de quem usa o site que prevalece. A diversidade é imensa. Além disso, muitos cantores e compositores de outrora nos agradecem por efetuarmos o resgate de seus discos, assim como muitos artistas novos nos enviam seus trabalhos recém-concluídos para que os publiquemos”, revelou.
E o debate seguiu nesse veio da estética das músicas. Conforme Assis Ângelo, há músicas boas e músicas ruins, não há como fugir desse fato. “A música boa é aquela que alegra, tem vivacidade e profundidade”, pontuou. Concordando com Assis, Biliu arrancou risadas do público ao afirmar que, “na plenitude de sua ignorância”, acredita que a música boa é aquela que tem capacidade de comunicar e que, nesse sentido, não é preciso escrever duas mil músicas, como “muita gente por aí”. “Dizem que sicrano escreveu não sei quantas músicas… E daí? Não é preciso escrever tanto, se tiver uma música genuinamente boa, está ótimo. Pensem em Jesus, ele não precisou escrever nem um livro”, explicou enquanto a plateia ria.
O celebrado compositor Antônio Barros fez de sua participação no evento uma verdadeira ode à Campina Grande e, logo no começo, cantou uma de suas músicas dedicadas à Rainha da Borborema. Aliás, para deleite dos que estavam assistindo, toda a fala do compositor no evento, que discorreu sobre as origens do Forró, passando por Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, e ainda detalhando como se dá seu processo criativo, foi pontuada por canções que ele lembrava e ia cantando. Já a compositora Cecéu agradeceu o convite do Festival para integrar a mesa e destacou a importância de se reunir os artistas, e também os admiradores do gênero, estimulando o debate.
Mais Música no Fuá
Ainda relacionado ao tema musical, o Fuá promove na sexta-feira (8), a partir das 18h, no Auditório II do Centro de Integração Acadêmica (CIA), às 18h, o lançamento do livro “Canções que falam por nós”, terceiro livro do jornalista e escritor Rui Leitão. A obra é composta por 250 crônicas, que remontam às canções antigas e atuais, procurando passar para os leitores as mensagens que nelas se fizeram presentes quando de sua composição. Além disso, integram o livro músicas de compositores paraibanos que exaltam o Estado, a exemplo de Chico César, Fuba, Erick Von Sohsten, Zé Ramalho, Cátia de França, Pinto do Acordeon e Geraldo Vandré, entre outros. Também são de autoria de Rui Leitão os livros “1968 – O Grito de uma Geração”, editado pela UEPB, e “A Essência da Sabedoria Popular – Crônicas”, pela União.