Próxima edição do Palco do Choro terá participação do músico Francisco de Assis de Sousa no MAPP

20 de agosto de 2019


O Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, promove no dia 30 de agosto, a partir das 19h, junto com o Grupo Chorata, mais uma edição do Palco do Choro. A iniciativa segue incentivado o gênero mensalmente, exibindo uma atração musical em clima descontraído e estimulando o diálogo entre as mais diversas gerações de músicos na cidade. Desta feita, o convidado será Francisco de Assis de Sousa. A noite terá ainda a participação de Vanuza Vieira. A entrada é franca.
Natural da Rainha da Borborema, Francisco nasceu em 19 de julho de 1958, filho de Francisca Silva de Sousa e Luiz Fernandes de Sousa. O pai era proprietário de uma marcenaria. Desde cedo, o músico passou a conviver com a arte desempenhada naquele setor de trabalho e já na adolescência começou a dar seus primeiros passos na Lutheria. A princípio, restaurava instrumentos musicais de clientes, tendo posteriormente evoluído para a fabricação de violões, cavaquinhos, violas, bandolins e pandeiros.
“Ao contrário de hoje, não dispunha das facilidades que vieram com as novas mídias. A Internet, por exemplo, traz todo tipo de saberes, inclusive de natureza profissional, além dos contatos na área. A solução naquele período foi me tornar autodidata”, explica. Sozinho, reinventou técnicas e ferramentas necessárias ao processo de construção dos instrumentos, alcançando êxito, apesar da dificuldade, dado que várias de suas peças foram para as mãos de grandes profissionais da Música, tanto no Brasil quanto em outros países, a exemplo dos EUA, Inglaterra e Canadá. Também colaborou para atividades importantes no segmento, como a pesquisa nacional do músico Cacai Nunes, oriundo do Clube do Choro de Brasília, no portal “Um Brasil de Violas”, cujo projeto foi aprovado pelo Governo Federal. Contribuiu, ainda, para uma especialização que contemplava o tema “A Viola e o Repente Nordestino”.
Francisco teve como motivação para a Lutheria a música instrumental, em particular o Chorinho. Na época, seu instrumento predileto era o Cavaquinho. Mais tarde, veio a conhecer e ter como vizinho “Duduta do Cavaquinho”. “Era assim que ele era conhecido naqueles anos”, lembra. Não demorou para que iniciassem um proveitoso ciclo de amizade e um bom intercâmbio nos aspectos musicais e na produção de instrumentos de cordas. Esse convívio duraria até a aprovação de Francisco em um concurso público do Estado, para a função de delegado de Polícia Civil, após a conclusão do curso de Direito na então Universidade Regional do Nordeste (Urne).
Devido aos diversos cargos conquistados dentro da instituição e às atribuições como delegado, a Música e a Lutheria foram sendo relegadas a uma parcela desigual do tempo de Francisco. Contudo, nos últimos anos atingiu sua aposentadoria, podendo, assim, finalmente dedicar-se à prática do resgate musical de chorinhos, bem como ao estudo da sanfona de oito baixos.
 
Texto: Oziella Inocêncio