Museu de Arte recebe lançamento do livro “Recordação de Vida”, de Rosa Amélia Vitorino

Museu de Arte recebe lançamento do livro “Recordação de Vida”, de Rosa Amélia Vitorino
10 de junho de 2024

Nesta quinta-feira (13), às 19h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, recebe o lançamento do livro “Recordação de Vida: Troca de Saberes”, da professora Rosa Amélia Vitorino Guimarães. O evento tem entrada franca.

Compondo a mesa de abertura figuram a autora; Ida Steinmüller e Wanderley de Brito, gestores do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG); a advogada e poeta Maria do Socorro Batista Gomes; o designer Gibram Yásser Vitorino Batista de Almeida, que responde pela capa do livro; e o docente da Universidade Federal da Campina Grande (UFCG) e poeta Roniere Leite Soares.

A obra dispõe de 193 páginas e sai pela Grafep – Gráfica e Editora, com prefácio da registradora civil Elvira Maria Albino Farias e apresentação do padre Sérgio Francisco Leite. Trata-se de um livro de memórias, compreendendo relatos da infância, adolescência e da vida adulta de Rosa Amélia. É uma narrativa corajosa, em cujas linhas ela fala, por exemplo, da violência obstétrica que sofreu, numa época em que pouco se comentava sobre o assunto, da depressão pós-parto, e do assassinato do filho, Leonardo Vitorino Guimarães, aos 19 anos, em junho de 2004, no Parque do Povo.

Porém, como pontua Guimarães Rosa, em “Tutaméia: Terceiras estórias” (1967), “viver é um rasgar-se e remendar-se”. E, de fato, a autora costura formidavelmente a própria existência — a capa do livro, não por acaso, é uma colcha de retalhos — mostrando de que maneira ela teceu e fortaleceu seus fios de fé na vida, participando ativamente da Associação Campinense de Apoio às Vítimas de Violência (ACAV), apoiando e integrando eventos relacionados ao tema, realizando campanhas de conscientização, fazendo trabalho voluntário, colaborando em fóruns de Direitos Humanos, enfim, espalhando beleza pelo mundo, malgrado a dor sentida, conforme assinala o padre Sérgio.

Rosa Amélia também traz à luz lembranças muito vívidas de quando morava no então Distrito de Boa Vista, detalhando seu cotidiano escolar, as brincadeiras na fazenda da família e a doçura do pai, acolhedor e amoroso, contrariando o relato de quase todas as suas amigas de infância acerca de suas figuras paternas, consideradas frias e distantes.

“A autora aborda suas vivências, acontecimentos importantes e marcantes, buscando fontes remotas, próximas e atuais, registrados pela escrita e por imagens. Com esse trabalho, ela nos deixa o ensinamento de que o mais importante é decidir, fazer a escolha pela fé e esperança, como sustentação e superação, colocando cor e alegria na construção da nossa história”, explica Elvira Maria Albino Farias.

A escritora Rosa Amélia Vitorino Guimarães é graduada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pós-graduada pela UEPB. Natural de Boa Vista, no Cariri paraibano, exerceu o magistério na rede municipal de ensino de Campina Grande. É membro da Cáritas Diocesana de Campina e líder e facilitadora da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), integrando, na atualidade, diversos movimentos sociais.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Arquivo Pessoal