“Cidadania é Liberdade” encerra oficinas do ano com reunião e confraternização entre reenducandos

O Setor de Serviço Social, ligado à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), realizou, na quinta-feira (5), a última reunião ampliada do ano com reeducandas(os) participantes do Projeto Cidadania é Liberdade, fruto da parceria da Universidade com a Secretaria de Administração Penitenciária, por meio do Escritório Social Paraíba.

Na ocasião, além das assistentes sociais responsáveis pelo setor e pela coordenação do projeto na UEPB, Juliana Grangeiro e Albertina Félix Cruz, estiveram presentes o pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Josenildo Lima; a representante da Coordenadoria do Sistema Integrado de Bibliotecas (COBIB), Ana Virgínia Melo Leite; o psicólogo da PROGEP, Willy Vallen, e representantes do Escritório Social.

Com a presença de reeducandos(as) lotados no Câmpus I, em setores como COBIB e pró-reitorias de Gestão Administrativa (PROAD), Infraestrutura (PROINFRA), e Centro de Ciências Jurídicas, (CCJ), a pauta da reunião foi organizada em três momentos: oficina socioeducativa denominada Projeto de Vida após término de pena, avisos administrativos e um momento de confraternização.

A assistente social Juliana Granjeiro iniciou sua fala ressaltando que no final de 2023, houve uma redução quantitativa de reeducandos(as) na Universidade, para que houvesse ganhos qualitativos no acompanhamento e nas ações desenvolvidas. Também explicou o objetivo da oficina, que é “estimular o planejamento de forma intencional do projeto de vida que os reeducandos querem ter após o término de suas penas e saída do projeto, para que, de forma estratégica, esse planejamento possa promover a autonomia e estimular a construção de uma vida com objetivos e sentido”, disse.

A servidora destacou “a necessidade de que todos lembrarem que todo dia é um novo começo e que suas histórias de vida não são definidas pelo seu passado, mas pelas escolhas que os mesmos fazem no presente”, afirmando que nunca é tarde para redesenhar projeto de vida. Ressaltou também que o processo de reconstrução de vida não igualitário para todas/os, tendo em vista o acesso desigual que os mesmos tiveram a educação e demais políticas públicas, bem como que fatores sociais estruturantes, como renda, estrutura familiar e cor da pele impactaram suas histórias e escolhas, mas que os mesmos hoje contavam com políticas e serviços de ressocialização como o Escritório Social Paraíba e o Setor de Serviço Social da PROGEP, para auxiliá-las(os) no redesenho de suas histórias.

O psicólogo Willy Vallent conduziu a oficina em dois momentos. O primeiro, com uma dinâmica de apresentação, a qual consistiu em solicitar que os(as) participantes se separassem em grupos e que, a partir do diálogo, encontrassem três coisas que possuíssem em comum; e o segundo, com a construção de projetos de vida utilizando a prática do Apanhador de Sonhos, por meio da construção da Mandala e de respostas de cada um(a) perguntas colocadas em papel e onde suas respostas foram expressas através da fala e no centro da roda de conversa.

Willy destacou que como resultados dessa oficina espera-se que os(as) participantes possam dialogar, construir e avaliar, de forma individual e coletiva, os seus projetos de vida. “Além disso, consideramos que a oficina também possibilitou que os reeducandos possam se reconhecer enquanto indivíduos de direitos e desejos”, disse.

O momento de fala dos(as) reeducandos(as) evidenciou como a oportunidade de trabalhar na UEPB acende a esperança em um presente e futuro diferentes. Eles destacaram que o ambiente acadêmico incentiva o retorno aos estudos, além de proporcionar a prática de novos conhecimentos. Alguns inclusive já estão estudando e com planos de educação continuada.