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Exposição “Chico Pereira Memórias e Anotações” traz registros sobre as Artes Visuais na Paraíba

Na próxima quarta-feira (30), a partir das 19h, ocorrerá no Casarão 34, no Centro de João Pessoa, o vernissage da exposição “Chico Pereira Memórias e Anotações”. Documental, a iniciativa tem como cerne a obra e os arquivos do artista plástico e pró-reitor de Cultura da UEPB, Chico Pereira, perpassando os caminhos das artes visuais na Paraíba, tendo em vista que a efeméride dos 50 anos do início da trajetória do artista está intimamente ligada a eles.
A exposição resulta de um intenso trabalho de levantamento e pesquisa, feito por meio dos arquivos de Chico Pereira, que contempla filmes, fotogramas, slides, documentos, cartas, catálogos, cartazes, recortes de jornal, revistas e livros, objetos e imagens do cotidiano, a exemplo de centenas de imagens do Sagrado Coração de Jesus. Reunido, o material compõe não apenas a recente história das artes visuais na Paraíba, mas se confunde com a própria história da UEPB, que em 2016 também completou 50 anos de dedicação ao desenvolvimento do Estado. Nas suas cinco décadas de inventividade, Chico acompanhou a fundação da Instituição, tendo sido, inclusive, diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand (MAAC), da antiga Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB.
A metodologia empregada para a elaboração do “Arquivo Chico Pereira” foi efetuada, primeiramente, recorrendo às dezenas de caixas e pastas existentes na residência do artista, repletas de todo tipo de documentos e arquivos fotográficos e audiovisuais, colecionados desde o início dos anos 1960. Em seguida, sob a orientação do próprio Chico, procedeu-se com uma triagem para a classificação e padronização dos documentos, notadamente aqueles referentes às instituições públicas e a sua atuação pessoal como artista, administrador, gestor e esteta. Após digitalizado, o material já se encontra disponível para o público, pesquisadores e interessados nas artes visuais da Paraíba, no portal www.arquivochicopereira.com.br, que será lançado oficialmente durante o vernissage. A iniciativa abrange, ainda, um catálogo/livro, com textos selecionados que falam do artista e sua obra, e com artigos escritos por Chico Pereira e publicados em jornais e revistas da Paraíba.
A ideia do projeto, realizado integralmente através do Fundo Municipal de Cultura – FMC (da Funjope, Prefeitura de João Pessoa), e que resultou na exposição e no site, é subsidiar a leitura crítica dos percursos e meandros da obra de Chico Pereira, do trabalho e do protagonismo deste artista paraibano, que, para além de atuar em diversas áreas, a exemplo de museologia, arte-educação, história da arte, semiótica e artes gráficas, segue sendo um observador voraz de seu tempo e um depositário fiel da memória das artes visuais na Paraíba nos últimos 50 anos.
Mais sobre o artista
Nascido em 1944, em Campina Grande, Chico Pereira foi um dos pioneiros da intervenção urbana quando, em 1979, propôs a obra “Um dia de sol”, recolhendo todo o lixo produzido pela população da Praia de Tambaú e exibindo-o na Feirinha, aos próprios frequentadores da praia. Assim, pela primeira vez veio à luz a tônica da arte-ecologia e do seu fundamento nas artes plásticas.
É professor (aposentado) pelo Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e participa ativamente de movimentos culturais desde o início da década de 60, quando, junto aos artistas Eládio Barbosa e Anacleto Elói, criou o grupo Equipe 3, na Rainha da Borborema.
Participou de diversas exposições, como a Bienal Nacional da Bahia (1968), o I Salão MAM-Bahia (1994), a XVI Bienal Internacional de São Paulo (1981) e a Bienal Internacional de Valparaíso (Chile), esta, por indicação da Comissão Nacional de Artes Plásticas (Ministério da Cultura – Minc). Seu currículo artístico também dispõe de exposições coletivas e individuais em mostras realizadas no Brasil e no exterior (Alemanha, França, Portugal, Argentina, Uruguai, entre outros países).
Possui pesquisas, conferências e livros publicados em variadas áreas afins ao seu âmbito artístico. Ocupou diversas funções: foi o primeiro diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand-MAAC (Campina Grande, 1969-74); fundador e coordenador do Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) da UFPB (João Pessoa, 1979-84); vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura da Paraíba; pró-reitor adjunto de Assuntos Comunitários (PRAC) e coordenador de Extensão Cultural (COEX) da UFPB; subsecretário executivo de Cultura do Estado da Paraíba; membro fundador da Sociedade Brasileira de Educação Através da Arte; conselheiro técnico-científico do Conselho Internacional de Museologia (AMICOM/ICOM/UNESCO); representante do Norte-Nordeste da Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP/UNESCO), representante brasileiro no VII Congresso Internacional da Associação Internacional de Artes Plásticas (Varna/Bulgária, 1979), e presidente da Associação Cultural Le Hors-Là/Paraíba, do intercâmbio Brasil-França (1992).
Participou, como membro do júri de seleção e premiação, de diversos salões de arte no Brasil. É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Academia Paraibana de Letras (APL), onde ocupa a cadeira nº 15, cujo patrono é Eugênio Toscano de Brito.
Em 2012 escreveu o livro “Paraíba – Memória Cultural” (Editora Grafset). Publicou, também, uma obra versando acerca de uma das maiores feiras populares do Nordeste: a Feira de Campina Grande. Em parceria com o artista Raul Córdula, escreveu o livro “Os Anos 60 – Revisão das artes plásticas na Paraíba” (Funarte/ UFPB, 1980) e foi coeditor do “Almanac”, espécie de relatório sobre a programação do Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB (1979-84).
Serviço
O quê: Exposição “Chico Pereira Memórias e Anotações”
Vernissage: 30 de novembro de 2016
Hora: 19h
Onde: Casarão 34, localizado à Rua Visconde de Pelotas, 34 – Centro, João Pessoa.
Entrada: Gratuita
Visitação: Até 27 de janeiro de 2017, das 10 às 16h, de segunda a sexta-feira.
Informações: (83) 3218-9708