Centro Artístico recebe peça e oficinas de artes cênicas do Festival de Inverno de Campina Grande
Todos os anos é sediada no Centro Artístico Cultural (CAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), parte da programação da Mostra Nacional de Teatro, que integra o Festival de Inverno de Campina Grande (FICG). O espaço é cedido ao evento por meio da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da Instituição, que apoia a iniciativa, recebendo também oficinas gratuitas no campo das artes cênicas.
Assim, na quarta-feira (20), às 18h, acontece no CAC “Réquiem para Geralda”, com entrada franca. Com texto e atuação de Ana Marinho, a peça aborda temas como consumo, acessibilidade e memórias, tudo entrelaçado por camadas narrativas centradas em Geralda — uma geladeira da marca Frigidaire, a primeira geladeira que a mãe de Ana Marinho teve, isso no ano de 1951.
O eletrodoméstico foi usado por muito tempo até ganhar a função de objeto cênico, como conta a atriz e, nesse sentido, é utilizado para trazer uma miríade de assuntos: desde as dificuldades de se fazer teatro na atualidade e a questão dos cenários, até a representação do modelo familiar de classe média em que Ana vê o desenrolar de sua própria história. A ideia, segundo pontuado por ela, era construir um espetáculo que costurasse o teatro performativo, com elementos do real.
Vale salientar que “Réquiem para Geralda” nasceu de um processo criativo que envolveu várias pessoas, a exemplo do diretor e professor de teatro Duílio Cunha; da musicista e performer Tânia Neiva; da audiodescritora e professora de teatro Larissa Hobi; e da audiodescritora e consultora Cida Leite.
Além do CAC, outros locais de Campina sediam a programação da Mostra, a exemplo do Parque Evaldo Cruz, da Praça da Bandeira e do Teatro Municipal Severino Cabral (TMSC), mas as oficinas de teatro se darão no Centro Artístico. São elas: “Moda e Teatro que eu quero”, ministrada por Fabiana Piro, das 9 às 12h, de quinta-feira (21) a sábado (23); e “Por Nada se Espera” (Ativação de Energias para o Estar na Cena), tendo à frente a Cia Godot de Teatro, no domingo (24), das 8 às 13h.
Detalhes adicionais da programação e das inscrições para as práticas podem ser encontrados na rede social @festivalinvernocg. O Centro Artístico Cultural da UEPB é situado na Avenida Getúlio Vargas, 44 (por trás dos Correios – prédio da antiga Faculdade de Administração da UEPB), no Centro de Campina.
Os 51 anos da Mostra de Teatro
Em 2025, o Festival completa 50 anos, mas a Mostra já cumula 51. Quem explica é o ator Chico Oliveira — ele divide a coordenação da Mostra de Teatro com a atriz e pesquisadora Regina Albuquerque. “A Mostra veio um ano antes, ela foi o embrião, pois a partir dela se originou o Festival de Inverno. Estamos todos em festa, em comemoração ao jubileu, irmanados nesta celebração de saberes, cultura e humanidade, enaltecendo, como não podia deixar de ser, aquela que é incansável pela arte na cidade, Eneida Maracajá. É graças a ela que o Festival acontece ininterruptamente por incríveis 50 anos. O presente maior é o público que recebe, tendo em vista a gratuidade do evento”, destacou Chico, que é também professor do Núcleo de Formação, Pesquisa e Experimentação Teatral da UEPB.
O docente assinalou as várias vantagens de a Mostra ter o CAC como receptáculo, especialmente no que se refere ao Núcleo, possibilitando aos integrantes estarem presentes às atividades, traduzindo-se tal participação em um diálogo proveitoso com outros artistas da área. “O apoio da UEPB, através da Procult e do CAC é essencial. Formar, educar, por meio da arte, é uma das premissas do Festival e isso também se alinha aos propósitos da Universidade. O Festival é um filho de Eneida que completa 50 anos. É um momento para se festejar e agradecer, deixando nosso aplauso a ela e ao evento”, disse.
Para o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade, o Festival já é um símbolo da Rainha da Borborema e merece todo zelo e carinho das instituições e dos moradores da cidade. “O sentimento da Procult é de gratidão por participar e ajudar. Enfatizamos, igualmente, a importância social do Tamanquinho das Artes, uma iniciativa muito bonita destinada às crianças em situação de vulnerabilidade. O Festival é de arte e solidariedade, e parabenizamos Eneida por esse trabalho primoroso, feito com tanto amor e consistência”, ressaltou.
Outro ponto salientado pelo professor Andrade é que no mês de maio deste ano, o Festival foi reconhecido como patrimônio imaterial do Estado, e a articulação para isso se deu via Pró-reitoria de Cultura – o pleito foi realizado junto ao deputado estadual Félix Araújo Filho e atendido, sendo posteriormente aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (ALPB).
O pró-reitor adjunto de Cultura, professor Juarez Nogueira Lins, acrescentou que a UEPB tem um papel muito forte relacionado à cultura e ser parceira do Festival engrandece a Instituição. “Ficamos bastante gratos por essa parceria e por podermos contribuir com esse suporte ao evento. São cinco décadas de Festival e vários anos em que a Universidade demonstra sua admiração e apreço, fornecendo o que lhe é solicitado. Nosso desejo é que venham mais 50 anos de Festival de Inverno”, apontou.
Em 2025, o tema escolhido para nortear o Festival foi “A Arte como Patrimônio de Todos”. O evento é realizado pelo Instituto Solidarium e a Secretaria de Cultura (Secult) da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG); entre os patrocinadores figuram o Governo do Estado, Governo Federal e Banco do Nordeste.
Texto: Oziella Inocêncio
Foto: Larissa Hobi (Divulgação)
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