Procult articula reconhecimento do Festival de Inverno como Patrimônio Imaterial 

Procult articula reconhecimento do Festival de Inverno como Patrimônio Imaterial 
9 de julho de 2025

Mais do que um evento pontual no calendário da Rainha da Borborema, ele é visto como um símbolo cultural da cidade e cheio de ramificações voltadas ao trabalho social. Trata-se do Festival de Inverno de Campina Grande (FICG), recentemente reconhecido como patrimônio imaterial do Estado. Toda a articulação para que tal ocorresse se deu através da Pró-reitoria de Cultura (Procult) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O pleito foi realizado pela Procult ao deputado estadual Félix Araújo Filho. “Tudo começou com uma sugestão nossa para que, como aconteceu com o Festival de Cultura de Passa e Fica, no Rio do Grande do Norte, no mês de maio deste ano, o mesmo ocorresse com o nosso Festival de Inverno e ele ganhasse este reconhecimento, considerando sua grandeza e valor para a cidade e seus moradores”, explicou o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade.

Ele lembrou que desde o nascimento do Festival, a UEPB busca colaborar, sendo parceira do evento numa totalidade significativa das edições. “Entendemos a enorme relevância do Festival para a educação e a cultura e este estreitamento de relações entre a Pró-reitoria e a iniciativa só cresceu, especialmente, ao longo dos últimos anos, sendo que hoje a mostra de teatro se dá utilizando o nosso Centro Artístico, por exemplo”, contou o professor.

Para Andrade, esta maior visibilidade concedida ao Festival foi mais do que merecida. “Certa vez a professora Eneida Agra Maracajá, idealizadora dele, mencionou que na Paraíba se dá título até ao tamanho do cuscuz, sendo que faltava realmente conferir a devida relevância à iniciativa. Campina Grande não tem apenas o Maior São João do Mundo como evento cultural, que, aliás, é o único do Nordeste, com 50 anos de existência. Foi com esse sentimento de admiração que a Procult entrou em contato com a assessoria do deputado Félix Araújo Filho, por meio de seu filho, Felix Araújo Neto, nosso colega professor, para que esse pleito chegasse até a Assembleia Legislativa e, para a nossa felicidade, a Procult foi atendida, o deputado apresentou a solicitação em votação no dia 17 de junho e houve aprovação por unanimidade. A Paraíba reconhece quão valioso e bonito é o Festival e isso traz muito orgulho para a nossa Pró-Reitoria e toda a UEPB”, disse Andrade.

Mais sobre o Festival de Inverno de Campina Grande

As mais variadas artes têm vez no Festival de Inverno de Campina Grande, que surgiu na cidade em 1974. Uma das características mais marcantes do evento é a sua organização — ele dispõe de um perfil executivo muito afim à própria persona de Eneida Agra Maracajá, que em todos esses anos buscou subsídios para que o Festival acontecesse, a despeito das várias mudanças econômicas e políticas, escasseamento de verbas e outros fatores.

O viés do Festival é claramente educacional e de democratização do conhecimento, por isso ele sempre buscou unir arte e formação. Oficinas, cursos, exposições e espetáculos diversos compõem a programação, desde o começo. Além disso, outros projetos foram surgindo e se consolidando, como o “Tamanquinho das Artes”, desenvolvido na Feira Central, tendo como objetivo a inclusão social de crianças em atividades artísticas, notadamente a dança. O evento também fomentou o surgimento de novas plateias e incentivou o desenvolvimento de artistas locais, muitos dos quais tiveram no Festival a primeira oportunidade de se apresentar ao público.

 

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação