3ª dia do Congresso Universitário tem apresentações de trabalhos científicos com foco na pandemia
A produção científica a todo o vapor. Conhecimentos e saberes compartilhados. Trabalhos nas diversas áreas do conhecimento abordados em diversos ângulos, temas que impactam diretamente na vida das pessoas. Informações importantes colhidas no trabalho de campo. Pesquisas aprofundadas e futuros cientistas ganhando visibilidade sob os olhares atenciosos dos professores/orientadores e avaliadores externos. Tudo isso se deu na manhã do terceiro dia do Congresso Universitário da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) que foi marcado pelas apresentações de trabalhos e mostra das produções científicas Stricto Sensu.
Mais de 800 trabalhos foram apresentados durante dois dias de apresentação, abordando temas nas áreas de Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias e Computação; e Linguística, Letras e Artes. São trabalhos de Extensão, PIBIC, mestrado, doutorado e especialização. Mais de 200 professores da UEPB e de outras instituições atuaram como avaliadores.
As apresentações foram distribuídas em diversas salas disponibilizadas no primeiro andar da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpus I. Cada estudante teve, em média, 15 minutos para fazer a apresentação, sob olhar do orientador e de dois professores da banca de avaliadores, incluindo os avaliadores externos. Como a maioria dos trabalhos foi desenvolvido no contexto pandêmico, muitos projetos procuraram abordar os efeitos da covid-19 na sociedade, principalmente na assistência à saúde e na economia.
Uma das salas foi reservada para apresentação de, pelo menos, oito trabalhos na área de Direito. Temas como o crescimento da violência e do alcoolismo durante a pandemia, e os efeitos da doença na economia dominaram as discussões. Um dos trabalhos foi apresentado por Marina Dantas de Morais, e teve como foco “Direito ao trabalho: uma análise do impacto da pandemia e da imunização no mercado de trabalho e geração de emprego no Estado da Paraíba”.
Na apresentação, Marina Dantas, que teve como orientadora, a professora Paulo Cristiane da Costa, mostrou que na Paraíba o período de pandemia se refletiu no mercado de trabalho, com fechamento de postos de trabalho e diminuição de admissões nos diversos setores, como a prestação de serviço, que foi o que mais sofreu com mais de seis mil demissões no primeiro ano da pandemia. Em compensação, após o avanço da vacinação, esse cenário mudou e o mercado começou a recuperar força para gerar novos empregos e renda. “Durante a imunização houve um aumento crescente de admissões em comparação a 2020. Na quantidade total em 2021, foram admitidas mais de 30 mil pessoas na Paraíba”, destacou.
As consequências da pandemia também foram objetos da pesquisa desenvolvida pelo estudante de Fisioterapia, Railson Carlos Olinto de Brito, em seu trabalho de Iniciação Científica. Com tema geral “Epidemiologia e câncer”, Railson aprofundou a sua pesquisa sobre os pacientes oncológicos durante a pandemia. “Durante a pandemia a realidade foi totalmente diferente. A questão clínica mudou, o tratamento mudou, e acoleta de dados foi afetada. Tudo isso precisa ser avaliado, pois a pandemia ainda não acabou”, observou.
Na pesquisa orientada pela professora Railda Nascimento, o estudante abordou os aspectos epidemiológicos que envolvem os pacientes oncológicos no momento da pandemia, especificamente em Campina Grande. A professora Railda Nascimento acrescentou que em meio às circunstâncias dos problemas sanitários, muitos pacientes enfrentaram dificuldades para entrar nos hospitais e ter acesso ao tratamento. “Percebemos que os pacientes oncológicos foram potencialmente sacrificados naquele momento da pandemia, porque precisaram ficar reclusos em seus ambientes e só adentrar nos hospitais em caso de urgência e emergência”, observou a orientadora.
Outro trabalho apresentado na manhã desta quinta (10) teve como tema “Plasticidade de Feijão Caupi nas roças Gasosas sob restrição hídrica”, foi apresentado pelo estudante Guilherme Félix Dias, mestrando em Ciências Agrárias. Em sua abordagem, ele mostrou que esse tratamento pode viabilizar o feijão caupi, pois melhora as condições do solo, mesmo em condições extremas de escassez de água. O professor Alberto Soares de Melo, que orientou Guilherme, enfatizou que a apresentação foi o recorte de um projeto macro, que visa garantir a sustentabilidade agrícola no Semiárido, mesmo em meio às crises hídricas.
A professora Josivana Almeida Nunes, do curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), atuou como avaliadora externa no congresso, e avaliou como alto nível os trabalhos apresentados. “São trabalhos muito bem apresentados. Um evento como esse dá visibilidade aos estudantes que estão aprendendo a serem cientistas e verdadeiros pesquisadores”, destacou.
A reitora da UEPB, professora Celia Regina Diniz fez questão de acompanhar algumas apresentações, e ficou encantada com a qualidade dos trabalhos. “Eu vejo esse Congresso como um momento muito dinâmico, fantástico, onde todos os estudantes, professores e técnicos podem apresentar os seus trabalhos. E também podem conhecer os trabalhos de outras pessoas e de outros grupos de pesquisa de Extensão e na área de Ensino, de Cultura e Tecnologia”, destacou, enfatizando que com esse Congresso a UEPB está mostrando que ela é viva e o que ela faz para contribuir com a sociedade, tanto paraibana, quanto nordestina e brasileira.
Com o tema “Ensino, pesquisa, extensão e cultura na UEPB: desafios e perspectivas no contexto atual”, e mais de três mil inscritos, o 2° Congresso Universitário seguiu com palestras, mesas redondas, mostras, venda de livros, apresentações culturais e exposição, realizados em diversos espaços da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire.
Uma das mesas redondas teve como tema “A extensão universitária e suas implicações em ambientes não-acadêmicos”, e foi debatida pelos professores Breno Cabral (UFRN), Élida Correa (UEPB) e Etevaldo Almeida (UERN), tendo como mediador o professor Simão Lindoso da UEPB. Entre as palestras, realizadas no Auditório II, aconteceu a que teve como título “A Extensão Universitária, extensão rural, bem-viver e segurança alimentar”, proferida pelo professor Roberto de Sousa Miranda, da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE).
Texto e fotos: Severino Lopes
Você precisa fazer login para comentar.