Reitor da UEPB destaca agressões contras IES públicas e enfatiza necessidade de defesa da Educação
O reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e presidente da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), professor Rangel Junior, participou, na última quarta-feira (10), em Brasília, da abertura do 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), onde discursou para um público composto, em sua maioria, por uma juventude aguerrida em defesa da Educação e mobilizada em prol das mudanças que o país precisa.
Rangel relatou sobre sua experiência em congressos anteriores da UNE e frisou como considerava importante estar mais uma vez em evento dessa natureza, do mesmo lado da luta em defesa das transformações que o Brasil necessita para não perder de vista o estado democrático de direito. Ele relembrou de momentos históricos de mobilização pela redemocratização nos anos 1980, pelas Diretas Já, contra a privatização das universidades nos anos 1990 e testemunhou sobre as grandes conquistas dos últimos 15 anos.
Segundo o reitor, na última década e meia, as instituições públicas de nível superior brasileiras conseguiram superar obstáculos, ampliar possibilidades e democratizar o acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade. Porém, conforme registrou Rangel atualmente as IES enfrentam um golpe, com ataques sucessivos, frutos do golpe político que fez barrar todo um movimento de crescimento e fortalecimento da universidade pública. Ele citou que cortes nos orçamentos das instituições de ensino superior e medidas como a Reforma da Previdência, que retira direitos de trabalhadores, professores e professoras, agridem o processo democrático e coloca novamente a defesa da democracia como bandeira central de luta política.
“Nós, muito mais do que qualquer reforma, precisamos de uma revolução, mas uma revolução na Educação. Considero bonito, salutar e importante a mobilização deste congresso, com a presença massiva de estudantes de todo o Brasil. Isso alimenta nossas esperanças de que vamos fazer as mudanças que o país precisa, porque nas pessoas aqui mobilizadas, nessa juventude guerreira, corre também o mesmo sangue dos guerreiros de outrora, como Honestino Guimarães, Edson Luís, Oswaldão, Amelinha, Aurora, Dilma Rousseff e tantos outros que foram perseguidos, e até mortos, pela ditadura, lutando pela melhoria do país. Vejo na juventude do 57º Conune o mesmo vigor, a mesma força e vontade de transformar a realidade do nosso país”, ressaltou Rangel Junior.
O 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes acontece até o próximo domingo, na Universidade de Brasília (UnB), com o tema “Na sala de aula é que se muda uma nação”. O evento promove debates, troca de experiências e reflexões em defesa da universidade pública. Cerca de 10 mil estudantes de todo o Brasil estão participando das atividades do Conune que, nas palavras da presidenta da UNE, Marianna Dias, é um evento de resistência em nome dos direitos do povo brasileiro. “Eles querem balas e nós queremos amor. Contra os tiros que estão matando a nossa juventude negra e pobre, vamos fazer com que esse Conune seja histórico. Enquanto eles tiram os direitos do povo, Brasília vira a capital dos estudantes”, frisou.
Também participaram da abertura do evento o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Reinaldo Centuducatte; o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Gorki; a presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) Flávia Calé; o representante da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Antônio Alves; o representante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Antônio Gonçalves; o representante do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), Davi Lobão; a presidente do Diretório Central dos Estudantes da UnB, Clarice Menin; a vice-presidenta da UNE, Jessy Dayane; e o secretário-geral da entidade, Mário Magno.
Texto: Tatiana Brandão
Fotos: Divulgação
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