61 pesquisadores da Universidade Estadual com produções científicas de impacto integram ranking internacional

61 pesquisadores da Universidade Estadual com produções científicas de impacto integram ranking internacional
26 de fevereiro de 2024

Cientistas com trabalhos de grande impacto científico. Artigos lidos e com reconhecimento na comunidade científica internacional. Pesquisadores valorizados. Reconhecidos e com visibilidade em seus artigos. Em um desempenho significativo, 61 pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) integraram a lista do AD Scientific Index, sistema que classifica cientistas com publicação de impacto. A lista do ranking 2024 foi divulgada na última sexta-feira (23).

No ano passado, 52 pesquisadores da Instituição integraram o ranking. Mais uma vez, o docente do Departamento de Biologia e do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC), Rômulo Alves, lidera a lista entre os pesquisadores da UEPB. O AD Scientific Index é uma espécie de ranking onde os pesquisadores mais citados no Google Acadêmico aparecem, sendo calculada a pontuação de cada um de acordo com a repercussão dos seus trabalhos.

A classificação, publicada anualmente em parceria com a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é considerada uma das mais prestigiadas internacionalmente e engloba dados separados em duas listas: uma referente às publicações durante toda a carreira dos pesquisadores e outra com dados sobre as citações acadêmicas que os cientistas receberam somente em 2023.

No ranking da AD Scientific Index deste ano, a pesquisadora Ana Flávia Garcia, do Programa de Pós-graduação em Odontologia (PPGO), ficou em segundo lugar. Um dos destaques na lista é o aparecimento do professor e pesquisador José Tavares de Sousa. Mesmo já falecido, a obra deixada pelo docente continua com grande impacto e alcance na comunidade científica. O professor Tavares ficou no oitavo lugar da lista.

Lotado no Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), o professor José Tavares, faleceu em agosto de 2022, deixando um grande legado e contribuição para a ciência. O docente dedicou-se durante mais de 46 anos à formação de estudantes do Câmpus I, desempenhando com prontidão e humildade sua atividade docente no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, sendo uma referência em pesquisa e atividades de extensão, além de escritor e poeta.

Com uma produção consistente na área de Zoologia e ênfase em Etnozoologia, o professor Rômulo Alves apareceu pela terceira vez na lista. No ano passado, ele esteve entre os principais pesquisadores da área de Ecologia na lista divulgada pela editora Elsevier. Ele também figurou na 23ª posição no Brasil e 2046ª no mundo na edição 2023 do ranking dos melhores cientistas na área de Ecologia e Evolução da plataforma acadêmica Research.com.

Prestes a completar 20 anos na UEPB, o professor Rômulo disse que a presença de seu nome na lista da AD Scientific Index é o reconhecimento ao trabalho que ele vem realizando na Instituição. “A gente fica feliz em integrar esse ranking porque é um reconhecimento do nosso trabalho, já que é baseado em métricas que analisam a produção científica, que é o produto da nossa pesquisa. Estar no ranking é um reconhecimento da qualidade das pesquisas de maneira geral. Ficamos felizes em contribuir para que a UEPB esteja sempre nesse ranking, o que é importante para a avaliação da universidade”, destacou o pesquisador.

Mulheres na ciência – A lista traz outros nomes influentes, com destaque para a presença de professoras e pesquisadoras, a exemplo de Silvana Cristina dos Santos e Dilma Maria de Brito Melo Trovão, do Departamento de Biologia; Daliana Queiroga, do Departamento de Odontologia; Alessandra Teixeira, do Departamento de Farmácia, entre outras.

Pelo terceiro ano seguido, a professora Dilma Trovão figura entre os pesquisadores na lista. Ela destacou a importância do ranking para dar visibilidade aos cientistas da UEPB. “Quando a lista sai, universidades e centros de pesquisas fazem repercutir, para que, além da visibilidade no mundo científico, esses nomes sejam reconhecidos pelo papel que desempenham nas suas áreas de pesquisas e para a sociedade em geral, no sentido em que esses nomes não são importantes apenas para o mundo acadêmico-científico”, observou.

A professora Dilma desenvolve seus trabalhos de pesquisa com a vegetação da Caatinga e sua área experimental principal é nos fragmentos vegetais no município de Barra de Santana, onde está fincada a sua origem. “Fazer parte dessa lista é algo que me orgulha bastante, pois significa que a ciência produzida não fica restrita às instituições de pesquisas e aos periódicos científicos, mas atinge um público mais amplo, onde não só os cientistas têm acesso. É uma ciência democrática, é uma ciência lida”, afirmou.

Para ela, aparecer na lista é “sair da caixa e atingir o verdadeiro sentido da ciência, servir ao planeta e, portanto, a todos os seres e ambientes”, frisou. A pesquisadora citou ainda que o desafio de ser mulher e mãe e estar em uma região do país que não recebe muitos incentivos financeiros para o desenvolvimento da ciência torna o fato de figurar na lista ainda mais importante.

Texto: Severino Lopes