Central de Integração Acadêmica ganha pinturas gigantes em homenagem ao educador Paulo Freire
Uma homenagem em cores, formas e arte ao patrono da educação brasileira no ano do seu centenário. Quando os estudantes e professores dos cursos instalados na Central de Integração Acadêmica (CIAc), Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande retornarem às aulas presenciais, terão uma surpresa. As colunas de 15 metros que sustentam a CIA estão coloridas e revestidas por gigantescas pinturas com imagens do educador, pedagogo, filósofo e escritor, Paulo Freire.
A ideia de transformar as colunas do hall da Central de Aula em uma obra de arte, mantendo viva a memória de Paulo Freire, foi da Pró-Reitoria de Infraestrutura, dentro das homenagens ao centenário do educador. O trabalho foi realizado pela artista visual Flora Santos, pela grafiteira Camila Asco, e pela designer Alice Avelino.
Flora Santos explicou que devido à altura das colunas, a equipe precisou fazer todo um planejamento para executar o trabalho com segurança, e fazer a pintura proporcional à imagem criada no esboço inicial. “Foi importante realizar esse trabalho artístico, porque reconhecer o valor de Paulo Freire é fundamental para fazer a gente olhar para dentro e entender a educação, e o ser humano, a partir de outra perspectiva. Poder fazer parte diretamente da construção dessa obra é afirmar esse valor e dialogar com as pessoas sem precisar estar ali fisicamente. É contar uma história, materializar uma ideia”, destacou Flora Santos.
Usando técnicas de spray e grafite, as artistas fizeram as pinturas gigantes com as imagens do educador que morreu em 1997. A pró-reitora de Infraestrutura, professora Alessandra Teixeira, idealizadora da iniciativa, disse que usar este espaço para fazer uma homenagem ao patrono da educação brasielira, é um marco na história da UEPB, além de ser uma forma da Instituição recepcionar os estudantes no futuro retorno das aulas presenciais. “É um marco importante para a Universidade, um marco para o futuro retorno das aulas presenciais de nossos alunos, que vão ser recebidos por Paulo Freire”, disse.
Além das imagens de Paulo Freire, as artistas também pintaram duas imagens negras, relacionadas à temática da educação, e inspirada na obra “Pedagogia do Oprimido”. “A ideia foi criar duas personagens que representam pessoas oprimidas da sociedade”, destacou a professora Alessandra Teixeira.
A presidente da Comissão do Centenário de Paulo Freire na UEPB, professora Elisabete Vale, também destacou a importância da obra e do legado de Paulo Freire. Professora Elisabete enfatizou que as artistas buscaram através da arte visual representar o legado de Paulo Freire para a educação popular libertadora, a partir da sua leitura, principalmente sobre o livro “Pedagogia do Oprimido”.
“Um aspecto importante na leitura das artistas é a representação simbólica do que significa ser oprimido atualmente. E aí ela traz a figura da mulher negra como uma das maiores representatividades dessa opressão intensificada no atual contexto histórico da sociedade brasileira que é a pobreza, o racismo, o machismo e a misoginia, sentida com mais intensidade pela mulher preta, pobre e periférica. Esse é um dos maiores sentidos da arte: a denúncia, mas também o anúncio de outro mundo possível, e esse anúncio é representado pelo livro que as mulheres impunham em suas mãos. A arte evoca sentidos e interpretações diversas”, destacou a professora Elisabete.
A presidente da Comissão ainda destacou que a homenagem da UEPB ao educador Paulo Freire, aprovada Conselho Superior Universitário (Consuni), de definir que o prédio da Central de Integração Acadêmica passasse ser Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, recebeu um trabalho de arte que será lembrado por muito tempo.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Divulgação
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