Câmpus V realiza Seminário Nacional que dialoga sobre as transformações e os desafios da política externa brasileira
Com uma massiva participação de estudantes e professores de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além da presença de renomados pesquisadores do Brasil e do exterior, o Centro de Estudos Avançados em Política e Governança (CEAPPG) realiza nesta terça e quarta-feira (24), o “3º Seminário Nacional – As transformações na Ordem Internacional e os desafios da Política Externa Brasileira”. A abertura do evento ocorreu na manhã desta terça-feira (23), no auditório do Câmpus V, com transmissão pelo canal do CEAPPG no YouTube.
A mesa de abertura do evento contou com a presença do professor do curso de Relações Internacionais e coordenador do CEAPPG, Carlos Enrique Ruiz Ferreira; do secretário executivo de Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba, Rubens Freire Ribeiro; e do diretor de Projetos da Fundação Friedrich Ebert, Gonzalo Berrón.
Na oportunidade, o professor Carlos Enrique Ruiz apresentou o histórico de criação e consolidação do CEAPPG e do Seminário Nacional. O docente destacou alguns desafios impostos para pesquisadores da área, tais como: compreender as razões do Brasil para almejar um assento permanente no Conselho de Segurança, analisar a construção argumentativa das credenciais brasileiras e as transformações na ordem internacional, com ênfase nos desafios da governança global.
Na sequência foi realizada a mesa “As transformações na ordem internacionais”, com a participação do professor do Instituto de Relações Internacionais da UNB e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, Antônio Jorge Ramalho, e do pesquisador sênior do Instituto de Relações Internacionais da UNB, Henrique Altemani. Ambas as mesas foram coordenadas pela professora do curso de Relações Internacionais, Raquel Melo
De acordo com o professor Antônio Jorge Ramalho esse Seminário é uma oportunidade relevante para que os estudantes e pesquisadores da área de Relações Internacionais possam compreender que não estão isolados e que são afetados diretamente pelos conflitos internacionais. O docente destacou, ainda, que há um aumento das tensões internacionais e dos riscos desses conflitos se escalarem para uma guerra, em âmbito regional.
“Entender a inserção do Brasil, e do Nordeste brasileiro, no cenário global é crucial. Além disso é importante informar-se sobre o que está ocorrendo no mundo e refletir sobre as implicações disso para nossa vida cotidiana. Neste sentido, temos dois conjuntos de mudanças importantes: uma escalada para uma guerra e, por outro lado, existe uma transformação muito profunda relacionada à transferência de poder dos governos para as organizações e para os indivíduos que, no âmbito das democracias são manipulados por discursos que criam uma situação que dificulta a implementação de uma dinâmica social mais positiva, mais redistributiva de renda, inclusiva, essa dinâmica tem uma relação intensa com o ambiente internacional”, explica professor Antônio Jorge.
Para o professor Henrique Altemani a primeira mesa traz um tema recorrente, considerando que as relações entre os estados estão sempre passando por momentos de transições, de mudanças. O docente destaca que desde o final da guerra fria há uma percepção, por parte dos atores internacionais, de que as instituições e as regras estão defasadas, que elas necessitam de alteração.
“Esse processo é extremamente lento, primeiro porque os Estados Unidos que criou essas regras e instituições não vê e não tem interesse em modificar, porque afeta realmente a sua capacidade. Por outro lado, nós temos uma série de outros países desenvolvidos, potências médias, que exigem essa mudança e uma maior participação. Isso ficou bem retratado na reunião do G7 em Hiroshima quando o Presidente Lula aponta para a inoperância dos organismos internacionais e a necessidade de mudar”, analisa o professor Altemani.
O Evento segue nesta terça-feira (23), no turno da noite, com a mesa “A segurança internacional, a governança global e o papel do brasil”, com o professor do Departamento de Ciência Política da USP Rafael Villa e do assessor da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP), professor Adhemar Mineiro, sob a coordenação da professora do curso de Relações Internacionais, Luiza Rosa.
O Seminário encerra nesta quarta-feira (24), às 9h, com a mesa “Os desafios da política externa brasileira”, com a participação da professora do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Mariana Pimenta Oliveira Baccarini; do professor Antônio Jorge Ramalho e coordenação da professora do curso de Relações Internacionais da UEPB, professora Gabriela Barbosa.
O evento conta com a efetiva contribuição do Projeto de pesquisa e extensão “A Reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Política Externa Brasileira” e o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB) e Fundação Friedrich Ebert Brasil.
Texto e fotos: Juliana Marques
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