Palco do Choro retoma atividades com apresentação musical no Museu de Arte Popular da Paraíba
Após um hiato de três anos, em decorrência tanto da pandemia da covid-19 como para efetuar alguns ajustes necessários, o Palco do Choro – projeto cultural exitoso feito em parceria com o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) – retoma suas atividades. Como de costume, a proposta é capitaneada pelo Grupo Chorata, trazendo uma noite dedicada a celebrar o Chorinho, um dos mais bonitos gêneros, além de genuinamente brasileiro. O evento acontece nesta sexta-feira (18), em Campina Grande, no MAPP, às 19h30, com entrada franca.
A programação terá como homenageadas Lissandra Rocha e Fernanda Júlia, que interpretarão grandes sucessos do cancioneiro chorístico. E, mantendo a tradição, o Grupo Chorata fará as “honras da casa”, procedendo com a abertura das atividades.
Segundo um dos componentes do Grupo, André Farias, o projeto retorna com a melhor das expectativas, sem perder de vista, é claro, o objetivo de valorizar os artistas e a criatividade. Para ele, entre os principais e contínuos desafios da iniciativa, está a necessidade de cada integrante se manter empenhado no estudo e execução das peças de Choro, para garantir uma boa performance musical nas apresentações e a ampliação do repertório, bem como a busca por financiamento, de modo a custear despesas referentes à manutenção deste empreendimento cultural.
Entre os pontos positivos, ele elencou a disponibilidade do espaço físico do Museu de Arte Popular da Paraíba, a excelente localização e a comparecimento frequente de um bom público. O projeto Palco do Choro ocorre todos os meses e a ideia é oferecer um programa de qualidade na Rainha da Borborema, gratuitamente, sempre com essa tônica de enaltecer o gênero.
Atualmente, o Chorata é composto por José Rocha (violonista 7 cordas), André Farias (violonista 6 Cordas), Felipe Oliveira (flautista), Maria Clara (pandeirista), Victor Herbert (bandolinista) e Castor Filho (cavaquinista).
O Som do Brasil
O Palco do Choro tem periodicidade mensal e a primeira edição ocorreu em 5 de agosto de 2016, conforme ressaltado por André. “Nesse período, o projeto se consolidou, integrando o calendário de eventos artísticos na Rainha da Borborema, e ofereceu à plateia noites memoráveis. Nelas brilharam artistas como o saxofonista Hermes Filho, Duduta e seu Regional, o multi-instrumentista Zezé Duarte, as cantoras Eloisa Olinto e Agnes Nunes, o bandolinista Guga Rocha, os pandeiristas Abdoral e Almir, bem como o bandolinista Wilson Maria, entre outros”, recordou.
Por meio da atividade, o Chorata se inclui como promotor da música instrumental, exaltando o Chorinho como a primeira música autenticamente nacional. Além disso, o conteúdo dos shows é habitualmente difundido através de mídia digital, entre os admiradores do gênero, ganhando ampla divulgação.
O projeto também propaga o talento dos artistas locais, posto que a cada edição é homenageado um músico, seja individualmente ou em grupo. Muitos dos participantes, inclusive, provêm do Curso de Música da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), sendo outros oriundos de escolas privadas.
Sobre as homenageadas desta edição
Lissandra Rocha é campinense. Filha de músico, cresceu ouvindo Bossa Nova, Chorinho, Samba e outros gêneros. Desde 1998 faz parte da cena musical campinense, tendo cantado em banda, grupos vocais e barzinhos. No intuito de aprimorar suas habilidades, fez aulas de técnica vocal na UFCG e com outros professores particulares.
Em 2018, quando foi convidada para participar do projeto Palco do Choro, Lissandra começou a se dedicar mais intensamente ao Chorinho, realizando lives nesse estilo, ao longo da pandemia. No ano de 2021, esteve no programa “Artistas – Revelando Talentos”, oriundo da TV Nordestina, e a partir daí recebeu um convite para cantar no “Natal Iluminado” da cidade. Enfermeira de profissão, ela divide o tempo de modo a se aprofundar em seu amor pela música.
Fernanda Júlia também é natural de Campina Grande. De acordo com ela, sua história com a música começou antes mesmo do nascimento, já que graças ao Choro e ao Mestre Duduta, os pais dela se conheceram. Quando criança, começou a tocar pandeiro acompanhando a família, (a mãe tocava violão, e, o pai, cavaco e oito baixos).
Embora não tenha deixado de lado sua afeição primeira, a percussão, aos poucos Fernanda foi buscando outros rumos e encontrou o canto. Na atualidade, é soprano do “Coro em Canto”, no qual pratica e estuda canto lírico, estando, igualmente, em projetos voltados ao Choro, Samba e outras vertentes da Música Popular Brasileira (MPB). Além disso, é cirurgiã-dentista, formada pela UEPB.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação