De 12 a 30 de junho, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) receberá o 30° Salão do Artesanato da Paraíba. É o primeiro evento sediado no MAC, desde que o espaço, que tem como proprietária a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), foi cedido às fundações Pedro Américo e Padre Anchieta. O tema abordado este ano pela iniciativa será “Labirinto – A Arte que Une Gerações”.
A UEPB estará no Salão com uma instalação fotográfica remetendo à imagem do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), e dois totens que retratam, em tamanho natural, Jackson do Pandeiro e a mãe dele, a coquista Flora Mourão. As obras foram feitas pelo artista gráfico Jô Oliveira, conforme acrescentou o pró-reitor adjunto de Cultura, Chico Pereira. “Posicionada logo na entrada do MAC, a instalação se coaduna ao Ano Cultural aprovado via Conselho Universitário (Consuni) da Instituição, em deferência ao Rei do Ritmo e ao centenário de seu nascimento, festejado em 31 de agosto de 2019”, disse.
Ele acrescentou que a área também servirá para a difusão das atividades a serem desenvolvidas pela Instituição, por meio da Pró-Reitoria de Cultura (Procult) e do MAPP, em tributo ao cantor e compositor nascido em Alagoa Grande. Já tradicional no período que abrange o Maior São João do Mundo, o Salão é uma atração a mais dentro da festa e terá como entrada um quilo de alimento não perecível. Através de uma parceria, o Governo do Estado e a Diocese do município direcionarão as doações para as entidades campinenses destinadas ao apoio dos mais necessitados.
Em cena se fará presente todo o encanto das peças do artesanato paraibano, vórtice agregador de um sem número de materiais, a exemplo de cerâmica, madeira, tecido, metal, palha e couro. Contudo, nesta edição, a estrela mais brilhante na constelação do artífice da Paraíba será o Labirinto. A delicadeza, a graça e a beleza dessa joia manual encontrará eco na homenagem feita a seis mestras da tipologia, representando mais de quatro mil profissionais que trabalham com o Labirinto no Estado: Maria Marta Ferreira, Evanilda Cavalcanti de Farias, Antônia Ribeiro de Mendonça, Terezinha Matias Cristóvão, Antônia do Nascimento Marinho e Rita Fernandes da Silva.
A visitação se dará das 15h às 22h. A estrutura congregará 330 expositores, abarcando, ainda, a parte gastronômica, com comidas e bebidas típicas da Paraíba. Na Praça de Alimentação, aliás, o enfoque estará em alimentar o corpo e suprir a alma, posto que nela terão lugar dezenas de apresentações alinhadas à premissa de engrandecer a arte regional, com trios de forró pé de serra e grupos diversos.
A estimativa é que mais de R$ 1 milhão sejam comercializados durante estes 19 dias de evento, acolhendo um público que deve exceder as 100 mil pessoas. Uma das tônicas contempladas pelo Salão diz respeito ao cuidado com o meio ambiente, dado que está descartada a utilização de canudos e sacolas plásticas.
Sobre o Museu de Arte Contemporânea
Inaugurado em junho de 2012, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) resultou de projetos e recursos recebidos quatro anos antes, por intermédio de um contrato de repasse para sua edificação. A Secretaria de Planejamento do Governo do Estado esteve à frente da construção. Todavia, mesmo no ano da inauguração, o contexto já se delineava financeiramente adverso para a UEPB.
No decorrer dos anos, cresceram as restrições orçamentárias impostas à Universidade, tornando impossível a manutenção do local. Por isso, o MAC foi fechado temporariamente em 2016 e, em dezembro de 2017, teve seu funcionamento suspenso. Nesse ínterim, a Reitoria da UEPB buscou alternativas que garantissem a reabertura do Museu. A parceria entre a Universidade, a Fundação Pedro Américo e a Fundação Padre Anchieta, após reuniões, prospectos e planejamentos, começou a ser desenhada em agosto de 2018, sendo efetuada em novembro daquele ano. A partir de então, o MAC passou a ser gerido pelas fundações, garantindo, sem custos para a Universidade, o funcionamento do espaço museal.
O convênio firmado determinou a cessão, por 25 anos, do prédio do Museu. De acordo com o estabelecido, está a cargo da UEPB fiscalizar todas as atividades administrativas concernentes à parceria. Aspectos como a responsabilidade jurídica e financeira, no que se refere à concretização dos objetivos descritos nas cláusulas conveniadas, ficam a cargo da Fundação Pedro Américo. Já elementos como a assessoria técnica e científica são relacionados à Fundação Padre Anchieta.
Deste modo, o MAC permanece como patrimônio da Universidade Estadual da Paraíba, com gerência exercida pela Fundação Pedro Américo e pela Fundação Padre Anchieta e a população continua desfrutando de um amplo e arrojado equipamento cultural.
Texto: Oziella Inocêncio