4ª edição do Fórum de Gestão Cultural das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras é encerrado
Na manhã da desta quinta-feira (10), aconteceu o encerramento da 4ª edição do Fórum de Gestão Cultural das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras (FORCULT/NE). Realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT), o evento foi sediado no Auditório 2 da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpus I, bairro de Bodoncongó, em Campina Grande.
A plenária de conclusão das atividades contou com várias deliberações e abordou diversos temas, a exemplo da necessidade de mapeamento tanto das práticas culturais quanto de equipamentos, nas Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras (IPES) do Nordeste; atenção aos editais e realização de um panorama acerca do orçamento disponível para o setor, em cada local; identificação de demandas relacionadas a cursos de planejamento cultural; e intercâmbio para capacitação.
Ainda pertinente à questão financeira, foi sugerido como meta que as universidades dispusessem de ao menos 1,5% de seu orçamento para a cultura, de modo que ela fosse encarada, de fato, como um quarto pilar, ao lado da extensão, ensino e pesquisa.
Dentro da plenária também foram elencados como pontos fundamentais a criação de um novo ciclo de formação voltado à concepção de Planos de Cultura, com o objetivo de favorecer o avanço conceitual, metodológico e prático nesse aspecto, no âmbito das IPES, e das políticas culturais correlacionadas, bem como a formação em Gestão Cultural Universitária, posto que seja uma demanda estruturante para o segmento. Nesse sentido, foi apresentada no FORCULT a proposta de elaborar um curso integrado, entre IPES da região Nordeste, em nível de especialização, direcionado à Gestão do setor. Enfatizou-se, além disso, a necessidade de criação de cursos superiores, no campo da graduação, em Produção e Gestão Cultural.
Na oportunidade, o vice-presidente da Associação Cultural Balaio Nordeste, Henrique Sampaio, informou acerca do andamento do Projeto de Lei (PL) por ele escrito, focado em todo serviço público, nacionalmente, a fim de facilitar a contratação de pessoas que dominam saberes e fazeres importantes para a difusão do conhecimento. “A ideia desse PL é que haja o reconhecimento desse notório saber, sem que seja exigida uma formação prévia para a contratação”, explicou.
De acordo com Henrique, a proposta foi encaminhada via gabinete do deputado Luiz Couto, tendo retornado com parecer técnico para um pequeno ajuste e adequação, e deve passar por audiência pública para que alcance outro nível de trâmite. “Nosso desejo é que o PL seja levado ao debate público, articulado com os setores envolvidos, aprimorando esse trabalho”, endossou.
Eleição, minuta e moção
Durante a conclusão do FORCULT/Nordeste, procedeu-se com uma eleição para a nova gestão do Fórum, compreendendo o período de 2023 a 2025. Foram eleitos na ocasião, como coordenadora, a professora Maria Lana Monteiro, da Universidade de Pernambuco (UPE), como coordenadora adjunta, a professora e curadora do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), Joseilda de Sousa Diniz e, como secretário, o professor Marcos Dias Coelho, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
Na plenária houve também uma moção de aplauso pela recente criação da Pró-reitoria de Cultura na Universidade Federal do Ceará (UFC) e uma menção honrosa à professora Ada Guedes e aos estudantes que compõem o Programa de Extensão Campina Cultural. Nesse momento, os integrantes da comissão organizadora do FORCULT destacaram a enorme contribuição do Projeto para a plena realização do evento.
Um dos pontos altos da programação foi a participação do representante do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA/PB), Gabriel Lopes. Em sua fala, ele pontuou o quanto o ambiente das universidades necessita de Cultura, por ser ela o eixo que norteia a juventude, com referências, geração de conhecimento, fornecendo um sentido para as coisas e um “ir além disso”, expandindo a formação intelectual e humana. Noutra esfera do tema, Gabriel trouxe ao debate como a chamada “cultura periférica” continua sendo alvo de preconceito e vista como algo menor, mesmo no cenário das universidades.
Agradecimentos
O pró-reitor de Cultura da UEPB e coordenador da Comissão Organizadora local do 4º FORCULT/NE, professor José Cristóvão de Andrade, agradeceu aos participantes do evento e classificou a realização do Fórum pela UEPB como um sucesso, superando as expectativas. Ele salientou o empenho e apoio provindo da Instituição, para o êxito das atividades, enfatizando a Reitoria, a Coordenadoria de Comunicação (CODECOM), a Pró-reitoria de Infraestrutura (PROINFRA) e a Pró-reitoria Estudantil (PROEST).
Já a professora Joseilda, recém-empossada coordenadora adjunta do FORCULT/NE, afirmou que o evento veio fortalecer o papel da UEPB de pensar e empreender o fazer cultural. “A Instituição sempre teve seu protagonismo nesse contexto, dispondo de sua própria pró-reitoria, seus equipamentos culturais, desenvolvendo suas propostas, acompanhando e enaltecendo os artistas. Então é com alegria que vamos desempenhar essa missão, enxergando, igualmente, como um desafio, dando a nossa colaboração para que a cultura tenha cada vez mais lugar, possua um espaço reservado com louvor nas instituições, afinal cultura é educação e educação é cultura”, ressaltou.
Sobre o mesmo tema – a nova gestão do FORCULT/NE – Maria Lana Monteiro, atual coordenadora do Fórum, demarcou como eixos uma maior circulação e territorialização da cultura. Para ela, os pontos-chave serão avançar em pautas que historicamente precisam ser superadas e buscar soluções para as demais, que invariavelmente vão surgindo pelo caminho. A professora agradeceu, ainda, pela acolhida na UEPB e elogiou a execução do evento.
Coordenador do Fórum até então, Jorge André, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), endossou as palavras de Lana. “Ficamos muito contentes, para a UEPB é bem interessante realizar a iniciativa, e também para nós, porque estimula o debate, amplia a discussão e favorece o pensamento compartilhado e orientado para alternativas viáveis”, apontou.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Tayson Maytchael
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