Cineclube do Câmpus V promove debate on-line sobre racismo estrutural e violência policial, dia 15 de junho

11 de junho de 2020

Após uma série de episódios de racismo e violência que evidenciam uma realidade de opressão vivenciada pela população negra mundial, cotidianamente, as mortes de George Floyd, nos Estados Unidos, e do menino João Pedro Mattos, no Brasil, ambas tendo policiais como principais acusados dos assassinatos, desencadearam vários protestos, repercutindo em uma grande campanha, com atos em todo o mundo, intitulada “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam).

Com essa perspectiva, o Cineclube do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em João Pessoa, que tem reinventado suas atividades diante da pandemia, realiza, na próxima segunda-feira (15), às 17h, um debate virtual sobre a minissérie “Olhos Que Condenam” e o filme “American Son”.

Os debatedores convidados para discutir as obras são o doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pós-doutor em Relações Internacionais na UEPB e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Deolindo Nunes de Barros, e o Mestre em Sociologia e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com experiência em estudos de Sociologia do Desenvolvimento, Relações Brasil-África e as Relações Étnico Raciais na Sociedade Brasileira, Vagner Gomes Bijagó.

Lançada em 31 de maio de 2019, no catálogo da Netflix, a minissérie “Olhos que condenam”, dirigida, escrita e pensada por Ava DuVernay, retrata o caso de cinco jovens que foram injustamente acusados de um estupro no Central Park. A obra é daquelas produções que refletem a importância do entretenimento como incentivador de debates. Nesse sentido, se presta a uma discussão sobre a invisibilidade dos jovens negros que, historicamente, estão entre os que mais morrem e os mais encarcerados do mundo.

Outra produção que discute o racismo estrutural é o filme “American Son” que, para além da história sobre a angústia da maternidade, trata do racismo impregnado em uma sociedade que insiste em minimizar ou negar a existência dele. O longa provoca uma reflexão sobre a necessidade de se romper com as bolhas sociais formadas no mundo, que geralmente impedem uma pessoa branca, colocada em uma posição de privilégio apenas pela cor da pele, entenda uma realidade diferente. Essa falta de empatia ainda produz comentários como “os negros são os mais racistas” ou “os negros se fazem de vítimas”.

Outro aspecto importante destacado em “American Son” é o debate sobre o racismo relacionado à brutalidade policial. É importante dizer que o longa, assim como outras discussões pertinentes do gênero, não questiona a importância e a integridade da instituição policial como um todo, mas coloca luz sobre a necessidade de repudiar comportamentos racistas inseridos na sociedade, inclusive na polícia, mostrando que eles podem perpetuar injustiças e violência.

O debate pode ser acompanhado através de sala no Google Meet (https://meet.google.com/pit-hebr-gdo). Outras informações podem ser obtidas no perfil do Instagram do Cineclube do Câmpus V.

Texto: Juliana Marques