Celebrando o Hip Hop: Museu de Arte Popular sedia Parahyba Festival Rap, neste domingo (3)
Acontece neste domingo (3), no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), o Parahyba Festival Rap. Muita arte urbana e cultura de rua estão previstas no evento que começa às 15h30, com a proposta de celebrar a cena hip hop do Estado. A entrada é franca e a iniciativa se dá por meio do Edital de Fomento Biliu de Campina, via Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG).
O Festival busca fortalecer e unificar as manifestações dessa expressão artística. Para isso, contemplará os quatro pilares da cultura em questão — MC, DJ, break e grafitti — segundo Thiago Pereira, o Chuck, que é um dos organizadores. “A programação reúne artistas de diversas cidades. Além disso, o evento valoriza o rap do interior do Estado, oferecendo visibilidade a quem muitas vezes não tem espaço para mostrar sua arte, criando uma plataforma para o hip-hop, que está presente do litoral ao sertão”, explicou. A abertura terá DJ set e fala dos organizadores; apresentação de breakdance; pocket shows com Robsom e Juda MC, 4AM, Dust Records e Pelo Corre; Batalha de Tag (grafitti); e três fases de batalhas de MCs, incluindo a final e premiação.
Segundo Chuck, o cenário do rap em Campina é bastante ativo e promissor, espalhado por toda a cidade. “Quase diariamente acontecem batalhas de MC’s, há a Batalha das Quebradas, Batalha da ZL, Batalha do Bacurau, Batalha da Liba, por exemplo. As atividades vão do Pedregal ao Jeremias, passando por José Pinheiro, além do Centro, entre outros locais. Nesses encontros, ocorrem declamações de poesia marginal, que é o slam, e variadas exibições musicais. Os eventos são organizados de forma autônoma e em colaboração, favorecendo a juventude expressar suas ideias”, disse.
As batalhas reúnem integrantes principalmente entre 15 e 30 anos, que encontram no hip-hop um espaço de afirmação e criatividade, conforme Chuck. “As letras das músicas e poesias abordam a realidade local. Trazem temas como racismo, violência, exclusão social, vivência periférica, mas também afeto, autoestima e sonhos. A autonomia dessas iniciativas é o que garante liberdade para que as pessoas externem o que sentem. Contudo, é igualmente essencial que exista apoio, principalmente do poder público, conferindo estrutura e condições dignas para que esses movimentos cresçam e os artistas possam viver da sua arte. O ideal é que independência do pensamento e o incentivo caminhem juntos”, destacou.
A expectativa dele para o evento é a mais positiva possível. “O Festival vem ganhando repercussão para além da cena hip-hop tradicional e busca reunir o máximo de gente, tanto do meio cultural quanto do público em geral “, ressaltou.
Chuck divide a coordenação do Parahyba Festival Rap com Ellizz — ambos integram o coletivo “Dust Records”, que atua promovendo a cultura hip-hop e a arte independente no Estado. “Porém, também existe uma equipe formada por artistas que são ativos no segmento, lideranças de batalhas e representações femininas. A Dust Records surgiu em 2020, como coletivo e gravadora voltada ao hip-hop e à música negra, no interior da Paraíba. O grupo trabalha com produção musical, eventos e ações semelhantes”, esclareceu. Além de Chuck e Ellizz, fazem parte da Dust Brayawn, Dither Kid e Adney Duart, colaborando entre si em projetos tanto autorais como partilhados. “O objetivo dele é conectar artistas, consolidar e divulgar o rap paraibano, produzir conteúdo e dar visibilidade à arte preta e da periferia”, detalhou Chuck.
Mais sobre os coordenadores do Parahyba Festival Rap
Ellizz é natural da Rainha da Borborema. Seus raps enfatizam tópicos como identidade e feminismo. Entre suas músicas figuram “Indomável” e “Trajetos e Tragédias”, ambas versando a respeito da realidade, o sentido e a importância dos sentimentos no mundo contemporâneo.
Foi nas ruas de Campina que Chuck MC iniciou sua caminhada no hip-hop, participando do coletivo D’Versos MCs (DVSS). Depois seguiu carreira solo, lançando o single “Revolta Insana” e, mais tarde, o álbum “Eulírico”. As letras dele transitam principalmente pelas questões sociais. Também é produtor e organizador cultural, sempre atuando em projetos direcionados ao rap e às atividades artísticas da periferia paraibana.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Divulgação
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