A apresentação, que mesclou música e poesia, foi regida pela maestrina Priscila Santana e pontuada por recitais da escritora Rejane de Sousa. Reforçaram a plateia o vice-reitor da UEPB, Flávio Romero Guimarães; o pró-reitor de Cultura, José Cristóvão de Andrade; e a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neab-Í), Ofélia Barros.
Na opinião do professor Flávio Romero, projetos como o PRIMA são extremamente importantes e, sendo a UEPB uma instituição estadual, também se sente partícipe desse processo. “Estamos vivendo um momento de recrudescimento da intolerância e da falta de respeito. Então, no momento em que o Estado mantém um projeto inclusivo, nós também nos sentimos tocados pela necessidade de estarmos próximos, especialmente do ponto de vista da preocupação com a política de desenvolvimento da cultura da paz, do respeito à diversidade, às singularidades e às diferenças”, afirmou o vice-reitor.
O professor Andrade lembrou que a Pró-Reitoria de Cultura da UEPB também tem como foco a realização de atividades inclusivas – a exemplo do Ballet UEPB e das orquestras Filarmônica e de Violinos – e sempre apresenta o PRIMA como um projeto estadual que vem dando certo ao longo dos últimos cinco anos. “Avaliamos essas iniciativas como algo de destaque e que devem servir de exemplo para todas as escolas e municípios paraibanos, pois quem ganha com isso são as crianças, os jovens, a sociedade e a educação. Nosso desafio é levar para todas as comunidades da Paraíba, que não têm acesso a esse tipo de cultura, a inclusão social e o processo de paz”.
Atualmente, o PRIMA mantém crianças e adolescentes inscritos nas cidades de João Pessoa (nos bairros de Tambiá, Novais e Alto do Mateus), Campina Grande, Santa Rita, Catolé do Rocha, Cajazeiras, Itaporanga, Patos, Guarabira e Conde. A previsão é que em 2018 se estenda também aos municípios de Sousa e Monteiro. Na apresentação deste fim de semana, seus integrantes trouxeram músicas que refletiam as realidades, os sofrimentos, as lutas, as alegrias e orgulhos dos negros representantes de várias épocas e países.
“No geral as pessoas acham que esta é apenas mais uma atividade, mas não. É sobretudo um evento político, para mostrar que existem pessoas que estão lutando, que todos temos essa raiz afro e que é muito importante desconstruir os paradigmas de separação do branco e do negro, da ocupação de espaços”, afirmou a professora Ofélia Barros, acrescentando que “um evento como este é mais um passo neste caminhar, em um momento que vemos cada vez mais a intolerância se ampliando em nosso estado, em nosso país e em nosso cotidiano”.
Ao final da apresentação, em conversa com o governador Ricardo Coutinho, com a secretária de Estado da Mulher e Diversidade Humana, Gilberta Soares, e com o secretário de Cultura de Estado da Cultura, Lau Siqueira, o vice-reitor Flávio Romero ressaltou o interesse da UEPB em se colocar à disposição do Governo da Paraíba para estabelecer parcerias no sentido de fortalecer a arte e a cultura do Estado.
Texto e fotos: Giuliana Rodrigues