Cordel no Museu realiza edição especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher

Cordel no Museu realiza edição especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher
27 de março de 2025

Neste sábado (29), a celebração da poesia tem hora marcada em Campina Grande: às 15h, começará mais uma edição do projeto “Cordel no Museu” sendo que, desta feita, a atividade é alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. O evento é realizado pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), a Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) e o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), que sedia a iniciativa, com entrada franca.

De acordo com a professora Joseilda Diniz, que é uma das curadoras da Sala de Cordel do MAPP, a oportunidade terá o lançamento da obra coletiva denominada “Os machistas não aguentam mulher que faz terapia”. Aliando muito bom humor, irreverência e críticas ao comportamento de uma parte da ala masculina, o trabalho reúne a criatividade das poetisas da ACVPB, segundo acrescentou a docente. “O título é uma referência direta à clássica tentativa machista de silenciar e rotular as mulheres de ‘loucas’ ou ‘desajustadas’, sugerindo terapia para elas”, afirmou.

Ela explicou que durante o “Cordel no Museu” também haverá uma nota de repúdio à diretoria da ACVPB, relacionada à convocação e posterior cancelamento do cordel coletivo, que seria escrito em homenagem ao “Mês da Mulher”. Nesse sentido, as poetisas da Academia fizeram uma carta aberta, como assinalou a professora. “Março está terminando, mas o tema da igualdade de gênero precisa nos acompanhar todo o tempo. O machismo está entranhado nas mais diversas configurações sociais, e na cadeia produtiva do cordel isso não é uma exceção. Nosso intento é que ele seja uma ferramenta de representação justa e de educação para a igualdade. Não podemos aceitar que ações e discursos que diminuem a mulher, colocando a criatividade delas em uma posição secundária, continuem sendo reproduzidos. Buscamos, então, não apenas denunciar essas práticas, mas pensar em maneiras de transformar tal contexto. O cordel tem um grande alcance, é por excelência um espaço privilegiado para incentivar as mudanças”, disse.

A oportunidade também contará com o lançamento de “Biliu em Cordel — A História do Maior Carrego do Brasil”, de autoria de Rafael Melo Poeta. Publicado por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), o folheto reverencia a vida e a obra de Biliu [1949-2024], um dos maiores artistas da Rainha da Borborema.

O “Cordel no Museu” começou em abril de 2019, com o propósito de estimular e agregar poetas e xilogravuristas, editoras, vendedores de folhetos e admiradores, perfazendo, ainda, novos públicos. Malgrado o nome, a atividade já teve como sede outros locais da cidade, a exemplo da Vila do Artesão e do próprio Campus I da UEPB, em Bodocongó.

Texto: Oziella Inocêncio