8º Simpósio Brasileiro de Termitologia é aberto com minicursos e debates sobre avanços científicos
Com mais 300 espécies no Brasil, os cupins ou térmitas são considerados de extrema importância na natureza e controle do ecossistema, por atuarem na decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e aeração do solo. Um evento na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), está debatendo aspectos desses insetos para o meio ambiente.
Principal evento científico dedicado ao estudo dos térmitas (cupins) no Brasil, o 8º Simpósio Brasileiro de Termitologia, realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por meio do Departamento de Biologia e do Laboratório de Ecologia de Térmitas (LET) e do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC), começou nesta segunda-feira (18).
Com mais de 70 inscritos, dois professores estrangeiros na programação, sendo um da Universidade de Copenhague e outra da Universidade Liverpool, além de pesquisadores das quatro regiões do país, o simpósio busca fortalecer o intercâmbio de conhecimentos, promover debates acerca dos avanços científico, e ainda fomentar a formação de redes colaborativas na área.
Durante cinco dias serão discutidos aspectos ecológicos, taxonômicos e importâncias dos cupins no ambiente. Ao contrário do que se pensa, cupim não é uma praga, mas um animal que pode ajudar controle ambiental, conforme explicou a professora Maria Avany Bezerra-Gusmão, coordenadora do LET e uma das organizadoras do evento. Menos de 10% das espécies de cupins trazem algum dano econômico às pessoas. “Os cupins são muito mais benéficos a um ambiente do que as pessoas possam imaginar”, explicou.
O primeiro dia do Simpósio foi reservado para os minicursos, realizados no Laboratório de Botânica, no complexo Três Marias localizado, localizado no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). As demais atividades ocorrem no prédio do Departamento de Psicologia, também no CCBS.
Foram realizados nesta segunda os minicursos “Diferenciação de castas e sexagem de ápteros em Isoptera”, ministrada pela professora Flávia Moura, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); “Morfologia de operários: guia para a prática de triagem e identificação de gêneros ou grupos de gêneros”, ministrado pelos professores Tiago Carijo, Danilo Oliveira e pela professora Joyce Constantini; além de “Introdução à Biologia Molecular Aplicada a Zoologia”, ministrado pela professora Rozzanna Figueiredo e Renan Rodrigues; e “Diversidade e Identificação de Termitófilos”, ministrado pelos professores Bruno Ziberman e Carlos Moreno. O evento conta ainda com o minicurso Simboentes Térmicos: uma abordagem teórico-prática”, sob a responsabilidade das professoras Ana Márcia e Maria Lacerda.
Uma das responsáveis pelo minicurso “Morfologia de operários”, a professora Joyce Constantini, explicou que a atividade é baseada na morfologia externa e interna dos operários. Ela observou que os cupins são facilmente identificados pelos soldados. Trata-se de um curso prático para que as pessoas tenham as principais ferramentas para conseguir identificar os cupins. “A gente estuda a morfologia interna deles, externa, para que a gente consiga identificar e separar os grupos”, explicou.
O professor Danilo Oliveira ressaltou que os cupins são animais extremamente importantes em ambiente natural. Eles são os principais decompositores e peças fundamentais para a saúde de ecossistemas e promovem uma série de serviços. “Eventos como este aqui ajudam a gente a agrupar, trocar experiências, informação, estabelecer parcerias e, principalmente, formar recursos humanos, capacitando novas pessoas que estão ingressando na termitologia”, explicou.
Já o professor Tiago Carijo acrescentou que o minicurso ajuda a auxiliar os(as) estudantes a identificar no nível de espécie, no nível de gênero dos cupins e descobrir se eles causam danos ou não. Em outro minicurso, a professora Flávia Moura falou sobre diferenciação das castas dos cupins que são divididos em rei, rainha, soldado, operário, cada um com sua homofologia e sua função determinada para o bem da colônia.
“O minicurso vai primeiro explicar essa divisão de castas. Os fatores que influenciam esses padrões de diferenciação e a distribuição desses fatores e desses tipos de distribuição de castas entre famílias. Na segunda etapa a gente vai ver a sexagem desses cupins. Vamos aprender a determinar quem é macho e quem é fêmea”, disse.
Segundo a professora Maria Avany Bezerra-Gusmão, a realização do SymTermes na UEPB reforça o papel da Instituição como referência nacional na produção de conhecimento científico voltado à ecologia e à conservação da biodiversidade, consolidando-a como um espaço estratégico para a formação de pesquisadores(as) e o fortalecimento de redes acadêmicas.
“A UEPB vem sempre dando todo o suporte para o desenvolvimento da ciência. A Universidade fortalece, ela nos ajuda, ela nos auxilia e nos enriquece. E isso é uma forma também de projetar cada vez mais a nossa Instituição”, destacou.
O Simpósio será aberto oficialmente na tarde desta segunda-feira (18), no Auditório de Psicologia, com a palestra magna “Undertanding the ecosystem role of termites” (Compreendendo o papel dos cupins no ecossistema), “ministrada pela professora Kate Parr, da Universidade de Liverpool. Com palestras, mesas redondas e minicursos, o evento segue até a sexta-feira (22).
O SymTermes reúne pesquisadores(as), estudantes e profissionais de diversas instituições nacionais e internacionais. É destinado a alunos de Biologia, pesquisadores(as) de Ciências Biológicas, entomólogos e todos os(as)discentes de graduação, pós-graduação, que se inserem dentro da área de Ciências Biológicas e Ecológicas. Ao todo, 12 discentes estão atuando como monitores do evento.
Texto e fotos: Severino Lopes
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