2º Seminário de Cultura traz várias atividades à programação do Congresso Universitário da UEPB

2º Seminário de Cultura traz várias atividades à programação do Congresso Universitário da UEPB
9 de novembro de 2023

Oficinas, minicursos, mesas de diálogo e exposição são algumas das atividades realizadas pela Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), dentro do 2º Seminário de Cultura e Arte, que integra o 3º Congresso Universitário da UEPB. A programação se estende até esta sexta-feira (10), com variadas práticas direcionadas a toda a comunidade que compõe a Instituição e demais interessados.

Uma dessas iniciativas foi a mesa de diálogo denominada “Desafios e Perspectivas das Ações Culturais na UEPB – Relato das Práticas Culturais dos Instrumentos da PROCULT”. A ocasião trouxe uma visão diferenciada acerca do tema, envolvendo servidores, estudantes e docentes, sobre os obstáculos e as vivências cotidianas no setor, fornecendo um panorama mais amplo de suas atividades, além de expor a opinião de artistas e pesquisadores da área.

Membro do circuito universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (UNE/PB) e servidor da referida pró-reitoria, Gabriel Lopes era um dos integrantes da mesa e sublinhou a importância do evento. “É o momento de discutir coletivamente, para além dos funcionários da PROCULT, em relação a novos horizontes que tratam do fazer e produzir cultura na Instituição. Por meio desse espaço, conseguimos construir algumas demandas que com certeza iluminarão futuros empreendimentos artísticos na UEPB”, disse.

Gabriel destacou, também, quão essencial é ouvir a comunidade estudantil no que concerne à PROCULT. “Afinal, no segmento universitário, os estudantes representam a maior esfera. Nosso papel é sempre ter em vista as necessidades dos discentes, escutar suas ideias, críticas e sugestões, para estabelecermos, nesse sentido, metas mais alinhadas às expectativas”, pontuou.

Direitos Humanos & Cultura
Já Eduardo Gomes, extensionista da UEPB e um dos idealizadores do Programa Campina Cultural, prestigiou outra atividade do Seminário: o minicurso “Direitos Humanos, Cultura e Inclusão Social”, ministrado pelo pró-reitor de Cultura da UEPB, professor José Cristóvão de Andrade.

“Essas oportunidades promovidas pelo Seminário têm funcionado como uma bússola para nós do Campina Cultural, mostrando as demandas mais urgentes do setor, tanto na perspectiva institucional como no que se refere ao Estado. E a proposta vai além, pois une pessoas que possuem uma sensibilidade afim ao tópico, o que é proveitoso para todos”, apontou.

Presente na plateia, o professor de Teatro do Centro Artístico (CAC), Chico Oliveira, concordou com Eduardo e acrescentou que falar sobre Direitos Humanos, em especial no contexto vivenciado pelo mundo hoje, é mais do que uma necessidade. “E a arte e a cultura são elementos que atravessam a humanidade e a civilização como guias, mas também como forças que nos sustentam. Colocar nossas experiências nesse cenário, dialogar e se alegrar com o pensamento e as ideias do outro, significa, talvez, encontrar um meio de lidar com as adversidades”, afirmou.

Cordel no centro do palco
Sempre celebrado com louvor pela PROCULT, não poderia ser diferente: o cordel figura no centro do palco, na programação do Seminário. A mesa “Mestres das Artes e Culturas Populares: O Cordel, Cantoria, Xilogravura e outras Poéticas Orais”, tendo à frente os curadores do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) – a professora Joseilda Diniz e o poeta Alfrânio de Brito – foi bastante prestigiada pelos estudantes da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA).

“Tivemos uma recepção incrível por parte desses universitários, cuja atenção e respeito enchem o coração de qualquer educador e pesquisador. Falamos principalmente sobre como o saber independe de livro ou escola. Lembramos que cada um daqueles senhores e senhoras que nos escutava, representava um repositório vivo de memórias, tradições e histórias de vida, igual aos nossos mestres”, explanou Joseilda.

Pouco afeito a “falar em sala de aula”, como ele mesmo enfatizou, Alfrânio saiu encantado da mesa de diálogo realizada na UAMA. “Confesso que só me sinto confortável onde existe o verso, é o meu ambiente, mas eu achei maravilhoso. No início, todos estavam tímidos, mas logo a participação deles se tornou completamente espontânea e intensa. Interessante que alguns disseram ter vergonha de gostar de cordel, a tal ponto essa arte foi marginalizada na época deles. Que bom que a academia abraçou o gênero, fortalecendo o valor dessa expressão cultural”, acrescentou.

Alfrânio afirmou, no entanto, que embora as universidades estejam admitindo mais o cantador de viola e a poesia popular, o povo está deixando de declamar. “Hoje, o mundo cibernético é o que atrai mais, isso vem tirando o romantismo da vida, da poesia. Então, quando eles escutam o cordel, aquilo que ficou lá atrás, há uma recordação automática, eles se lembram vivamente, para a gente é gratificante ver essa alegria renovada. Ao enxergar isso, vamos procurar lá no fundo do baú, como eu fiz, declamando poetas contemporâneos deles”, detalhou.

A PROCULT também participou do “Sarau Chá com Poesia: Ciência e Cordel”. O encontro poético-cultural teve como objetivo fazer um passeio pelo universo do gênero, trazendo poemas autorais, música e declamação. Entre os que passaram pela iniciativa estavam a reitora da UEPB, professora Célia Regina Diniz; a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca; o pró-reitor de Cultura da UEPB, professor Cristóvão Andrade; o poeta e diretor da editora da UEPB, professor Cidoval Morais; o poeta e professor Rafael Melo; Jota Lima Cordelista, estudante e servidor da UEPB; o poeta e aluno da UEPB, Ramon Salles; o professor Marcelo Germano; a poetisa e estudante da UEPB, Jemima; e o poeta Tiago Monteiro. O evento foi promovido pelo Grupo de Popularização e Comunicação Pública da Ciência.

Luz, Câmera, PROCULT!
A programação do Seminário abrange inúmeras vertentes do trabalho efetuado pela PROCULT, conforme assinalou o professor Andrade. “Ficamos imensamente felizes por mostrar à nossa comunidade o que temos desenvolvido. É uma satisfação para nós haver esse momento, em que todos os olhares se voltam para as nossas ações, pois é tudo feito com carinho e dedicação”, destacou o pró-reitor.

Pertinente a isso, o stand da Pró-reitoria de Cultura na Central de Aulas Paulo Freire vem sendo muito visitado pela comunidade acadêmica e em geral, segundo informou o servidor do setor, Alberto Alves. “O local apresenta uma série de materiais, em áudio e vídeo para que a população possa ter uma amostra do que a PROCULT produz. Temos, por exemplo, algumas peças que foram expostas no MAPP, vídeos institucionais e promocionais dos nossos instrumentos culturais, como o CAC, além de trabalhos do Grupo Acauã da Serra. Exibimos, ainda, ícones da cultura popular, tanto com referências à literatura de cordel e xilogravura, como enaltecendo figuras de destaque na música paraibana, como Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Marinês”, explicou Alberto.

O stand da PROCULT também dispõe de um espaço interativo, com computadores e fones de ouvido, e através disso o visitante acessa vários arquivos multimídia, inclusive podendo acompanhar um grande número de eventos realizados pelo setor.

O 2º Seminário de Arte e Cultura da PROCULT vai até esta sexta-feira (10) e atividades musicais figuram nele, igualmente, como o minicurso “Diálogos Culturais e Amorosidade – Encantos para a Terceira Idade”, ministrado pelo professor de violão do CAC, Caio Czar.

Integram o Seminário o diretor do MAPP e pró-reitor adjunto de Cultura, professor José Pereira da Silva; o produtor cultural Zé Luan Costa; o diretor do Memorial Acauã da Serra, Agnaldo Barbosa; o pesquisador e jornalista Xico Nóbrega; os servidores Joelma Araújo e Uirá Agra; e a diretora do CAC, Patrícia Lucena, entre outros. Na programação do evento consta, ainda, uma mostra de artes visuais do Campina Cultural – Programa de Extensão da UEPB, que apoia a execução do evento.

 

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação