Capacitação qualifica servidores para atendimento humanizado às pessoas com deficiências e neuroatípicas

Cerca de 18,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). E para garantir um atendimento humanizado, inclusivo e digno a esse público, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) oferece uma política de inclusão na Instituição.

Como forma de qualificar os(as) servidores(as) técnicos(as) administrativos(as) e docentes para um atendimento cada vez mais humanizado, o Setor de Serviço Social da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), realizou, nesta quinta-feira (3), a capacitação denominada “Atendimento às pessoas com deficiências e neuroatípicas no serviço público”. O evento, realizado no Auditório do Departamento de Psicologia, no Câmpus I, em Campina Grande, teve como palestrante a psicóloga da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (FUNAD), Alice Santos.

Realizada de forma híbrida, dentro das celebrações do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a capacitação reuniu professores(as), coordenadores(as) de curso, pró-reitores(as) e servidores(as) que atuam nos diversos setores da UEPB. Os câmpus de Lagoa Seca, João Pessoa e Araruna enviaram representantes para o evento.

Bastante prestigiado, a capacitação foi aberta pelas assistentes sociais da PROGEP, Juliana Grangeiro e Albertina Félix Cruz, que deram as boas-vindas aos(as) convidados(as) e destacaram a relevância da temática. A mesa contou com a presença da pró-reitora de Extensão, professora Alessandra Teixeira, que representou a reitora Celia Regina Diniz; a pró-reitora de Graduação, professora Vagda Gutemberg; a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ana Paula Lima da Silva; e os representantes do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), Alindembergue Araújo e Ivana Coutinho. O pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Josenildo Lima, saudou os convidados em forma de poesia, declamando um de seus poemas que abordou em verso o tema do evento.

Juliana Grangeiro enfatizou que o objetivo da atividade foi capacitar os(as) servidores(as) para a realização de um atendimento inclusivo, acessível e humanizado dentro da Universidade. “O objetivo do evento foi capacitar todos os servidores e servidoras que fazem atendimento ao público a como atender a esse público atípico. E nesse sentido, a gente tem a perspectiva que esse atendimento seja um atendimento acolhedor, humanizado e anticapacitista, considerando que essas pessoas têm habilidades, elas têm uma condicionalidade atípica, mas elas têm habilidades”, destacou.

A pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ana Paula Lima destacou em sua fala que a atividades desta quinta-feira fez parte das ações qualificativas da PROGEP, que têm o objetivo de reconhecer e valorizar os servidores(as), como também de oferecer um atendimento qualificado, humanizado as pessoas com deficiência. Ela reforçou que a proposta se encaixa dentro da política de inclusão e humanização da Universidade. A mesma linha de pensamento foi apresentada pelo pró-reitor adjunto Josenildo Lima, que destacou a relevância da capacitação e disse que UEPB tem avançado nessa política de inclusão.

Representante da reitora no evento, a professora Alessandra Teixeira, pró-reitora de Extensão, também destacou a importância da capacitação que fortalece uma política de inclusão no âmbito da Instituição. “Esse evento vem ressaltar o papel da Universidade como uma Instituição que é responsável por proporcionar a essas pessoas condições de aprendizado e de crescimento dentro da Universidade”, destacou.

Ainda dentro dessa temática, a pró-reitora de Graduação, professora Vagda Gutemberg, observou que nos dias atuais a UEPB tem bastante estudantes com algum tipo de deficiência, o que se faz necessário oferecer uma capacitação para realizar o atendimento de forma digna a esse público que chegou na Universidade com perspectiva de aprendizagem e em busca de um ambiente acolhedor. Ela lembrou que a Jornada Pedagógica deste semestre tratou da educação especial e inclusiva.

Coordenador do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), Alindembergue Araújo, classificou como importante a capacitação. Ele entende que os(as) servidores(as) precisam dessa formação e lembrou que na UEPB a cada semestre vem ingressando vários estudantes com algum tipo de deficiência ou transtorno. “A gente precisa que o nosso corpo técnico e docente esteja preparado e cada vez mais qualificado para saber como trabalhar de forma pedagógica, acadêmica ou administrativa com esses estudantes”, destacou Alindembergue.

Depois as atenções se voltaram para a fala da psicóloga Alice Santos. O foco de sua explanação foi apresentar algumas ferramentas e estratégias não só para atender a pessoa com deficiência, mas, sobretudo compreender minimamente os quadros de deficiência, de autismo, por exemplo, inclusive para fazer uma diferenciação entendendo que não são públicos iguais. Para ela, a partir da compreensão dessas particularidades é possível conseguir elencar e construir estratégias de atendimento inclusivo e humanizado para essas pessoas.

A palestrante fez uma apresentação da definição básica da deficiência e do transtorno do espectro autista, para entender quais as principais características comportamentais que essas pessoas apresentam. A ideia é que a partir dessas informações cada servidor(a) presente na capacitação tenha condições de enxergar a sua realidade de trabalho e pensar estratégias práticas para serem aplicadas no dia a dia. Alice Santos elogiou a UEPB pela iniciativa de promover inclusão e investir em acessibilidade.

“A própria Lei Brasileira de Infusão traz esse princípio da equidade, do atendimento humanizado, da humanização, não só dentro da saúde, mas dentro de qualquer serviço público de qualquer área e é isso que a gente pretende fortalecer”, enfatizou. Considerando a diversidade das necessidades de pessoas com deficiência (PCD) e neuroatípicas, a formação ainda abordou aspectos legais, comunicacionais e práticos que favorecem o serviço público mais equitativo.

Texto e fotos: Severino Lopes