Bloco da Cinquentinha reúne convidados e promove evento em formato híbrido para celebrar o Carnaval
Em mais um ano de cancelamento do Carnaval nas ruas, em decorrência da covid-19, o Bloco da Cinquentinha – iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) – promove nesta sexta-feira (25), às 18h, um evento de caráter híbrido. Realizada no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), com transmissão em formato de live pelo canal Rede UEPB no YouTube, através da Coordenadoria de Comunicação (CODECOM), a atividade contará com diversas exibições artísticas, participação de nomes expressivos da cena carnavalesca e uma exposição em homenagem (in memoriam) à artista plástica e professora Lili Brasileiro.
Em seu 7º ano, o Bloco abordará o tema “Caiu a máscara da ilusão…”, uma referência à música “Turbilhão”, de Moacyr Franco. Na canção, o compositor menciona a vida como um Carnaval, enfatizando, porém, que nela brincamos escondendo a dor. O mote foi sugerido pelo professor do Curso de Teatro do Centro Artístico Cultural (CAC) da UEPB, Chico Oliveira.
Entre as atrações do evento figuram a Orquestra Jovens da Borborema e uma apresentação com passistas de frevo, oriundos do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra. Já a exposição que laureia Lili, terá uma grande variedade de peças criadas por ela, a exemplo de estandartes que anualmente ela confeccionava para o Bloco, bem como telas, esboços e fantasias. Lili Brasileiro faleceu em junho de 2021 e foi professora da UEPB por mais de duas décadas, imprimindo conhecimento, graça e beleza ao “Curso de Iniciação ao Desenho e à Pintura” da Instituição, colaborando para a formação de inúmeros novos artistas.
“Desde o começo, Lili se envolveu ativamente no Bloco. Ela planejava e executava os estandartes, era uma presença marcante, sempre participava com fantasias, adereços, trazendo, sobretudo, alegria e energia ao Cinquentinha. Por isso, a PROCULT decidiu fazer essa homenagem muito merecida, porque Lili, além de ser uma docente bastante querida na UEPB, tem seu nome gravado entre os ícones das artes plásticas, com um consistente currículo na área, exposições no Brasil e também internacionais, e uma vasta experiência profissional no ensino”, destacou o pró-reitor adjunto de Cultura e diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva.
Sobre a efetivação do Cinquentinha, mais uma vez em formato híbrido, o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade, ressaltou que mesmo em tempos de coronavírus, o Bloco continuou sendo realizado, dentro do possível, obedecendo aos protocolos sanitários vigentes. “Em 2022, o Bloco segue firme em suas características principais, que são um forte diálogo com a comunidade e com todos que abrilhantam as iniciativas semelhantes em Campina, e a reverência ao carnaval tradição. Queremos deixar registrado, igualmente, que faremos uma homenagem, in memoriam, a Raimundo Formiga, uma figura importante nos festejos carnavalescos da Rainha da Borborema, que atuou no Acauã da Serra e tem um trabalho reconhecido como coreógrafo de quadrilhas juninas”, acrescentou Andrade.
Engajamento
O Cinquentinha surgiu em 2016, quando a UEPB completava cinco décadas de fundação. A ideia foi do então pró-reitor adjunto de Cultura, José Benjamim Pereira Filho, a partir do objetivo de comemorar a data e agregar toda a população ao redor da efeméride. Deu certo. Já em 2018, o Cinquentinha saiu dos domínios de Bodocongó para o Centro da cidade, estabelecendo, além disso, parcerias com outras agremiações, que tomavam mais forma, na mesma época.
Assim, o Cinquentinha se alinhou ao denominado “verdadeiro carnaval de Campina”, tendo como distintivo seu engajamento com os movimentos culturais locais, em favor da preservação artística das comunidades. “Anualmente, o Bloco dispõe também desse tom de reflexão social. Em 2022, por exemplo, o tema ‘Caiu a máscara da ilusão…’, vem desnudar o contexto das dificuldades vividas pelo país, pois quem está à frente dele, finge não ver o clamor do povo, desacredita as vacinas e a ciência, não se importa com as tragédias. Então a máscara cai e o que enxergamos é a face desse Brasil destruído, como lamentavelmente vemos hoje, mas é necessário lembrar que este é um ano de esperança, precisamos pensar, planejar novos rumos para a nossa sociedade”, endossou Andrade.
As edições do Cinquentinha costumam contar com componentes de vários grupos da cidade que possuem uma perspectiva afim. Do mesmo modo, o Cinquentinha se faz presente no cotidiano dessas agremiações. Nesta edição, foram convidados a compor a iniciativa, Eneida Agra Maracajá, idealizadora do Bloco da Saudade; Giseli Sampaio, secretária de Cultura do município; Ronildo Cabral, membro da Cia. Raízes; Flávio Cândido Freire, criador do Bloco Jacaré do Açude Velho; e Lúcio Galdino, diretor do Bloco Ferro de Engomar, entre outros.
Texto: Oziella Inocêncio