“Sextas Musicais” do Museu de Arte Popular da Paraíba terá participação de Biliu de Campina
O projeto “Sextas Musicais”, desenvolvido pelo Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), retorna às suas atividades na próxima sexta-feira (31), às 19h. Com entrada franca e periodicidade mensal, a iniciativa apresenta ao público grandes nomes da música nordestina que, na ocasião, além de exibirem toda sua criatividade, interagem com a plateia. Desta vez o convidado será Biliu de Campina.
O “Sextas Musicais” busca não apenas a exibição de um espetáculo, mas conceber um momento intimista entre os envolvidos, em que o público sinta-se à vontade para fazer perguntas e o artista possa contar um pouco mais sobre sua vida, obra, inspiração, carreira e experiências as mais variadas. Nesse sentido, o da descontração, o artista convidado da vez se afina muito com a proposta do evento. Com um vestuário já peculiar – bolsa de couro a tiracolo, alpercatas, chapéu e invariavelmente camisa xadrez – o barbado de olhos azuis mais famoso da Rainha da Borborema, é facilmente encontrado na Praça da Bandeira, em conversas informais, às vezes com a participação de fãs.
Conhecido pelo raciocínio rápido e a simplicidade com que desenvolve tiradas espirituosas e brilhantes, bem como pelos trocadilhos – “me sinto muito bem quando sou incluído na relação dos chamados ‘artistas da terra’, pois desconheço artistas de outros planetas”, “tem gente fazendo forró à força, e dizendo que está dando força para o forró (da música Cantando Forró à Força), “eu entrei na Faculdade de Direito, mas o Direito não entrou na minha faculdade”, “o rico pega o carro e sai pra passear, o pobre sai pra passear e o carro pega” (da música o Pobre e o Rico) – Severino Xavier de Sousa, o Biliu de Campina, nasceu no dia 1º de março de 1949, e se auto intitula “O Maior Carrego do Brasil”.
Admirador e pesquisador contumaz do legado de Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti, principais influenciadores de sua obra, Biliu dispõe de uma discografia em que predomina o caráter satírico e irreverente nas composições, passeando por ritmos característicos da região, a exemplo do coco, xaxado, baião e xote. Teve sua primeira composição gravada em 1984, “A grande herança”, por Messias Holanda. Seu primeiro CD foi o independente “Do jeito que o diabo quer”, contendo as músicas “Galope diferente”; “Paraibariá”; “Sinto falta”; “Chifre sem dor”; “Coco Limeriano”; “Melhor que tu”; “Um mundo de São João”; “Catirina”; “Mulher avião”; “Do jeito que o diabo quer”; “A grande herança”; “Embolada com “T”; “O pobre e o rico” e “Candidato a virar boi”.
Com 68 anos, sendo mais da metade da vida dedicada ao ofício de cantar e criar, Biliu conta que a beleza da cultura popular nordestina, que conheceu ainda na infância, é a responsável pela sua trajetória musical sempre alinhada à autenticidade. Já participaram do projeto “Sextas Musicais” do MAPP nomes como João Gonçalves, as ceguinhas de Campina Grande, Zé do Pife, Duduta e seu regional, Três do Nordeste e Severino Medeiros, entre outros.
Serviço
O quê: Projeto Sextas Musicais do Museu de Arte Popular da Paraíba, com Biliu de Campina
Quando: 31/03/17
Hora: 19h
Onde: No MAPP, às Margens do Açude Velho, em Campina Grande.
Entrada: Gratuita
Outras informações: (83) 3310-9738
Fotos: Divulgação